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25 - O homem de Deus se dispõe a ouvir a voz do Senhor cezarazevedo.br E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão; e eis um forno de fumaça e uma tocha de fogo que passou por aquelas metades. Naquele mesmo dia, fez o SENHOR um concerto com Abrão, dizendo: À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, (Gn 15.17,18) Temos visto que Deus criou os céus e a terra do nada. As implicações deste ato divino fogem da nossa compreensão, porquanto o Eterno criou algo que não tem nenhuma conexão com Ele próprio. O universo não é uma emanação ou extensão ou fagulha da divindade, antes é um objeto criado totalmente dependente e sob o absoluto controle do seu Criador. Focalizemos o homem dentre as criaturas. Ele originalmente foi criado espírito, corpo e alma. O espírito lhe foi concedido mediante o sopro de Deus (Gn 2.7) e, com este ato, Deus deu ao homem o único mecanismo por meio do qual este poderia conhecer Deus, porquanto Deus é Espírito (Jo 4.24). Mesmo sendo dotado de espírito e, ainda em sua condição perfeita, o homem não tivera o privilegio de ver Deus (Jo 1.18), antes, tudo quando Adão conhecia da divindade era Sua voz, como está escrito: “E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia...” (Gn 3.8). A razão pela qual ele podia ouvir a voz de Deus era porque ele estava revestido da glória de Deus. A ideia mais próxima que temos desta condição em que se encontrava Adão pode ser descrita como a mesma que manifestou em Jesus diante de seus discípulos conforme lemos: “... o seu rosto resplandeceu como o sol, e os seus vestidos se tornaram brancos como a luz” (Mt 17.2). Esta condição de glória se perdeu completamente com o ato de rebelião feito pelo primeiro casal ao se alimentar da árvore proibida. Naquele instante o espírito do homem morreu diante de Deus como se lê: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Desde então a humanidade passou a ser constituída tão somente de corpo e alma, sem possibilidade alguma, em si mesmo, de comunicar-se com Deus. Por outro lado, independente da condição humana, caído ou não, a comunicação com Deus sempre foi uma impossibilidade, senão consideremos o seguinte. Deus criou os céus e a terra do nada, portanto tudo quanto seja possível conhecer advém da coisa criada. É certo que, se tivermos o devido discernimento, podemos perceber e inferir pela criação que todas as coisas só puderam vir a existência se tivesse sido provida por um ser de infinita inteligência, assim, por meio da criação podemos intuir Deus, se tivermos inteligência para o fazer, pois “as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.20). Mesmo que víssemos intuir um ser mais elevado, ainda assim nossa condição seria terrível, como demonstrou o apóstolo Paulo: “... ainda que não está longe de cada um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. (At 17.27,28). Jó, fazendo menção ao Deus invisível, que ao mesmo tempo que está perto, está distante de nós, declarou: “Eis que passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto” (Jó 9.11). Com isso queremos salientar que nenhuma de nossas condicionantes existenciais nos permitira conhecer Deus, porquanto fomos criados do nada, não há conexão entre a coisa criada e seu Criador – tudo que viéssemos a pensar, não encontraria a divindade, nem o que os nossos olhos alcançam, nem o que nossos ouvidos ouvem, nem o que nosso tato sente, nem o que nosso paladar degusta, nem o que nosso olfato distingue nos seus odores, porque tudo o que pudéssemos conceber estaria no âmbito da coisa criada. Por conclusão só Deus poderia, em Sua bendita misericórdia e, por ato de amor, revelar a Si mesmo a nós. Assim, o único mecanismo de conhecer Deus é por meio de algo que Ele próprio nos tenha concedido, que é o dom da fé, como está escrito: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). Assim, podemos complementar a expressão: Deus criou os céus e a terra do nada e, para que pudéssemos nos comunicar com Ele nos proveu com o dom da fé. Agora, note bem, se a fé é a condicionante que nos permite ter conexão com Deus, para ela cumprir sua função precisa ser instruída pelo próprio Deus. Não existe fé empírica, fé baseada no achismo, fé sem conhecimento que provêm de Deus, fé sem que esta esteja respaldada pela própria Bíblia – a palavra de Deus. Adão foi criado, a primeira coisa que ouviu foi a palavra de Deus, depois da queda, esta mesma palavra o trouxe a consciência sobre a dimensão de sua rebelião. Depois dele Abel ofereceu sacrifício cruento nos termos de Deus, Sete e Enos começaram a invocar a Deus por crer na promessa da redenção feita ainda no Éden, Enoque e Noé andaram com Deus por exercer esta fé. E, quando chegamos em Abrão, vemos ele se aproximando do Senhor por estes mesmos critérios. Ele ouviu a voz de Deus e, em obediência a este chamado, deixou a terra de seus pais em direção à uma terra que só saberia qual era, depois de chegar nela e Deus a confirmar. Sua capacidade de ouvir a voz de Deus estava diretamente ligado ao exercício de sua fé, razão porque Abrão é conhecido nas escrituras como pai da fé (Gl 3.7), porque ele a exercitou em nível de maturidade muito acima de todos os seus ancestrais que pertenciam à semente santa. Por sua disposição em exercer fé na voz de Deus, o Senhor pode lhe acrescentar promessas sobre promessas. Primeiro Deus centrou nele mesmo a promessa dizendo-lhe: “... e em ti serão benditas todas as famílias da terra. (Gn 12.3). Dado os primeiros passos, o Senhor expandiu esta promessa ao acrescentar: “... À tua semente darei esta terra...” (Gn 12.7). Perguntando como se daria isso, visto que era de idade avançada e não tinha filhos, Deus continuou dizendo: “... aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro” (Gn 15.4). Então o Senhor lhe deu a dimensão desta promessa ao mostrar-lhe os céus e dizer: “... Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente” (Gn 15.5). Neste instante a fé atingiu em Abrão o nível de amadurecimento que lhe permitiu crer em Deus e sua fé lhe foi imputada por justiça (Gl 16.6). Observe que o exercício da fé só tem conexão com a palavra de Deus, ele ainda nada fizera para alcançar a promessa, mesmo porque, sabemos depois, que ainda haveria muitas lutas até ela ser cumprida, todavia Abrão demonstrou confiança absoluta em Deus como Senhor de todas as circunstâncias. Abrão aprofundara, neste momento, sua verdadeira jornada de amadurecimento no relacionamento com Deus. O melhor ainda estava por vir. Abrão queria uma prova da parte de Deus acerca de como haveria de herdar a terra, por conseguinte ver cumprida a promessa, inclusive, de ter um herdeiro, assegurando assim que toda sua descendência seria amplamente beneficiada com os feitos de Deus. Então Deus o instruiu especificamente que deveria oferecer sacrifício cruento nos termos divinos, como está escrito: “Toma-me uma bezerra de três anos, e uma cabra de três anos, e um carneiro de três anos, e uma rola, e um pombinho” (Gn 15.9). Pela primeira vez, no âmbito da revelação, o próprio Deus estava diretamente instruindo acerca do meio pelo qual podemos nos aproximar de Deus. Até então somente os feitos divinos fizeram com que os homens de fé, como Abel, intuísse que sacrificar um animal inocente era o meio para se aproximar de Deus, tendo em vista que fora assim que Deus provera para Adão e Eva vestes, cobrindo-lhes a vergonha (Gn 3.21). Como O cordeiro morto aponta para o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, pois este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), podemos entender a tremenda verdade revelada pelo Senhor Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). O que Abrão estava aprendendo naquele instante é o que deve ficar gravado no mais íntimo do nosso ser: o lugar onde podemos ter comunhão com Deus é nos pés da cruz e em nenhum outro lugar mais. Seguindo as instruções divinas, Abrão trouxe o sacrifício, só que fez algo inusitado: postou os sacrifícios um de frente para o outro, formando um caminho de sangue no meio deles. As aves do céu quiseram alimentar-se dos cadáveres, Abrão as enxotava (Gn 15.11). Assim ele fez por um determinado tempo, demonstrando que diante da cruz precisamos gastar tempo para entender verdadeiramente sua mensagem. O postar-se diante de Deus não é um ato corriqueiro, temporário, passageiro, antes deve centrar todo nosso coração. Por causa da perseverança de Abrão em manter o sacrifício na presença de Deus, ele estava pronto para ir um passo adiante, necessário para que fosse habilitado a ouvir a voz divina. Deus colocou Abrão para dormir, como está escrito: “E, pondo-se o sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caíram sobre ele” (Gn 15.12). E por que Deus fez Abrão dormir? O sono é uma experiência similar ao da morte. Devemos nos lembrar que quando Deus quis tirar de Adão uma mulher, Ele o colocou também para dormir (Gn 2.21) e, para nos abrir o caminho para os céus, Jesus também foi obrigado a dormir, neste caso, literalmente morrer (Lc 23.46). A lição que extraímos destes três eventos é uma só: Deus fala conosco tão somente no poder da ressurreição, para chegarmos neste lugar de glória, temos de morrer para nós mesmos, nos termos do Senhor: “... Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34), isto é, para experimentarmos o poder da ressurreição, precisamos morrer para o nosso ego. Note como a palavra de Deus se alinha: está escrito: Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama, então, abre os ouvidos dos homens, e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu desígnio e esconder do homem a soberba; para desviar a sua alma da cova e a sua vida, de passar pela espada. (Jó 33.15-18) Abrão dormiu, no sentido figurado, morreu para si mesmo, então Deus pode lhe instruir sobre o futuro, declarando-lhe que antes de receber a terra que lhe fora dado por herança, sua descendência haveria de permanecer por quatrocentos anos no estrangeiro, tempo este necessário para que se completasse a medida das iniquidades dos habitantes de Canaã. Então Israel retornaria para a terra prometida. Abrão podia descansar nesta promessa e seguir com sua existência (Gn 15.15), pois Deus é poderoso para fazer todas as coisas.
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 21:31:16 +0000

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