eu amo e nunca canso de assistir as músicas desse smile live - é fascinante assisti-lo junto com beautiful dreamer: Brian Wilson and the story of smile e compreender o que todos os anos de violência emocional paterna, escapismo químico do sentimento de culpa, o sentimento de se sentir um incômodo perante o sucesso do The Beach Boys, o cara que está atrapalhando por dificultar demais com suas loucuras o que já está bom. sim, assistir um ao lado do outro, nessa ordem. uma das cenas finais de brian (re)compondo smile com darian sahanaja do Wondermints é sufocante, quase insuportável: ele ao canto, pessoas agindo normalmente e com todas as boas intenções mas brian wilson, por vários pensamentos em sua mente, a beira de mandar todos para o inferno para querer se afastar ao máximo do local que apenas ele está. em todo o processo de (re)composição de smile, darian foi quase o cara que antevia a pior circunstância possível da exposição de brian wilson à obra que mais lhe trouxe tormenta por 30 anos e tentava redirecionar para que, em questão de meia palavra e alguns segundos, todos os esforços não fossem por água abaixo. é macabro, quase agridoce pois ouvir o disco é quase como alcançar o céu, físico, apalpar nuvens, se fundir com luzes do sol, sorrisos. há uns dez anos atrás um cara brilhante me lançou escrever um texto sobre deus e música, mas não abordando religião. escrevi sobre Pet Sounds e não foi tão complexo quanto eu imaginei - talvez eu mesmo vivesse em um outro mundo, na época, apenas relatando o que eu via aonde vivia. wilson nunca foi louco, apenas sucumbiu às pressões e incoerências que foi exposto: deve ter alguma pessoa nesse exato momento próximo a você nesse mesmo estado. a diferença é que brian botou Paul McCartney pra cortar verdura e gravou. só isso (e tudo isso, óbvio).
Posted on: Tue, 05 Nov 2013 23:18:12 +0000