3º CAPÍTULO-CURTINDO UMA PAIXÃO ESCRITOR: CLEUTON LIMA A - TopicsExpress



          

3º CAPÍTULO-CURTINDO UMA PAIXÃO ESCRITOR: CLEUTON LIMA A quimioterapia estava acabando com Alex. Mas não reclamava, entendia que o que estava sendo feito resultaria com certeza na sua cura. Kate estava sempre com ele, desde o inicio do tratamento que não saia daquele hospital. Não falava do amor que sentia, achava que não era o momento propicio para tal e não seria correspondida certamente. O pai e a mãe de Alex já sabiam o que tinha acontecido e estavam viajando para Califórnia. Queriam dar o melhor tratamento que existisse ao filho. Alex passava grande parte do dia dormindo, sentia náuseas, vomitava e estava magro. O cabelo começava a cair e recebeu um lenço de presente de Kate. Era de uma amiga da faculdade e tinha um valor sentimental muito grande para ela, mas para Alex valia à pena dá-lo. Seus sonhos estavam voltando aos poucos e com eles força para seguir em frente e encarar o torturante tratamento que estava tirando o sorriso bonito dos lábios dele. Alex comparecia às seções e colaborava com o trabalho dos médicos. Com eles se apegou e tinha se tornado amigos de muitos. Havia um grupo de pessoas que participavam de uma associação que se chamava “curando a dor” e que diariamente passavam para conversar com gente que sofria da mesma doença de Alex. Todos os integrantes já tinham sido vítimas da doença e estavam ali para contar suas experiências. Acreditavam que um pouco de alegria, principalmente para as crianças era importante naquela fase tão difícil. Os voluntários se fantasiavam de palhaço e faziam muitas brincadeiras com os meninos e meninas que se pareciam muito, pois a cabeça sem cabelos dava a impressão de que todos fossem homens. Havia um rapaz muito interessante que se chamava Tommy e era morador de rua. Tinha sido encontrado pela a ssociaçao num estado muito grave e foi trazido para o hospital. Não tinha família e nenhum parente apareceu para visitá-lo. Mas estava sempre comemorando as vitórias que conseguia contra o câncer e vivia animado e sorrindo. Tinha se tornado um grande amigo de Alex e viviam conversando sobre os mais diversos assuntos. Era como já se conhecessem há muito tempo, tamanha era a intimidade entre os dois e o forte companheirismo. Havia uma enfermeira chamada Anny que quando chegava para checar a pressão arterial e com os medicamentos de Alex ficava puxando conversa e dava em cima dele assim da forma mais clara possível. Ele fingia que não estava entendendo nada e nãocorrespondia aos seus apelos. Anny cada vez estava mais apaixonada por Alex, mas seria muito difícil conquistar uma pessoa que não estava nem aí para ela. Mas nãodesistiria das suas investidas, uma hora qualquer ele cairia na sua rede. Kate por muitasvezes flagrou as tentativas de Anny e ficou extremamente estressada com ela, que não entendia o comportamento da moça. Imaginava que estivesse muito abalada ainda com o estado de Alex e era normal que quisesse protegê-lo. Alex era para ela não um paciente como qualquer outro, queria-o como um namorado, alguém que pudesse amar. Nunca tinha ocorrido coisa parecida em seus cinco anos em que já trabalhava naquela unidade de saúde. Foi realmente um amor á primeira vista. Anny tinha terminado um relacionamento porque não estava agüentado o modo como era tratada pelo parceiro. Vivia sendo vigiada e sentia uma sensação de que mais cedo ou mais tarde sofreria as conseqüências daquela obsessão doentia que o namorado tinha por ela e encontrara em Alex uma saída para a sua solidão e também quem sabe um novo envolvimento. Jane, que estava muito preocupada, depois do trabalho passava para ver a sobrinha e fazer uma visita a Alex. Trazia algo para Kate comer e ficava por muito tempo observando como ela estava sofrendo e abatida, mas ao mesmo tempo tinha uma sensação de que tudo que estava acontecendo era como se fosse para testar a força delas e torná-las melhores. Quando observava como Kate tratava Alex, Jane tinha certeza de que estava diante de um casal que seriam capazes de burlarem as dificuldades para ficarem juntos. Eram lindos e combinavam direitinho, realmente feitos um para o outro. Queria ser a madrinha do casamento dos dois e ser parte daquela história de amor que parecia até contos de fadas. Como gostaria de ser uma fada madrinha e acabar com tudo e trazer a felicidade para todos que estavam sofrendo. Os pais de Alex, Ana e Jackson, chegaram a Los Angeles. Estavam desesperados e tinham medo de perderem o único filho que tinham. Eram ricos e disseram que estavam dispostos a gastarem o último centavo que possuíam, mas queriam vê-lo saudável novamente. Quando viram Alex quase sem cabelo, caíram no choro e tiveram que tomar calmantes para voltarem ao normal. Precisavam mostrar que eram fortes, caso contrário, poderiam atrapalhar a auto-estima que há dias estava impregnada naquele quarto. Estavam mais calmos e convictos de que em pouco tempo aqueles momentos seriam somente lembranças ruins que ficaram para trás e que não se repetiriam jamais. Hospedaram-se em um hotel que ficava em frente ao hospital e Kate quando sentia necessidade de dormir pelo menos um pouquinho aproveitava uma cama mais macia do que aquela que a estava deixando com dores na coluna. O médico recomendara que Alex devesse ficar integralmente internado e tomando todos os remédios indicados. Assim era possível acompanhar diariamente como estava o estado de saúde dele. Observando Alex deitado na cama, Ana arrependia-se, ela e o filho poderiam ter aproveitado mais os momentos felizes que tiveram a oportunidade de ficarem juntos. E ele estava ali agora talvez passasse muito tempo doente e sem poder fazer nada. Sentia que todo o tempo que ficou dando mais importância ao dinheiro e sem curtir a vida e o filho foi inútil e sem significado, como se uma parte de sua existência fosse apagada sem deixar vestígios. Lembrava-se muito bem de que o homem que via agora tinha sido um menino muito sapeca e que gostava de sair e todos ficarem procurando-o. Passou três dias na casa de um amigo da escola e nem deu nenhuma explicação aos pais, o que os deixou furiosos e desde então era mantido ás vistas de todos. Um verdadeiro pimentinha como a mãe e os vizinhos gostavam de chamá-lo. Ana passava as noites ao lado da cama de Alex e a cada movimento que ele dava ou barulho que fazia chamava sua atenção que já ficava preocupada. Seu marido não era muito apegado ao filho, mas estava sentido muito já que não era de mostrar seus sentimentos. Ia para o apartamento, mas não conseguia dormir e tentava não pensar no que estava acontecendo com o seu único filho, aquele que seria seu herdeiro e que daria continuidade ao seu legado. Tinha planejado que Alex tomaria conta das empresas assim que ele não mais pudesse administrá-las e a partir daí seria o responsável á frente do nome do grupo empresarial e da família, mas no momento a frustração estava falando mais alto. Ainda tinha um tempo até á aposentaria. Passados três meses e a mesma rotina. Mas agora já se podia sorrir, Alex tinha um ânimo muito melhor e estava bem. Passaria só mais um dia no hospital e voltaria para o flat alugado dos pais e em seguida talvez para a casa em que morava antes. Kate tinha sido para ele a Irmã que nunca teve e com ela sentia-se protegido e seguro. Durante todo aquele tempo ficava pensando porque Kate o ajudava tanto, se nem parentes eram. Chegou o grande momento, Alex deixou o hospital e foi para o apartamento dos pais. Despedira-se dos médicos e enfermeiros e de amigos que tinha feito, eles ficariam na sua memória durante toda a sua vida, afinal foram importantes na sua vitória contra aquela doença. Anny quando soube que Alex receberia alta no dia seguinte foi até ao quarto e disse que ele era a pessoa que tinha mexido com ela nos últimos dias, que estava muito apaixonada. Tinha o conhecido e desde então não conseguia esquecê-lo e queria que entre eles agora rolasse mais do que uma amizade. Alex agradeceu o seu carinho, mas que só poderiam ser amigos, o que deixou anny meio desapontada e provocou-lhe choro. Minutos depois Anny enxuga as lágrimas e desculpa-se e se despede Alex e diz que ele poderia contar com ela para tudo que ele precisasse e se mudasse de idéia podia procurá-la e sai cabisbaixa. Alex Conhecera muitas pessoas com as quais aprendeu a ser perseverante e forte frente aos problemas. Sofreu quando seu amigo Vich não resistiu e morreu. Ficavam no mesmo quarto e viu como Vich lutou sempre de cabeça erguida, o que recebeu um apelido carioso de guerreiro. Sempre que voltava da radioterapia dizia que não voltaria mais á sala e sorria como se não estivesse acontecendo nada. Tinha falado de toda a sua vida para Alex, não recebia visitas porque seus pais não gostavam de vê-lo daquele jeito e somente a namorada vinha vê-lo diariamente. Queria casar assim que estivesse bom. Alex seria o padrinho do seu casamento e padrinho de um de seus filhos, tamanha era a amizade que havia entre eles. Kate e Vich foram primordiais no seu sucesso. Agora quase curado, refletia sobre o que tinha acontecido e era mais fiel á Deus, sabia que ele reservava coisas boas para o seu destino. Mas não queria pensar nisso agora, curtir e poder dormir tranqüilamente eram o que passava pela a sua cabeça naquela hora. Agora os pais eram só carinhos e até a ex-namorada Gabe apareceu, disse que tinha ficado sabendo há uma semana. Fez uma viagem e apresentou as fotos do marido, tinha casado com um cara estrangeiro e estava muito feliz. Alex desejou-lhe felicidades e agradeceu a visita.
Posted on: Mon, 08 Jul 2013 21:13:46 +0000

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