Ubirajara Vieira Dutra Ubirajara Vieira Dutra sensibilidade e arte - TopicsExpress



          

Ubirajara Vieira Dutra Ubirajara Vieira Dutra sensibilidade e arte em verde BM Sempre encontrava um maneira de com menos, fazer mais e muito melhor. Verdadeiras obras de arte 1970 - 1-¦ Ten - APM (Small) O belo resumo biográfico do Cel Ubirajara foi escrito por seu filho e oficial da Brigada Militar, o Major Rodrigo. Ele não fez referência a alguns aspectos do profissionailismo de seu pai que, aos que com ele conviveram, era marcante. O Bira como era tratada pelos colegas, superiores e amigos era um Gentlemam. Pessoa de extrema sensibilidade e refinado gosto artístico. Por onde passou algo, dessa natureza resta ainda, como seus aproveitamentos de material na decoração de ambientes do 3º BPM, em especial a Sala de Instrução. A instalação do Instituto de Pesquisas da Brigada Militar, onde batalhou para a construção do prédio e fez a instalação, como ainda hoje permanece. Afora, outros OPMs, que solicitaram sua assessoria no gosto e apuro para reaproveitamento de materiais, que convertia em lindos ambientes e de prestativa utilidade. Já na reserva, em sua residência, um castelinho (literlalmente) na barranca do rio Tramandaí, tinha uma coleção com milhares de miniaturas de automóveis do mundo todo e já expandindo para outros tipos de viaturas. [Show as slideshow] 168880_459575677389020_34205662_n-Small Ubirajara-e-Rodrigo-Small cfo-1961-Small Nascido no dia 11 de novembro de 1941, na cidade de São Leopoldo, foi o primeiro filho de Judite Saraiva Dutra e de Artur Dutra. Ela, uma jovem de uma tradicional família da região metropolitana de Porto Alegre que, ao se apaixonar pelo rude Artur, teve de deixar a casa onde vivia confortavelmente para um simples barraco de chão batido onde o novo casal começou a vida. A família, quando o jovem Ubirajara ainda era um menino, residiu em São Leopoldo, Guaíba e Porto Alegre, sendo que a maior parte de sua adolescência foi passada no bairro do Cristal, em uma casa de alvenaria construída pelo pai, Artur, com suas próprias mãos. Apesar de pertencer a uma família humilde, a mãe professora do município de Viamão e o pai caminhoneiro contratado da prefeitura de Porto Alegre, jamais lhe faltaram condições, tampouco estímulo aos estudos. Mesmo no tempo em que a família residia em Guaíba o jovem Ubirajara estudava no “Colégio Anchieta”, em Porto Alegre, o qual à época situava-se à Rua Duque de Caxias, no centro da capital. Para chegar ao colégio o menino acordava muito cedo, ajudava o pai a “acionar” o motor da velho caminhão REO e depois tomava a barca na cidade de Guaíba para estudar em Porto Alegre, retornando no final do dia para sua casa. Por volta de 1950 a família se mudou para o bairro do Cristal, na capital gaúcha, para uma casa próxima ao atual Jóquei Clube do Rio Grande do Sul. Foi nessa época que desenvolveu o gosto por uma de suas maiores paixões, o futebol. Passava várias horas por dia jogando nos campos de várzea do Cristal com a gurizada de sua rua, e já se destacava como um bom jogador. Apesar de ser um vibrante colorado, chegou a jogar nas categorias de base do Grêmio Porto-Alegrense e no time principal do São José, que na época se comparava aos grande clubes de hoje em dia. Após concluir o ginásio (atual ensino médio), o jovem Ubirajara se preparava para uma carreira de contador, tendo inclusive já dado início a um curso técnico na área. Seu ingresso na Brigada Militar se deu de forma um tanto “sui generis”, para não dizer caricato. Próximo à casa da família, no bairro do Cristal, morava a família de um Oficial superior da Brigada Militar, de sorte que se estabeleceu uma relação de vizinhança e amizade ao longo dos anos. Entre tantas conversas havidas entre os vizinhos, surgiu a sugestão à Judite para que “inscrevesse” o jovem Ubirajara ao concurso de admissão ao “CIM” – Centro de Instrução Militar, órgão formador dos Oficiais da Brigada Militar na década de 1960. A sugestão dada ao filho surtiu um efeito contrário, pois à época Ubirajara jamais houvera cogitado a menor hipótese de se juntar à milícia do Estado, de forma que não deu atenção ao tema e prosseguiu com seus planos de tocar o curso técnico de contabilidade e de jogar futebol. Sem que o filho soubesse, Judite dirigiu-se ao CIM e efetuou a inscrição de Ubirajara no concurso de admissão ao Curso de Formação de Oficiais – CFO – que iniciaria no ano de 1961, e “determinou” ao filho que prestasse os exames nas datas agendadas. Ubirajara se encontrava em período de férias escolares, veraneando na praia do Quintão com primos e tios e, mais para não desagradar a mãe, veio a Porto Alegre prestar o concurso, com a certeza da reprovação. Após a realização das provas médicas, físicas e intelectuais foi marcada uma data onde todos os candidatos deveriam se apresentar na Chácara das Bananeiras para o resultado do concurso. Nesse dia um Oficial se postou defronte aos jovens ali dispostos e começou a ler os nomes de cada um, separando-os “para a direita” e “para a esquerda”, sem, contudo, explicar quem houvera sido aprovado e quem houvera sido reprovado. Como não sabia se tinha sido aprovado ou não, tão logo encerrou esta “separação”, os grupos foram dispersos, sendo que o grupo de Ubirajara foi encaminhado às primeiras atividades propostas. Ao final do dia ele pegou suas coisas e foi para casa. Ainda não entendendo muito bem se houvera sido aprovado ou não, continuou indo ao CIM junto com seu grupo, regularmente, e tomando parte das atividades diárias, sempre indo para casa no final do dia. Lá pelo terceiro ou quarto dia um de seus colegas o questionou “olha tchê, tu estás na falta do pernoite desde que iniciamos…”, ao que teria respondido “que pernoite?” Ele havia sido aprovado no CFO, já tinha iniciado o curso e, a bem da verdade, não sabia. A turma em que ingressara era a legendária turma de “Aspirantes de 64”! O Curso de Formação de Oficiais foi marcado pelas revoluções da Legalidade em 1961, no ano de ingresso e pela Revolução de 1964, ano da declaração de Aspirante a Oficial. Foi um período conturbado da história brasileira que manteve a formação dos Oficiais da Brigada Militar rigorosamente voltada para as ações de combate urbano e rural, bem como para as ações de guerrilha. Como Aspirante a Oficial foi designado para o 4º BPM, na cidade de Pelotas, onde serviu por um curto período e, por uma confusão havida com seu nome e o nome de um político da época, foi designado ainda como 2º Tenente para servir no Gabinete do Governador, onde trabalhou por 11 meses. Após esse período foi designado para servir junto à Academia de Polícia Militar, como Oficial coordenador de turmas do Corpo de Cadetes. Ali recebeu a alcunha que lhe acompanharia por toda a vida funcional, o apelido de “pestiado”. Foi nesse período que conheceu sua primeira esposa, Tânia Mara, com quem se casou e teve dois filhos; Renata Dutra e Rodrigo Dutra, este último, também Oficial da Brigada Militar. Um aficionado por heráldica e pelo estudo da simbologia, foi o idealizador do atual modelo de insígnias utilizadas por toda a Polícia Militar no Brasil. Na década de 1960 as Polícias Militares utilizavam insígnias diferentes para designar os mesmos postos e graduações correspondentes ao exército Brasileiro, em especial o “laço húngaro”. Vislumbrando que, em uma possível atuação conjunta das forças armadas e das Polícias Militares, não haveria co-relação entre os símbolos identificadores dos postos e graduações, elaborou, com base no modelo inglês, a estrela de quatro pontas, à similitude do Exército Brasileiro, que já havia abandonado o laço húngaro após a 2ª Guerra Mundial, e mandou cunhar um modelo em metal fundido, apresentando-o ao Comandante da Academia de Polícia Militar para uso “em caráter experimental”. A proposta foi levada pelo Comandante Geral da Brigada Militar à reunião do Conselho de Comandantes Gerais de Polícia Militar, em São Paulo, por volta do ano de 1967, sendo aprovada de forma unânime, passando, desde então, a ser o padrão nacional de designações hierárquicas. Após o período na Academia de Polícia Militar foi movimentado para o 3º Batalhão de Polícia Militar, ainda com sede em São Leopoldo, à época, tendo sido designado para a 2ª Companhia de Polícia Militar, na mesma cidade. Nessa Unidade viveu a maior parte de sua carreira, servindo desde o posto de 1º Tenente até o posto de Major, situação na qual comandou a Unidade por mais quase três anos, contados os períodos de substituição e de comando interino. No ano de 1970 foi comandante de pelotão da 1ª Operação Golfinho em Tramandaí, Unidade que pertencia ao 3ª BPM, onde, embora não fosse exímio nadador, tampouco Oficial do Corpo de Bombeiros, recebeu a incumbência de, além de executar o policiamento ostensivo da cidade, coordenar a execução do serviço de salva-vidas, tarefa que foi delegada ao Sargento Wasenkeski, que atuou como seu auxiliar de pelotão para o cumprimento da missão. Um apaixonado por construção civil, iniciou o curso de Arquitetura e Urbanismo na UNISINOS, em São Leopoldo, e foi o responsável por diversas obras na região do 3º BPM, com especial destaque aos recortes topográficos da sede do 3º Batalhão de Polícia Militar, em Novo Hamburgo e ao prédio da 2ª Companhia de Polícia Militar, hoje sede do 2º Comando Regional de Bombeiros, onde a construção da piscina do quartel sobre uma vertente natural, até hoje, é objeto de estudo nas aulas da faculdade de Arquitetura e Urbanismo daquela Universidade. O preciosismo e a preocupação com os detalhes fizeram co que o 3º BPM fosse eleito, nos anos 80, a “Unidade Modelo” de Polícia Militar do Brasil, sendo objeto de visitas de delegações dos Cursos de Aperfeiçoamento e Superior de Oficiais de todo o País. Teve, ainda, passagens pelo 5º Regimento de Polícia Montada, na cidade de Santiago, pelo Estado Maior da Brigada Militar, onde ajudou a construir as propostas de criação do GUAPO (Grupamento Aéreo de Polícia Ostensiva) e do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais), o qual pertencia ao 9º BPM com o nome de CT-9, à época. Também nesse período tomou parte na modernização da então Escola Estadual de 2º Grau da Brigada Militar, concebendo-lhe o nome de “Colégio Tiradentes”, a exemplo de estabelecimentos similares já existentes no Brasil, bem como foi o responsável pela completa reformulação dos uniformes do CTBM, trazendo-lhes o modelo que persiste até os dias de hoje. Foi também Chefe do Centro de Intendência, período onde idealizou a retirada do capacete de combate do serviço de policiamento ostensivo regular, substituindo-o pela cobertura branca (gorro com pala). Também neste caso foi a Brigada Militar a pioneira na formulação da proposta, a qual foi acolhida no ano de 1987 por todo o Brasil, sendo São Paulo a primeira Polícia Militar a utilizá-lo após a proposta da Brigada Militar. No ano de 1990 serviu junto ao Instituto de Pesquisas da Brigada Militar, Unidade que teve como mentor o então Capitão Vanderlei Martins Pinheiro, e a qual dedicou enorme carinho, sendo o primeiro Chefe a servir nas novas instalações do IPBM. Durante o Governo de Alceu Collares foi designado para servir junto à Secretaria de Segurança Pública, local onde foi promovido ao posto de Coronel e foi transferido para a reserva remunerada. Após sua transferência para reserva remunerada trabalhou por um curto período como gerente de operações de empresas privadas de segurança, para, logo em seguida definitivamente se aposentar. Grande apreciador de carros antigos, deu início a uma coleção de miniaturas em escala 1/18, a qual evoluiu para a aquisição de veículos em tamanho real. Sua pequena coleção chegou a comportar, além dos 114 modelos em escala, um MP-Lafer conversível ano 1981, um Carmann Ghia ano 1969, um Carmann Ghia ano 1970 e um Citroën Lèger ano 1952. Sempre manteve uma ligação muito íntima com a Brigada Militar, sua maior e mais verdadeira paixão, atento a todas as movimentações do cenário político Gaúcho e Nacional e, apesar de sua debilidade de saúde nos últimos anos, viveu e acompanhou cada passo da Instituição até o último instante. Após a separação de sua primeira esposa, casou-se com Maria Matilde Marques Costa, com que viveu até o ano de 2011 em uma bela casa à beira do Rio Tramandaí, seu refúgio de aposentadoria e local de reunião dos Oficiais da Operação Golfinho durante os meses de verão e dos filhos e netos ao longo de todo o ano. Faleceu no dia 27 de Agosto de 2011, no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre. Nota do JCB No Almanaque da Brigada Militar do ano de 1990, o Cel Ubirajara Vieira Dutrra aparece com os seguintes dados informados (transcrição literal) abaixo: 16 – UBIRAJARA VIEIRA DUTRA – (RE 34.375.7). M 11-11-41. P 01-03-61. Asp Of 18-11-64. 2º Ten 29-06-65. 1º Ten 20-09-67. Cap 29-0674(A). Maj 18-11-81 (A). Ten Cel 04-09-87(M). Cursos: CFO/64, CAO/76 CSPM/89 (PM/SP), CEOE/72, CEPM/72. Cond/Medalhas: Estrela de Bronze.
Posted on: Sun, 22 Sep 2013 20:32:00 +0000

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