19/08/2013_JSC Uma nova Bastilha? A Queda da Bastilha (1789) é referência a um momento histórico: a derrubada do regime político até então adotado na França. A história revela que o surgimento de um antro de corrupção atrás dos muros do poder francês se tornou insuportável para a sociedade da época. Bastilha era a fortaleza onde governos monárquicos prendiam opositores ao regime. O aspecto marcante foi demonstrar que não havia mais sustentação política para o regime. Através dele, se buscou a extinção do regime absolutista, uma vez que deputados não mais conseguiam modificar o regime através do caminho legislativo. O espírito absolutista era tal que o rei Luiz 14, quando aconselhado pelos seus asseclas que o estado deveria ouvir o parlamento (ou povo), disse a famosa frase: “L’Etat c’est moi” (O estado sou eu). As recentes invasões dos palácios administrativos e das casas legislativas em todo o Brasil demonstram que uma nova Bastilha está se desenrolando. A turbidez moral de certos políticos não consegue mais ver a diferença entre a verdade e a mentira. Em países civilizados, quando um político é flagrado participando de fraudes contra o erário público, ele reconhece com humildade e se derrete de vergonha pelo ato praticado. Em nosso meio, a desfaçatez de grande parte dos políticos leva ao clímax do deboche e do desprezo à sociedade, mesmo que seja fartamente provado e documentado o deslize cometido. Tudo por conta da impunidade construída a seu favor ao longo da história. O cipoal de leis enxertadas de sofismas jurídicos leva à impotência do próprio Judiciário. Mas a verdade sempre terá uma brecha para se mostrar. Hoje, com a internet, é impossível tapar o sol com a peneira. A sociedade não mais suporta legisladores ineptos e propostas que afrontam os valores morais consagrados, com base em ideologias estranhas às nossas tradições. Os movimentos de rua são o prenúncio de uma nova Bastilha em pleno século 21. SERGIO SEBOLD|ECONOMISTA
Posted on: Mon, 19 Aug 2013 05:45:20 +0000
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