13 de Agosto, Apologética A CONDIÇÃO DO HOMEM, SEGUNDO BLAISE PASCAL: INCONSTÂNCIA, TÉDIO, INQUIETAÇÃO. Sobre inconstância – Pascal, em sua obra Pensamentos, assim define: “O sentimento da falsidade dos prazeres presentes e a ignorância da vaidade dos prazeres ausentes causam a inconstância. (73)” A falsidade dos prazeres presentes, é quando alguém realiza um desejo que se julgava ser a solução de todos os problemas; Por exemplo, quero muito conseguir comprar um carro e então consigo; Mas e depois? Em menos de seis meses, vão lançar carros melhores, e o seu não será tão interessante, e além do mais, enjoamos facilmente das coisas depois que elas deixam de ser novidades e se tornam comuns. Quanto a ignorância da vaidade dos prazeres ausentes, é a crença que se conseguir realizar desejos – coisas que ainda não temos – pode resolver nossas vidas. O homem que consegue algo, logo se entedia e passa a querer outra coisa – e mesmo que consiga a outra coisa – não ficará satisfeito por muito tempo e continuará inconstante; E quando não consegue a outra coisa, inquieta-se, pois não entende que o desejar nunca cessa e nada material o sacia. Daí uma das máximas de Schopenhauer: Há dois modos de ser infeliz, uma é conseguir o que se quer e a outra é justamente não conseguir. Somos inconstantes porque buscamos ora uma coisa, ora outra, e não há nada do mundo que resolva a vida. RESPOSTA DE SANTA TERESA DE JESUS A INCONSTÂNCIA “NADA TE PERTUBES. NADA TE AMEDRONTES. TUDO PASSA, MAS SÓ DEUS NÃO MUDA. A PACIÊNCIA TUDO ALCANÇA. A QUEM TEM DEUS NADA FALTA SÓ DEUS BASTA.” Sobre o tédio: “Quem não vê a vaidade do mundo é ele próprio bem vão. Assim, quem não a vê, exceto nos jovens que estão todos no meio do barulho, na diversão e no pensamento do futuro. Mas tirai-lhes a diversão, vós o vereis secar de tédio. Passam então a sentir o seu nada sem o conhecer, porque é ter muita infelicidade estar numa tristeza insuportável, logo que se fica reduzido a contemplar a si mesmo sem disso se divertir. (36)” O homem prefere seguir uma bola, ter companhias que nada lhe acrescentam a ficar sozinhos; Busca-se diversão e barulho o tempo topo, pois o silêncio e o nada que existe dentro de nós é insuportável. O homem foi criado para viver na presença de Deus e após a queda, essa presença vital tornou-se ausência, solidão e daí o tédio. “Vinde Espírito Santo, e enchei o coração de vossos fiéis com o seu amor.” Sem essa busca por uma conexão com os céus, nossos corações permanecem vazios e o homem busca preenchê-lo com coisas vãs. Não sossegam e não pensam em outra coisa a não ser em se divertir para, deste modo, esquecer-se do nada que guardam dentro de si. Sobre a Inquietação: “Examine cada um os seus pensamentos. Vai encontrá-los a todos ocupados com o passado ou com o futuro. Quase não pensamos no presente, e se nele pensamos é somente para nele buscarmos a luz para dispormos do futuro. O presente nunca é o nosso fim. O passado e o presente nunca é o nosso fim. O presente e o passado são os nossos meios; só o futuro é o nosso fim. Assim não vivemos nunca, mas esperamos viver e, sempre nos dispondo a ser felizes, é inevitável que nunca sejamos.” Aqui está a mentira da teologia da prosperidade e a falsidade de engodos da engenharia social que prega a possibilidade de um céu na terra. São Paulo nos diz: “Não vos conformeis com este século.” Jesus nos prometeu outro mundo, incorruptível, onde o habitaremos com corpos celestiais, também incorruptíveis. Jesus teve uma vida pobre e morreu tragicamente. Não tentou revolucionar este mundo corrupto habitado por corpos corruptos, mas viveu para apontar o caminho dos céus; Não merecemos este outro mundo, mas o Salvador resolveu esta questão: Morreu por nossas dívidas para que lá possamos entrar um dia. Dá-lhe Pascal, que Deus o tenha. Santa Teresa de Jesus, rogai por nós! Boa terça, Thiago.
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 12:32:11 +0000