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19/09/2013 - 03h30 PMs são acusados de agredir e explorar morador da Rocinha Publicidade MARCO ANTÔNIO MARTINS DIANA BRITO DO RIO Ouvir o texto Sob os holofotes desde o sumiço do ajudante de pedreiro Amarildo Souza, 43, a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha é alvo de uma série de acusações feitas pelos moradores da favela do Rio de Janeiro. Em mais de 20 depoimentos prestados à Polícia Civil e ao Ministério Público, obtidos pela Folha, eles denunciam casos de agressões, tortura e ameaças envolvendo os policiais do programa, principal vitrine do governo Sérgio Cabral (PMDB). Eventual prisão de PMs não mancha projeto da UPP, diz Cabral Testemunha do caso Amarildo muda depoimento e acusa ex-comandante Afirmam ainda que sob o comando do major Edson Santos, que esteve à frente da UPP por 11 meses, PMs exploraram serviços oferecidos na favela, como o de mototáxis, a exemplo do que ocorre nas comunidades dominadas por milícias no Estado. Os nomes dos denunciantes foram mantidos em sigilo para preservá-los. Procurado pela Folha, o major disse que os acusadores prestaram depoimento a serviço de traficantes que ainda atuam na favela. "Vocês estão ouvindo os traficantes da Rocinha. Eles representam 1% da população. Não tenho mais nada a dizer sobre isso", disse o ex-comandante da UPP. Protesto contra casos de desaparecimento no Rio Ver em tamanho maior » Reprodução/Twitter/riodepaz Anterior Próxima Protesto na praia de Copacabana, no Rio, pede esclarecimento sobre sumiço de pedreiro após ser detido por PMs de UPP Num dos depoimentos prestados à Polícia Civil, uma testemunha relata ter presenciado um caso de tortura contra um jovem acusado de pertencer ao tráfico. Segundo a versão, depois de ser abordado por policiais numa viela, o jovem levou tapas na cara e foi sufocado com um saco plástico na cabeça. Antes de ser liberado, seu corpo foi molhado e ele recebeu choques elétricos. A Polícia Civil apura as acusações junto com a investigação do desaparecimento de Amarildo, em 14 de julho, fato que alimentou protestos de rua em todo o país. AÇÕES A partir das denúncias dos moradores e do desaparecimento do pedreiro, o Ministério Público estadual abriu uma ação criminal e outra de improbidade das quais constam as acusações contra os policiais da UPP. Nos depoimentos, moradores da favela afirmam que os policiais faziam ameaças constantes de que poderiam forjar flagrantes de posse de drogas e armas. Apontado pelos moradores como responsável pelas ameaças, o major Edson Santos fez carreira no Bope (Batalhão de Operações Especiais), de onde saiu para assumir a UPP da Rocinha, considerada pelo governo. Santos teria levado para a UPP ex-policiais do Bope afastados da unidade por terem se recusado a reprimir a greve da PM do Rio em 2012. Os excessos denunciados pelos moradores seriam cometidos por deste grupo. Um dos casos relatados, e que está sendo investigado, é o da morte de Jonathan de Jesus, em 5 de novembro do ano passado. Editoria de arte/Folhapress TIRO NAS COSTAS De acordo com policiais, ele teria morrido em troca de tiros com os PMs. Laudo mostra que o rapaz morreu com um único tiro, que o atingiu nas costas. Ao chegar à delegacia onde a morte foi registrada, a mãe de Jesus foi recebida por um PM que se apresentou da seguinte forma, segundo uma testemunha: "Muito prazer, seu filho era traficante e eu acabei com ele". As denúncias começaram a ser recebidas em abril pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, ligado à secretaria estadual de Ação Social e Direitos Humanos. Em maio, foram transmitidas ao comando da PM. OUTRO LADO A Secretaria estadual de Segurança informou que não se pronunciaria sobre as acusações porque os depoimentos são parte do inquérito que investiga o desaparecimento de Amarildo, que ainda não foi concluído. Ex-comandante da UPP da Rocinha, o major Edson Santos disse que não falaria e que suas respostas estavam em uma carta que publicou numa rede social ao ser afastado do cargo, em agosto. Na carta, ele afirma que sempre teve "a convicção de que nunca aceitaria dialogar com o ilícito" e que houve "tentativas de corrupção por parte de criminosos". "De um lado, o crime dizia com suas atitudes que iria dar ombros ao processo de pacificação na Rocinha; do outro, eu dizia que o meu comando teria como norte a integridade e a idoneidade", afirma. Santos diz ainda que "todas as situações, com fundamento, sobre abuso que chegaram ao conhecimento do comando da UPP foram apuradas e em alguns casos os policiais saíram da rua". A Coordenadoria das UPPs disse que não recebeu informações sobre as denúncias.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 17:45:14 +0000

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