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30.AGO.13 - 20:45 Alugue sua mansão Imóveis de alto padrão e pouco frequentados por seus donos ganham sobrevida com um serviço de locação que inclui concierge, guia local e mimos como acesso VIP a restaurantes e clubs da moda Por Fabiano MAZZEI Quando filmou seu longa Tetro, em Buenos Aires, em 2008, o cineasta Francis Ford Coppola adquiriu uma casa na cidade. A mansão, de seis quartos, no coração do badalado bairro Palermo Soho, é chamada de “Jardim Escondido” por ter três níveis ajardinados, com cantos discretos, onde Coppola encontrava paz, acendia o seu charuto e acertava detalhes do roteiro do filme. Pois bem, a propriedade virou hotel, mas não perdeu sua aura de residência. E pode ser alugada por US$ 2 mil a diária, com tudo o que o diretor de O poderoso chefão e Apocalipse now deixou dentro: livros, uma adega recheada e, claro, uma caprichada coleção de filmes. 97.jpg Unir no mesmo negócio dois nichos de alta rentabilidade – o imobiliário exclusivo e turismo de luxo – é uma tendência que começou a ganhar força na Europa no final da década passada e que desembarcou nas Américas ainda mais recentemente. Milionários com casas de veraneio em Punta Del Este, Rio de Janeiro, Cartagena ou Miami perceberam que têm nas mãos um ativo que pode ser transformado em dinheiro nos períodos em que a mansão estaria desocupada. O empresário americano Parker Stanberry também percebeu essa nova oferta e tratou de abrir sua Oasis Collections, que desembarcou neste ano no Brasil. O serviço conta com um portfólio de 600 imóveis escolhidos e aprovados in loco por curadores da empresa. Não basta ser apenas um palacete cheio de requinte, é preciso ter design diferenciado, localização privilegiada e a vida do proprietário impressa de alguma forma no lugar – como nos livros e filmes do Coppola. O Oasis Collections nasceu há quatro anos, curiosamente em Buenos Aires, onde Parker mora há sete anos – ele nasceu em Houston, Texas. Trabalhando com locação de residências de luxo na capital portenha, ele notou a carência de um gestor para organizar, filtrar e oferecer esses imóveis a uma clientela exigente, acostumada a pernoites cinco-estrelas. Parker reuniu, então, US$ 1 milhão para dar partida no negócio, com a difícil missão de convencer o “fornecedor” da mansão ociosa sobre a rentabilidade e a integridade de sua propriedade. 98.jpg E de seduzir o hóspede-locatário high end com regalias e mimos que muitos hotéis não oferecem. Este, aliás, é o diferencial do Oasis em relação ao bem-sucedido Airbnb, site de locação de imóveis – na sua maioria quartos e pequenos estúdios – em mais 200 cidades turísticas de todo o planeta. Criado em 2008, hoje esse serviço conta com mais de seis milhões de usuários cadastrados. “Somos radicalmente diferentes deles”, afirma Parker. “O Airbnb não tem curadoria das propriedades e não oferece qualquer suporte ao consumidor durante a estadia.” Entenda-se por suporte um serviço de concierge disponível 24 horas durante a estadia. Ele pode garantir, por exemplo, que a adega tenha os vinhos de preferência e que o champanhe esteja sempre gelado. Ou ainda reservar mesas em restaurantes e clubs da moda nas cidades visitadas pelo viajante. Em São Paulo, por exemplo, uma parceria com o Hotel Unique libera o acesso ao bar Skye. No Rio, os clientes do Oasis podem frequentar, de dia, a piscina do Hotel Fasano, no Arpoador, e dançar na pista do bar Londra, à noite, onde celebridades da tevê batem ponto. “Esse é um elemento social do nosso serviço”, diz Parker, apostando na inserção do seu cliente junto ao convívio com os habitantes de mesmo nível financeiro das cidades onde o Oasis Collections opera. Segundo o professor Roberto Miranda, especializado em gestão de hotelaria de luxo, o serviço é uma alternativa interessante também para os donos das casas. No formato de aluguel, o imóvel pode ser trabalhado sem ferir leis de zoneamento. A oportunidade de se obter um valor alto por diária é outro forte aliado. E o fato de os donos manterem seus pertences dentro do imóvel acaba se tornando um atrativo. “Na França, é comum alugar um palacete com os vinhos, as obras de arte e até os carros dos donos”, diz Miranda. “E há muito inquilino que acaba deixando objetos de mesma qualidade de presente, como forma de retribuir o carinho.” 99.jpg VIDA PRÓPRIA Miranda explica que o novo turista de luxo, mais low profile, tem escolhido essa opção de hospedagem por dois motivos. Primeiro, para se manter incógnito, algo impossível em qualquer hotel cinco-estrelas. Segundo, pela privacidade. O locatário pode querer andar sem camisa pela casa ou fazer sua própria comida, mesmo uma singela massa, sem que isso seja um problema. “O sujeito pode comprar um anel de US$ 300 mil para a mulher e ir para casa com um lanche do McDonald’s”, afirma Miranda. “E ninguém tem nada com isso.” A localização, geralmente em endereços frequentados por habitués da cidade, também atrai. Afinal, nada melhor do que se hospedar em um estúdio duplex no Marais e ter uma típica boulangerie parisiense, bem abastecida de pães e queijos, na esquina de casa. Por enquanto, o portfólio da Oasis se concentra na América Latina e em Miami. A previsão é chegar ao Velho Continente em dois anos. Para tanto, ele captou neste semestre um novo aporte, de US$ 2 milhões. O empresário espera obter uma taxa de retorno de 75% do investido já em dezembro. Para o ano que vem, a meta é ainda mais ambiciosa: 140%. Na busca por esse objetivo, o CEO aposta nas joias de sua coroa. Além da antiga mansão de Coppola, ele conta com outro destaque a 30km de Buenos Aires. O Estancia La Fortuna é um palacete estilo francês do início do século 20, que abriga uma robusta adega e um haras, cujos 20 hectares de pasto são habitados por puro-sangues. Para se hospedar no edifício de sete suítes, o interessado deverá desembolsar US$ 4 mil. Por dia. Em Punta Del Este, o badalado balneário uruguaio, chama a atenção a La Raquel, na praia de Jose Ignácio, a preferida pelas celebridades internacionais que fervem em suas areias durante o Réveillon. Para ver o pôr do sol sobre a Laguna Garzón, ao lado da praia, deitado na cama da suíte master, basta pagar a diária de US$ 3 mil. Na carteira de imóveis de Parker há lugar também para o Brasil. 100.jpg Em Florianópolis, eles estão localizados na Praia de Jurerê Internacional, destino prioritário de quem deseja curtir o verão estourando champanhe importado à beira-mar, ao lado de top models, gente do jet set e Ferraris. É possível também reservar quartos no resort Ponta dos Ganchos, no vizinho município de Celso Ramos, que já recebeu personalidades como Gisele Bündchen e Paul McCartney e é parceiro do Oasis. Este, aliás, é outro diferencial do serviço criado por Parker: aliar-se também a hotéis de luxo para sugerir desde uma suíte até fechar o hotel todo. Por fim, claro, há opções no Rio de Janeiro e em São Paulo. Enquanto na capital financeira do País a predominância é de imóveis para executivos em temporadas de trabalho na cidade, no Rio a proposta é de puro relax. Na praia da Joatinga, está disponível sob o nome de Open Spaces, uma mansão quase toda feita de janelas de vidro, com três quartos. O custo da diária? Cerca de US$ 1,2 mil. Agora, se a ideia é ir ao Rio durante a Copa do Mundo da Fifa, o preço do pacote fica um tanto mais apimentado. E não inclui os ingressos para os jogos. “Mas, definitivamente, se nosso cliente quiser, ele pode contar com o concierge para ajudá-lo a conseguir os tíquetes”, afirma Parker.
Posted on: Mon, 02 Sep 2013 02:26:56 +0000

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