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19/07: Reinauguração do Cine-Theatro Pedro Amorim, no Assu, que desta forma se reconecta com o seu passado de glórias no teatro; reproduzo o artigo que pubkiquei em o Novo Jornal no último domingo: CRONOLOGIA DO TEATRO NO ASSU: 1884-2013 Por Franklin Jorge O Assu terá o seu Cine-Theatro Pedro Amorim reinaugurado ainda neste mês de julho. Construído em 1930 pelo industrial Francisco Fernandes Martins, estava desativado desde 1980. Restaurado por iniciativa do prefeito Ivan Junior, que desde o seu primeiro mandato tem se empenhado em prestigiar as tradições culturais da cidade, resgatando antigos valores que fizeram do Assu, no passado, a “Atenas norte-rio-grandense”. Foram 12 teatros até a inauguração do Cine-Theatro Pedro Amorim em 1935, informação que me parece equivocada, pois há registros de representações teatrais em seu palco desde 1931. É escusado lembrar que, somente em sua primeira fase e de maneira esporádica, o Cine-Theatro Pedro Amorim abrigou peças de teatro. E, para refrescar a memória dos fatos, publico abaixo uma Cronologia do teatro no Assu, extraída do livro publicado em 1972 por Francisco Amorim. Vale conferir: 1884 – 16 de março: Surge à Rua das Flores (atualmente Rua Prefeito Manoel Montenegro) o Theatro São José, em homenagem ao Santo do Dia, uma tradição católica. Empreendimento administrado pela Sociedade Dramática Recreio Familiar é, historicamente a primeira casa de espetáculos da cidade do Assu, anterior à construção do Theatro Carlos Gomes (atualmente Alberto Maranhão), em Natal, iniciada em 1898. A propósito, quando os atores em Natal ainda atuavam ao ar livre ou em palhoças cobertas de palha de coqueiros, já se fazia teatro no Assu em casas de tijolos adaptadas para tal fim. Não admira, portanto, que a primeira biblioteca de que se tem noticia no estado tenha surgido justamenteno Assu, por iniciativa de um particular que assim contribuía para a disseminação do conhecimento e a um tempo, com essa iniciativa meritória, engrandecia a sua terra natal. Segundo Francisco Amorim em sua História do Teatro no Assu [1972], “nossa primeira casa de espetáculos teve da parte da sociedade de então a maior receptividade. As suas récitas tinham desusado comparecimento, o que constituía estímulos aos seus organizadores, que não poupavam esforços para brindar a assistência com escolhidas peças teatrais”. 1892 – 24 de fevereiro: Inauguração do Theatro São João à rua de mesmo nome, empreendimento administrado pela Sociedade Recreio Dramático Juvenil Assuense. Em sua estreia levou à cena o drama Alberto ou A Glória do artista e a comedia Eles e Elas. Era costume naquela época a apresentação de duas peças em cada sessão. A nova casa de espetáculos instalou-se em um prédio de propriedade do coronel Joaquim de Sá Leitão, que às suas próprias custas o adaptou para a finalidade a que estava destinado. Tinha o Theatro São João doze camarotes, o que constituía um grande luxo. O pano de boca - cortina que separa o palco da plateia - exibia uma sugestiva pintura, o retrato do Imperador Pedro ll ladeado por dois índios, simbolizando o pioneirismo da raça brasileira. Foi pintado por Peruso, um artista que integrava a companhia liderada pelo ator mexicano Max Gil, em substituição ao pano de boca anterior decorado com a estrela símbolo da República, pintada por Marcolino Lins Wanderley, historicamente o primeiro artista plástico do Assu. Sobreviveu o Theatro São João até 1897. Foram cinco de atividades que marcaram a vida cultural do Assu. Recebeu as mais prestigiosas companhias da época, de passagem pelo Rio Grande do Norte. Dentre outras celebridades do teatro da época, apresentou-se em seu palco Beatriz Rosália, considerada uma atriz de primeira grandeza, inspiradora de um grandiloquente soneto de autoria do jornalista Palmério Filho, que o declamou em sua homenagem e que resume o seu entusiasmo de fã: Ei-la que surge deslumbrante e bela/Na arte dramática conquistando a glória. Raio de luz, fulgurante estrela/ Iluminando o Panteon da história. Vinde, assuenses, admirar seu vulto,/Render um preito de homenagem e palma, Ao ser gigante, magestoso e augusto/Que no proscênio representa Talma. Vinde oh! Povos do Universo inteiro,/Ver o trabalho primoroso e fino, Da esbelta atriz, deste maior luzeiro./Vinde cantores da formosa Itália, Vinde conosco entoar um hino,/ À grande artista Beatriz Rosália. 1895 – 1º. De março: No dia consagrado ao santo homônimo é inaugurado na Rua do Canto (que desapareceu para dar lugar à Praça da Independência, atualmente Getúlio Vargas), o Theatro Santo Adriano, administrado pela Sociedade Recreio Entre Famílias, de curta duração. 1902 – 24 de junho, dia do santo Padroeiro do Assu, surge a Sociedade Fênix Dramática Assuense, grupo que se apresentou em sua estreia num teatro improvisado à Rua São Paulo (atualmente Rua Minervino Wanderley), levando à cena as peças O dedo de Deus e Críticos momentos. Conta-nos Francisco Amorim que, pela precariedade das instalações, a representação teve de se realizar de portas abertas, tamanho foi o comparecimento do público que não regateou louvores aos jovens artistas. Dias depois, o grupo instalou-se definitivamente no Theatro São João, onde permaneceu até o seu fechamento, cinco anos depois. Foi, a rigor, a primeira companhia de teatro profissional genuinamente norte-rio-grandense. Além de suas próprias produções, a Sociedade Fênix Dramática Assuense agenciava outros grupos e acolhia itinerantes renomados, mantendo assim a regularidade e a qualidade de uma programação prestigiada por toda a sociedade local. Companhias profissionais itinerantes sequer paravam na capital: iam direto para o Assu, certos de contar com o apoio que lhes faltaria na capital do estado. Natal só teria um grupo atuando em caráter semi-profissional em meados dos anos sessenta, a companhia Artistas Unidos, fundada por Jesiel Figueiredo, seis décadas depois. 1912 – 10 de dezembro: Inaugura-se á Rua das Hortas (Rua Moisés Soares a partir de 1922) o Theatro Alhambra, o mais longevo e atuante dos teatros do Assu. A estreia se deu com as peças Boemia (drama) e Matuto na praça (comédia). O pano de boca resultou de uma concepção do artista assuense José Severo de Oliveira. Consistia na figura de um índio em meio a um matagal empunhando um arco cuja flecha apontava na direção de um tronco no qual se via uma serpente enroscada. Em sua inauguração o Assu viu pela primeira vez a luz de acetileno, brilhante e feérico, que a todos deslumbrou. O Theatro Alhambra teve vida longa e venturosa, abrigando no curso de sua existência numerosos grupos de amadores que mantiveram acesa a chama da arte dramática na antiga Atenas Norte-rio-grandense. [Continua no próximo domingo].
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 12:26:09 +0000

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