"É um amor desinteressado... Nem sequer exige que ele a ame. Nunca se atormentou com as perguntas que torturam os homens e as mulheres: Gostará ele de mim? Já terá amado alguém mais do que me ama a mim? Amar-me-á mais do que eu o amo? Todas essas interrogações que questionam o amor, que o medem, o perscrutam, o inspecionam, não se arriscarão a matá-lo na casca? Se somos incapazes de amar, talvez seja por desejarmos ser amados, ou seja, por queremos alguma coisa do outro (o seu amor), em vez de chegarmos junto dele sem reivindicações e não querermos senão a sua simples presença...Aceitou tal e qual como ele é, não tentou modificá-lo, deu a sua anuência prévia ao seu universo, não quer confiscar-lho, não tem ciúmes. Nao tem a intenção de modificá-lo, simplesmente quer lhe ensinar a língua elementar que havia de permitir-lhes compreenderem-se e viverem os dois juntos. O seu amor é um amor voluntário, ninguém a obrigou a isso. Pode presentear outro com um idílio. Seu amor um é um amor idílico. É um amor sem conflitos, sem cenas dilacerantes." A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 07:51:53 +0000
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