30 de junho de 2009. Terça-Feira. 12hs30min. Horário de almoço. Exatos quatro anos atrás. Na época eu trabalhava só como Técnica de Vigilância Ambiental da Prefeitura do Recife e dava aulas apenas em cursinhos preparatórios para concursos públicos, ainda não dava aula em escolas regulares. Lembro que cheguei no Posto onde eu trabalhava, que fica no bairro da Várzea, e depois de uma manhã bem corrida de trabalho, guardei minha bolsa no meu armário e saí com destino ao Bom Preço da Avenida Caxangá. Fui até quase em frente a Caxangá Veículos. Quando cheguei lá, o sinal já estava fechado, e eu esperei ele abrir e fechar novamente, para ter a certeza que eu teria o tempo suficiente para atravessar. Quando o sinal fechou e eu fui atravessar, um motoqueiro avançou o sinal fechado. Ele surgiu não sei de onde, em alta velocidade e me lançou de uma extremidade da pista à outra. Eu fiquei consciente, mas não conseguia me mover. Lembro que olhei do lado e vi o motoqueiro, que caiu com o impacto, levantando-se, e tive por um instante uma sensação de alívio profunda, primeiro por ver que ele também estava vivo e depois porque ele poderia me ajudar, já que eu não conseguia levantar. Mas, infelizmente, ele levantou, com uma perna bem machucada, e com bastante dificuldade pegou sua moto, sentou no meio da avenida e chorou porque, ele dizia que “atropelei a menina”. Eu juro que se tivesse condições físicas teria batido nele, mas não dava. Digo sem sombra de dúvida que a maior sensação de medo que eu tive foi constatar que eu estava sozinha, caída numa avenida com grande fluxo de veículos e onde o sinal poderia abrir a qualquer momento. Imaginei na hora ser atropelada novamente e não ter a mesma sorte. Foram segundos bem complicados. Mas Deus é muito Bom e me concedeu uma válvula de escape. Os funcionários de uma concessionária, que me viram ser atropelada, vieram em meu socorro e formaram um tipo de barreira de proteção para que nenhum outro veículo me atingisse. Um desses anjos amigos, funcionário que me ajudou me disse assim: ___ Eu pensei que você tinha morrido... E eu respondi: ____ A gente vai descobrir daqui a pouco se eu morri. Mas se eu morri tu morreu também, que tu estás me vendo e falando comigo... Eles chamaram o SAMU e ligaram pro meu irmão amigo Jetro, que trabalha comigo. Em companhia dele, eu fui à emergência num transporte que eu classifico até hoje como “pré-caixão”. Estar deitada numa maca, imobilizada, olhando aquele teto branco da ambulância foi mais letal do que a dor que eu sentia. É uma sensação horrível estar imóvel ali dentro. Eu gritei que queria sair dali, que eles iam me matar, que eu já tava boa e queria ir pra minha casa... Chamei e pedi até por mainha... Jetro que o diga à paciência que ele teve que ter. Mas Graças a Deus esse serviço existe e Graças a Deus eu estou aqui contando a história. Fui ao Hospital de Fraturas e lá fui atendida. Saí de lá numa cadeira de rodas, outra coisa que foi muito difícil para mim. Foram dois joelhos deslocados, um braço bem machucado, um corte nas costas e o pé torcido. Quase dois meses em casa de molho. 15 dias sem nem conseguir mover um músculo sem a ajuda de mainha, painho, meu irmão ou qualquer outra pessoa que estivesse lá pra me ajudar. E hoje, sinto muita gratidão ao relembrar o quanto o Meu Deus e Pai me cobre de proteção. Ele realmente me deu o maior livramento que eu poderia ter: Ele preservou a minha vida! E por mais que eu agradeça ainda é pouco. Hoje se completam quatro anos de uma das maiores alegrias que eu já tive na vida. A alegria de saber que Ele me guarda. E não apenas por este, mas por dezenas de outros livramentos e por uma infindável nuvem de bênçãos é que, a cada dia eu tenho mais ainda a plena e absoluta convicção de que Deus me ama muito. E tendo como base o que e passei, só posso pedir que todos tenham mais do que a costumeira atenção ao atravessar vias onde transitam veículos de quaisquer espécies. O perigo é constante. Ter cuidado é mais do que essencial. Boa Noite a todos!
Posted on: Mon, 01 Jul 2013 01:43:24 +0000
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