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#vempraruadenovo INVENTANDO A TERCEIRA DEMOCRACIA 1 Não se trata de adivinhar como será a terceira democracia. Trata-se de inventá-la. 2 É claro que tal invenção se dará dentro dos horizontes de possibilidades dos novos mundos altamente conectados que estão emergindo no dealbar deste terceiro milênio. 3 Observando as tendências contemporâneas, alguns fenômenos, eventos, experimentos e configurações emergentes (novas formas de organização e convivência que começam a surgir em profusão por toda parte) podem estar indicando o seguinte sobre a terceira democracia: [] - Que a organização de suas instituições espelhará mais um padrão de rede (estruturas mais distribuídas do que centralizadas) do que de hierarquia (estruturas mais centralizadas do que distribuídas). [] - Que sua dinâmica será mais interativa do que participativa ou adesiva. [] - Que ela adotará procedimentos diretos mais interativistas (abertos à interação fortuita, em tempo real) do que assembleístas-participaticionistas (seguindo pautas previamente estabelecidas por alguma coordenação centralizada). [] - Que ela combinará procedimentos diretos interativos com procedimentos representativos (porém transitórios, com representações revogáveis a qualquer momento). [] - Que ela se guiará mais pela lógica da abundância do que pela lógica da escassez (ou seja, utilizará cada vez menos modos de regulação de conflitos que introduzam artificialmente escassez: como a votação, a construção administrada de consenso, o rodízio e o sorteio). [] - Que seus atores serão mais pessoas interagindo em multidões consteladas e em comunidades configuradas para a convivência do que indivíduos figurando em massas arrebanhadas ou sendo chamados periodicamente a influir na vida política como eleitores solitários. [] - Que a formação democrática da vontade política terá mais como fonte originária a cooperação voluntária, com a convergência comunal de desejos pessoais para contender com um problema ou realizar um projeto, do que a liberdade individual de opinar protegida da interferência do Estado (segundo a visão liberal) ou do que o reino público constituído pela argumentação discursiva (segundo as visões do republicanismo político e do procedimentalismo democrático). [] - Que ela terá diversas "fórmulas" locais e não mais uma única fórmula pretensamente global (ou internacional, como ocorreu com a segunda democracia). [] - Que ela será realizada em miríades de sociosferas e não em apenas menos de duas centenas das unidades político-territoriais centralizadas (chamadas de países ou Estados-nações). [] - Que ela coexistirá marginalmente e por longo tempo com as democracias realmente existentes (incluindo as democracias plenas, as democracias parasitadas por regimes manipuladores e as democracias em processo de autocratização) e também com protoditaduras florescentes e ditaduras remanescentes. Para teorizar sobre essas tendências e experimentá-las em ensaios concretos de novos modos de convivência social, vários campos de livre-invenção - ou de cocriação - estão sendo abertos neste momento. Ora, isso já faz parte da terceira invenção da democracia. Por Augusto de Franco
Posted on: Tue, 02 Jul 2013 13:27:33 +0000

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