Vinicio Santos, quando começarmos a estudar francês, cumpre - TopicsExpress



          

Vinicio Santos, quando começarmos a estudar francês, cumpre vermos algo do diretor Sacha Guitry, suas frases são espirituosas, ao que tudo indica são bons, nada de muito original, por enquanto, mas já é algo, deixarei aqui uns exemplos de frases, um resuminho biográfico ( o cara iniciou na comédia aos 21 ) e um pequeno conto do mesmo. (São do livro “Maravilhas do Conto Francês”, Editora Cultrix – São Paulo, 1958, pág. 319. Seleção de Jean P. L. Bellade e organização de Diaulas Riedel) "As pessoas mais desiludidas na vida são as que só recebem aquilo que merecem." "Quando se acaba de ouvir um trecho de Mozart, o silêncio que se lhe segue ainda é dele." "A vaidade é o orgulho dos outros." "A maior grosseria que se pode fazer a um homem que roubou a tua mulher é deixá-la para ele." "O pouco que sei devo-o à minha ignorância." "Uma mulher que fuja com o amante não abandona o marido, livra-o de uma mulher infiel." "As mulheres honestas lamentam as faltas que não cometeram." "Diante do amor existem três tipos de mulher: aquelas com as quais nos casamos, aquelas que amamos e aquelas que pagamos. Todas essas podem muito bem estar numa só. Começamos por pagá-la, depois a amá-la e, por fim, casamo-nos com ela." ( essa acho que não é dele, creio ter ouvido em outro lugar ) "Sou a favor do costume de se beijar as mãos de uma mulher quando somos apresentados. Afinal, é preciso começar por algum lado." "A esposa ideal é aquela que lhe permanece fiel, mas que tenta parecer tão charmosa como se não fosse." "As mulheres são feitas para se casarem e os homens para serem celibatários. Daí é que vem todo o mal." ( precisaríamos conhecer o contexto dessa ) "Há pessoas que falam, falam, até encontrarem, finalmente, qualquer coisa para dizer." "Há pessoas que têm tudo para ser felizes, excepto a felicidade." "Você pode fingir ser sério; não pode fingir ser espirituoso." "Amar-se moderadamente é o apanágio dos medíocres." "Dai e vereis... é excelente para o moral... dar aos outros, é dar-se a si mesmo crédito." "Há apenas uma coisa ultrajante para uma mulher: não ser desejada!" "Diz-se que o dinheiro não faz a felicidade: evidentemente alude-se ao dinheiro dos outros." "A indulgência é o segredo da felicidade! Perdoa tudo de antemão..." "Maridos: deveis abster-vos de contar à esposa as infâmias que vos fizeram as que a precederam. Não convém sugerir-lhe ideias." "Perguntai a vinte homens ou mulheres qual é a sua mais voluptuosa recordação - responderão: não nos conhecíamos, amamo-nos durante três horas loucamente - e nunca mais nos vimos." Pequena Biografia Sacha Guitry nasceu em São Petersburgo, Rússia, no ano de 1885. Filho do famoso ator Lucien Guitry, dedicou-se desde muito cedo ao teatro, ora como autor, ora como ator ou diretor. Aos vinte e um anos de idade, revelou-se comediógrafo de méritos invulgares com a peça "Nono" — um dos grandes êxitos da época, e ainda hoje de vez em quando ressuscitada nos melhores teatros da Europa. Vivacidade, ironia, graça e originais dotes de psicólogo, eis algumas das características que marcam o teatro de Sacha Guitry, assim como os seus contos e crônicas. Disputou, durante muito tempo, com Tristan Bernard, o título de homem mais espirituoso da França. Se o primeiro dominou no período anterior à guerra de 1914, é indiscutível que cabe a Guitry o cetro no período que vai de 1920 a 1940. Homens como Bernard Shaw, Anatole France, Mirbeau e tantos outros mais, prodigalizaram louvores à obra deste escritor, não faltando mesmo quem o comparasse a Molière. Ressalvando o evidente exagero, e guardada a devida proporção, ainda assim é muito o que sobra para a glória de Sacha Guitry, espírito inquieto, buliçoso, que não contente com as experiências e glórias teatrais, tentou ainda o cinema, dirigindo ou representando filmes hoje incorporados ao que de melhor produziu o cinema francês. A arte de Guitry se caracteriza por uma extrema espontaneidade e uma grande riqueza de invenção cômica. Pode-se, diz um crítico, criticá-lo pela solidez de construção de algumas de suas peças ou livros, mas jamais será censurado por ausência de vivacidade e de graça. O espelho Sacha Guitry Esta aconteceu na China. Um chinês preparava-se para ir ao mercado, que fica a alguns dias de viagem. Está anoitecendo. O chinês despede-se da mulher. — Até à volta, Mel de Crisântemo. Que quer que lhe traga do mercado? — Eu queria um pente. — Um pente? Está bem. Mas eu tenho que comprar tanta coisa, como é que me vou lembrar? — Não precisará mais do que olhar para a lua. Veja: a lua é crescente. Pois bem, o pente que eu quero é exatamente da forma da lua crescente. — Até à volta. E o chinês parte. Chega ao mercado. Faz suas compras. Terminando-as, já bem tarde, lembra-se da promessa, mas não se lembra muito bem do objeto desejado pela mulher. Encontra-se, nesse momento, junto de um mercador e lhe diz: — Pois veja só: prometi levar um presente a minha mulher, mas não me lembro mais o que foi. Ah! sim, espera. Estou-me lembrando agora que ela me disse para olhar a lua. — Olhe, é lua cheia. (A lua, que estava no seu primeiro quarto no dia da partida do chinês, agora era cheia). — Deve ser um objeto redondo. E o chinês compra um espelho, paga-o, faz um pacote e põe-se a caminho para a volta. Ao chegar em casa, diz-lhe a mulher: — Bom dia, meu marido. Trouxe-me o que eu lhe pedi? — Naturalmente. Aqui está. E o chinês dá o pacote à mulher, que apressadamente o abre. Essa mulher nunca tinha visto um espelho. E vendo nele um vulto de mulher, fica indignada: — Meu marido, comprou outra mulher! E Mel de Crisântemo chora todas as lágrimas de seu pequenino coração. Os seus olhos chamam a atenção de sua mãe. — Ah! mamãe, mamãe — grita ela. — Venha ver. Meu marido trouxe para casa outra mulher. A mãe toma o espelho, olha-o e diz à filha: — Fica sossegada: é tão velha e tão feia!
Posted on: Sat, 07 Sep 2013 13:35:06 +0000

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