VESTIR UMA FARDA JÁ BASTA PARA GOVERNAR O BRASIL? As Forças Armadas tem mantido a boca fechada. Tem muita gente suplicando pela volta deles, para salvar o Brasil. Não falta nem uma Marcha pela Família etc. para dar a partida no movimento redentorista. Do que me lembro de 64, nem pensar numa volta dos militares. Aliás, que militares? Aqueles velhos generais da Redentora, os que não morreram, já estão de pijama. Não os imagino numa reprise, seus vultos aparecendo de dentro de barulhentos e antigos tanques de guerra. Talvez ainda falem muito do passado, em seus Clubes Militares, o que é o suficiente. E os novos milicos, quem serão? O que pensam? Falando a verdade, eu nem sei o nome dos comandantes de nossas forças militares. Li nos jornais que eles já deveriam ter dado baixa, constitucionalmente, coisa que a Dilma não quer. E eles se mancam. Se isso é verdade, esses três senhores estão segurando as pontas dela. E por consequência, do Lula e sua quadrilha bem posicionada dentro do governo, muito mais bem armados do que os militares. Digamos provisòriamente. Porque ao invés de fusís, eles tem os seus diplomas constitucionais de deputado, senador, ministro...Moral mesmo, esses políticos não tem nenhuma. Seriam trucidados ao final de uma guerra civil.Temos então aqui o dilema : sabemos quem são os bandidos, os políticos anti-patrioticos, os safados, os ladrões – mas não sabemos quem são os mocinhos. Mudos os militares estão. Sobre as grandes questões nacionais, eles respondem olhando para o lado. O Brasil tem uma agenda de problemas que daria uma lista telefônica. Mas os militares, silêncio. Se nos fosse dada uma oportunidade de desmanchar o Congresso agora e mudar a presidenta, os ministros...pelo menos, já saberiamos quem lá presta ou não. E se os militares se candidatassem? Visto de que não sei nada deles, posso só imaginar um buraco negro, desses que aparecem sendo discutidos nos programas nas TV dizendo que existem...mas só por dedução, não por vê-los diretamente no mundo da astronomia. A mudez dos militares, esse buraco negro, não suscita confiança. Mas se pudéssemos enxergá-los dentro de suas casernas nós os veriamos desmontando suas armas, lubrificando as engrenagens do seu equipamento, com o rosto pintado de negro, empilhando cunhetes de munição e esperando ordens. Para um civil normal, dá medo. Eles se proclamam – e são proclamados – como os guardiões da Constituição. E nós, abestalhados com os exageros de ver os políticos praticando seu cotidiano de crimes e desonestidades diversas, sem punição, pensamos discretamente: que diabo de Constituição? E fazemos manifestações fogo-de-palha, na esperança de fazer surgir uma liderança enérgica para desmanchar, queimar esse lixo que está mandando sobre todos nós. E aparentemente, até sobre as Forças Armadas Brasileiras. Pois quem cala, consente, já diz a sabedoria popular. Uma farda medalhada, a posição empertigada de sentido e batendo continência já não bastam. Mas não sou eu quem vai defender a volta deles, assim numa boa. Os militares deveriam poder colocar-se, como qualquer um, democraticamente, sem que isso significasse insuburdinação, quebra de hierarquia. Espero que um dia eles se despojem de suas fardas, metafòricamente, e venham às ruas para dizer o que pensam, discutir sua plataforma de valores, se identificar com o povo que representam.
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 22:24:34 +0000
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