Vou deixar aqui mais uma introdução de uma das minhas - TopicsExpress



          

Vou deixar aqui mais uma introdução de uma das minhas histórias. Para aqueles que nunca leram nenhum dos meus textos, aqui vai uma nota de esclarecimento sobre eles. - Joaquim Antonio é um pseudônimo que uso para escrever; - Embora use levemente, como base, fatos que ocorrem em minha rotina, TUDO O QUE EU ESCREVO É FICÇÃO; - Meus textos são fortemente influenciados por Tabajara Ruas, Quentin Tarantino e Guy Ritchie; - Esse texto em especial, é apenas uma pequena introdução e ainda não passou por nenhum tipo de revisão. Comentem o que acharam... Sem Título Joaquim Antonio Prólogo Os acontecimentos que estou disposto a redigir aconteceram há cerca de um ano no decorrer de um final de semana e, embora pareçam surpreendentes em determinados pontos, asseguro-lhes que são todos verdadeiros. Presenciei a maioria deles e confio plenamente nas pessoas que me contaram os fatos aos quais eu não estava presente. Para evitar problemas com a Lei, decidi mudar o nome de todas as pessoas envolvidas. Afinal, a versão apresentada para a justiça, não é exatamente a real. É bom esclarecer também, que para o fim de efeito literário adequado a essa história, escreverei na terceira pessoa. E, até certo ponto, me esforçarei para deixa-la atemporal. PS: Esse relato não tem a intenção de apontar culpados e nem serve como confissão. É apenas um exercício pessoal para evitar o tédio, a solidão e por que não, a tristeza que tem se abatido sobre mim nos últimos dias. Capitulo I Lucas parou o carro em frente ao nº 612 da Rua das Flores na pequena cidade de Santa Clara do Monte. A Rua das Flores é uma ruazinha paralela à única avenida da cidade e o nº 612 era onde morava o seu melhor amigo, Max e o irmão deste, Christopher que todos chamam simplesmente de Cris. Buzinou e olhou para a casa no outro lado da rua. Max, que na verdade, chama-se Maxwell apareceu na janela e fez sinal para esperar. Lucas abriu o porta-luvas e procurou pela carteira de cigarros que tradicionalmente deveria estar escondida bem no fundo. Embora tivesse 24 anos, o fato de ainda morar com os pais, um tanto conservadores e religiosos, fazia com que dedicasse certo tempo a esconder “pequenos desvios de caráter”, como classificaria seu pai. Fumar, certamente seria um deles. Além do mais, já tinha um enorme problema para esclarecer aos pais muito em breve. Abriu a porta, saiu do carro, escorou-se na lateral e acendeu um cigarro. Era uma manhã gloriosa do primeiro sábado do mês de outubro e pensou, com um misto de tristeza e felicidade, que se esse fosse o último final de semana para fazer folia em um longo tempo, começava muito bem. Lucas era descendente de imigrantes alemães. Alto, musculoso e de rosto permanentemente corado. Quando sóbrio tinha um temperamento sério e por vezes calado. Mudava após algumas cervejas, dando-se então, ao luxo de arrombos de felicidade e falar mais do que o necessário. Esse, por fim, foi o motivo do seu maior e pior incomodo antes daquele final de semana. Alguns meses antes, em plena madrugada, Lucas foi parado em uma blitz da polícia no centro da cidade. Tinha acabado de deixar Max e Cris em casa e agora se dirigia com Gabriel para o Machado de Assis, um bairro no outro lado da cidade, onde ambos moravam. Sob o efeito de várias geladas e algumas carreiras de “brilho”, Lucas começou a falar mais que a boca assim que o policial se aproximou do carro. E, mesmo isso, teria passado despercebido pelo simplório soldado do interior, mas não do tenente Borges que a pouco havia chegado de Porto Alegre para comandar a Brigada Militar de Santa Clara do Monte. Lucas e Gabriel tiveram que descer do carro e depois de muita altercação entre todos, embora não tenham encontrado nada de ilegal a essa altura com eles, Lucas foi encaminhado ao hospital para perícia médica já que apresentava sinais de embriaguez e não havia bafômetro na cidade. Algum tempo e duas audiências depois, Lucas foi condenado a pagar multa e a devolver a carteira de motorista ao DETRAN no prazo de até um mês. Ficando assim, um ano sem habilitação. Chegava o momento de dar explicações aos velhos em casa, já que embora pareça incrível, tinha conseguido ocultar tudo isso. Mas seria impossível, de uma hora para outra, começar a pegar o ônibus todos os dias para o trabalho sem explicar o motivo de não ir de carro. Enfim, esse era o último final de semana que ele e seus amigos teriam um veículo. Era melhor aproveitarem bem. Max apareceu no canto da casa arrumando os óculos escuros e alisando a camisa polo. Definitivamente era um sujeito que, embora nunca tenha cobrado isso dos outros, gostava de cuidar da aparência. Sempre barbeado e bem vestido, fazia sucesso entre as mulheres. E, em determinados lugares, incomodava os outros homens. Mais de uma vez a turma teve que envolver-se em algum tipo de peleia por china, em algum bar ou zona. Uma tremenda bobagem. Se analisassem com atenção iriam perceber que Max, mesmo com seu jeito direto de ser, era gentil, raramente era o primeiro a iniciar uma agressão física ou verbal e desde que se dirigissem a ele com educação, seria capaz de abrir mão de qualquer menina para não se incomodar. Mas educação não é a qualidade mais vista nas madrugadas dos puteiros do interior do Rio Grande do Sul. E toda vez que um bêbado se dirigia a ele vomitando cobras e lagartos, dava-se inicio ao reboliço. Outra coisa que irrita Max profundamente é quando alguém diz que Messi não é o melhor jogador de futebol de todos os tempos e, nem Lucas, nem Gabriel e nem mesmo seu irmão Cris conseguiam entender o motivo de tanta devoção. Esse assunto já fora motivo de acaloradas discussões entre fãs de Pelé, Zico e até Maradona. Mas nada o enfurecia mais do que ouvir alguém afirmar que até Cristiano Ronaldo é melhor que Messi. Nesses casos bufava, falava para quem quisesse ouvir que não perderia tempo discutindo com quem não entende de futebol, virava as costas e saia. Mas houve um caso em que Max já estava com pouca paciência e um burguesinho, filhinho de papai afirmou que Lionel Messi não sabia cobrar faltas. Foi o início de uma das maiores brigas na zona do Tatu.
Posted on: Wed, 30 Oct 2013 17:46:51 +0000

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