Todo poder à Assembléia Popular! É incrível como os setores - TopicsExpress



          

Todo poder à Assembléia Popular! É incrível como os setores orquestrados da grande mídia brasileira perceberam rapidamente o erro inicial de condenar as manifestações que foram mobilizadas, sobretudo, por meio das redes sociais – para o estupor de todos, delírio de uns e desespero de outros. Por mais cínicas que sejam as confissões arrependidas de seus porta-vozes e por mais dissimuladas que sejam suas verdadeiras intenções, já se podem sentir os efeitos desastrosos que a manipulação da opinião pública ainda é capaz de operar em favor do conservadorismo, mesmo na era das mídias alternativas e da auto-organização dos protestos em massa. A condenação indiscriminada da violência e a aversão à presença de partidos políticos nas manifestações são provas dessa capacidade de pautar o debate. Criou-se, especialmente no meio televisivo, um suposto espaço de discussão e abertura justamente para se forjar, pelas costas, esses falsos consensos, cuja finalidade não é outra senão esvaziar as reivindicações de seu conteúdo político específico e reduzi-las a um sentimento geral de insatisfação, que tomou o lugar do medo. Agora, armada a arapuca “divisionista”, como se dizia entre os antigos militantes comunistas, esses setores e seus representantes entoam maravilhados e uníssonos: “o povo acordou!”. É preciso organizar os protestos em torno de reivindicações concretas a partir das quais se possa criar um espaço onde as resistências individuais se conjuguem aos coletivos de lutas organizadas como as agremiações estudantis, as juventudes partidárias, os grupos de ativistas, os sindicatos, os partidos de esquerda e os movimentos sociais, na intenção de adicionar certa densidade histórica à tensão superficial dessas manifestações. A Assembléia Popular é, portanto, o espaço onde a resistência individual não é uma mera ilusão e onde os grupos são capazes de transcender seus interesses paroquiais - a instância onde são deliberados de modo soberano, consciente e organizado os atos de cada manifestação pelo exercício direto da democracia. Sem organização, nenhum movimento consegue transformar a força do número em poder de pressão. Sem organização não há conquistas.
Posted on: Thu, 20 Jun 2013 04:20:33 +0000

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