Um cantar cearense “Somos um povo que canta – muitas vezes - TopicsExpress



          

Um cantar cearense “Somos um povo que canta – muitas vezes sem razões aparentes para a alegria. A canção estaria na palma dos coqueiros, no vento soprando os grãos de areia das dunas, no mar quebrando nas praias paradisíacas, no cenário clichê que se contrapõe às secas, à aspereza do espinho, à terra crestada pelo Sol. O aboio, a incelença, o bendito, o repente, o coco são manifestações de cantares, as várias vertentes a que se associam as propostas de nossos compositores, os nossos cantores num sentido mais amplo e mais próprio, afinal, são eles que elaboram e dão forma ao mote que é cantar. Existiria um cantar cearense? Um canto com sotaque que refletisse e digerisse todas essas influências folk, telúricas, e expressasse um jeito peculiar de ver/sentir/ falar do mundo? O propósito de aprofundar essa questão nos leva a Ednardo, estuário urbano e cosmopolita de todas essas influências. A escolha de Ednardo para esta tentativa de análise não parte de mero capricho ou da preferência pessoal – que dispensa justificativas. Dentre todos os discursos dos compositores populares cearenses, o dele é o mais rico para uma análise com a finalidade de encontrar e pinçar traços do que seria um cantar cearense. Um corte nos primeiros dez anos de carreira de Ednardo vai nos mostrar um compositor em plena vitalidade e esforço criativo, capaz de guinadas, revisões, depurações. A facilidade da escolha de Ednardo se choca com a dificuldade que ele tem de se ajustar aos rótulos, às tentativas de classifi-cação e compartimentação. Ele tenta, ousa e pontilha o trabalho com influências várias, do rock ao maracatu, do frevo à lambada, o que dá ainda maior riqueza e diversidade às propostas do compositor cearense.” O trecho foi retirado da introdução de O Ceará do Ednardo, de Gilmar de Carvalho
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 23:34:41 +0000

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