(04/11/2013) - SERÁ QUE O TRIGO SEM TEC VAI MESMO CONCORRER COM O TRIGO NACIONAL? Importante nos atermos sempre aos dados. Após muitas reclamações quanto ao potencial de redução de preços futuros da expansão do período de isenção da cobrança da TEC (Tarifa Externa Comum), temos neste momento um cenário de que o “estrago pode já estar feito”, diante da ausência de produto isento de TEC para compra futura. Após diversas semanas sem a publicação dos dados semanais de exportação do trigo americano, tivemos na última quinta-feira a publicação do acumulado das últimas 3 semanas (10, 17 e 24/10), e assim vimos que somente de trigo americano, já tínhamos em 24/10 3,121 milhões de toneladas compradas de 3,3 milhões de toneladas liberadas sem a cobrança do imposto desde abril/13. Somado a isso temos que no mínimo 80 mil toneladas de trigo canadense já chegaram ou estão por vir aos portos brasileiros desde abril/13 (dados do SECEX e acompanhamento de line-ups de navios pela AF News em outubro). Assim sendo, a redução da TEC implica em uma redução nos preços de recebimento do trigo estrangeiro em relação ao que se esperava pagar este mês. E não a uma competição do trigo isento pelo trigo nacional. Causando uma dispersão indireta dos compradores em relação ao trigo produzido por aqui, já que para se obter uma média de preços de estoques de trigo inferior, poderia se buscar mais o trigo nacional com trigo americano pagando-se 10% de TEC. Trader consultada na manhã de hoje confirmou que não há a possibilidade de novas compras serem realizadas sem TEC, não só pelo volume da cota isenta, como também pelo prazo de duração final desta isenção, que segue em 30 de novembro. Último cálculo teórico de paridade de importação de trigo nos portos brasileiros publicado em 30/10 por AF News (exclusivo a assinantes), indicava trigo americano desestivado sobre rodas a R$ 849/ton (sobre caminhão, incluindo frete, despesas aduaneiras, seguro e descarga do navio). Cotação bem superior aos preços praticados pelo trigo nacional neste momento. De fato, a reclamação de liberação da cota isenta adicional no período de colheita é justa por parte dos produtores, já que há poucos meses se falou em incentivar o plantio de trigo nacional para nosso país ficar imune às variações de câmbio e das flutuações da oferta internacional de trigo. Sendo estas falas seguidas do subsídio ao recebimento das compras externas. Outro ponto que cabe crítica em relação a esta intervenção do final de outubro, é que as liberações fracionadas da cota isenta e sem divulgação prévia (que tem ocorrido desde abril) inibiram grande parte do efeito de redução de preços aos consumidores. Haja visto que, a divulgação em final de outubro (30/10), ocorreu quando grande parte das negociações de farinhas de trigo para entrega em novembro às indústrias já haviam sido feitas, e assim o acréscimo de preços da TEC já estava incorporado à matriz de preços dos moinhos, minimizando a redução de preços de derivados já em novembro/13. Porém as coisas não ocorrem à toa, no último mês o noticiário foi bombardeado com notícias de que o pãozinho iria aumentar, que o derivado de trigo “seria o vilão da história” no combate à inflação daqui em diante, etc. Algo que a AF News não concorda, haja visto que as farinhas de panificação tiveram já quedas tímidas no mês de outubro e seguem com pressão de queda em novembro. Nos meses após a interferência da colheita nacional e do MERCOSUL possivelmente isso possa se tornar um realidade. Fonte: AF News Análises
Posted on: Wed, 06 Nov 2013 10:52:33 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015