7 - SETE - SETE VIET NAM DE MULHERES POBRES MORTAS TODOS OS ANOS - TopicsExpress



          

7 - SETE - SETE VIET NAM DE MULHERES POBRES MORTAS TODOS OS ANOS NO BRASIL POR CAUSA DOS ABORTOS CLANDESTINOS EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS PARA A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO PELO DR. MARCO FERRARI NA SEDE DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ANTE AUTORIDADES E MEMBROS DOS TRÊS PODERES DA NAÇÃO. A DRA. JULIANA GARCIA BELLOQUE FOI A COORDENADORA DO DEBATE Prezada Juliana Garcia Belloque Tive a oportunidade circunstancial de assistir o debate do dia 26/09/20013 sobre Estratégias para a Descriminalização do Aborto no Brasil, visando à possibilidade de aportar os conhecimentos sobre esta matéria que 24 anos do exercício da medicina permeados por inúmeras interrupções de gravidez indesejada, habilitaram-me a decliná-los na maioria dos seus aspectos. Todavia, foi-me dito que a mesa de debates JÁ estava constituída, restando-me a possibilidade de manifestar-me durante os debates que seriam realizados logo das palavras dos oradores, por escrito, no lugar da cadeira correspondente. Permaneci aguardando esse momento, mas, a repentina irrupção de um grupo de ativistas que se insurgiram aos brados e gesticulando muito quando se lhe ofereceu o microfone ao deputado autor da lei do Estatuto do Nascituro e "Bolsa Estupro" que foram impossíveis de calar, deu-me a oportunidade de fazê-lo antecipadamente quando as variações dos gritos se direcionaram a frase "em quanto vocês deixam falar a ele que nem deveria estar entre nós, morrem 22 mulheres vítimas de abortos no Brasil por hora". Vocês, prezada Juliana, trataram de apaziguar a revolta requerendo às ativistas mesuras e oportunidade do parlamentar se explicar, mas ante esse pedido os gritos se avolumaram afundando-o ainda mais no desespero, emudecendo-o, fazendo que seus olhos insistentemente procurassem uma imediata saída de emergência. Foi nesse instante que entendi oportuno participar em princípio com argumentos mais consistentes sobretudo na correção de números para evitar o linchamento (por então só moral) do parlamentar baiano invadido pelo desapontamento e medo e, levantei-me ante a surpresa de todos como você deve recordar, dirigindo-me até a própria mesa dos convidados onde estava postado lateralmente o parlamentar, sussurrei-lhe no ouvido "dê-me o microfone senhor e procure sair já para que retorne a ordem nesta casa", e no ato da entrega dele pelo parlamentar comecei (como se vê nas fotos) a fazer uso da minha palavra. Não consegui dizer tudo o que deveria haver dito se houvesse previamente preparado em ordem o que intencionava manifestar, mas, foi o suficiente para que os gritos cessassem e, dirigindo-me ao colega Jefferson Drezzet, máxima autoridade médica do Hospital Pérola Byigton principal Centro de Referência da América Latina da Saúde da Mulher, contestei-lhe os dados longamente expostos por ele durante mais de uma hora carregada de slides, e quando o colega alegou que eram dados oficiais do SUS (tal vez por não ver-me papeis nas mãos que apoiassem as minhas afirmativas) tirei-o de seu equívoco (lembremos juntos prezada Juliana) dizendo-lhe: "Caro colega. Você acaba de dizer sinalizando com luz de laser os números entre 500 a 800 mil abortamentos por ano, acrescentando do seu particular "Números que eu acho exagerados", quando na verdade o número aproximado à veracidade se situa ao redor dos 3.000.000 (três milhões) de abortamentos ao ano, e quando ele muito surpreso por não ver comigo (repito) papeis nem slides demonstrando o que começara afirmar), respondeu-me "colega, estes são números oficiais do SUS" , vi-me na obrigação de voltar a corrigi-lo dizendo-lhe que: "O SUS elabora dados que escrevem os médicos no HPP (histórico da doença atual diagnóstico / prognóstico), que no caso de abortamento criminoso (todo aquele que não for espontâneo) nunca constará como tal, devido ao segredo médico, o estabelecido em seus estatutos e ainda à parte íntima e moral da mulher que a excluem como autora de crime contra a vida, denúncia que se efetivada levaria à paciente logo de tratada ou dada de alta diretamente à prisão efetiva, posto que sempre há de plantão nos hospitais policias para intervir em casos de homicídios, suicídios e abortamentos ou suas tentativas, além que em caso de óbito onde se transcreva textual a causa mortis, este designará à mulher como “criminosa”, seja ante os entes queridos que deixou para atrás, familiares, conhecidos e entendimento de seguradoras (se for beneficiária de um seguro coletivo de trabalho), de credo e de justiça. “E tem mais, colega” (lembrará Juliana o que eu disse ao doutor Jefferson), lembremos juntos que o SUS atende ao redor de 90 milhões de brasileiros, enquanto a medicina privada ou de grupo engloba um número aproximado aos 70 milhões de associados, entre os quais se encontram aproximadamente mais de 20 milhões de mulheres em idade gestacional que, engravidadas eventualmente de uma gestação inesperada, indesejada submeter-se-ão a abortamento, cujo número o SUS sequer imagina, até por que não entra na sua competência fazê-lo. Mas o pior ainda não é isso colega, (encerrei essa parte como lembrará Juliana), há nos mais afastados cantos do nosso Brasil – continente milhões de seres humanos absolutamente desassistidos em quanto à saúde, seja por falta de médicos ou por que os colegas não querem nem conhecê-los, onde eu vi muitas vezes pessoas fazendo picadas no mato ou procurando embarcações passageiras nos rios amazônicos conduzindo mulheres com abortos incompletos infectados ou com os intestinos pendurados pela vagina, desesperados em alcançar de alguma forma assistências menos cruéis à sua agonia, (aqui lembrará certamente Juliana os gestos e os meus passos imitando), vendo assim que as ativistas bem informadas têm bastante razão no sentido de suas críticas, ainda mais vendo na frente o “monstro”, o “infame”, o “canalha” que, ainda fez o projeto da “Bolsa Estupro” contra “as mulheres assassinas”. Sic Ai, (seguindo-me na lembrança), entreguei o microfone retornando à cadeira sobre uma salva de palmas. Mas estas lembranças em si levantadas nesta oportunidade ante você prezada Juliana, levam o intuito de solicitar-lhe que me coloque na mesa de exposição e debates sobre o tema da descriminalização do aborto em futuras reuniões, onde a Defensoria Pública de São Paulo (e naturalmente de outros Estados que a relacionam) venha a participar, haja vista que tudo aquilo que vier a acrescentar subsídios para elaborar com mais embasamento e efetividade o entendimento dos julgadores sempre deverá ser bem-vindo, como seria neste particular a participação da minha pessoa e o livro que a referenda até como definição didática um Ministério de tanta importância como é o da Cultura, ambos desconhecidos até hoje por vocês e outros Movimentos afins sobre a descriminalização do aborto, porém de inequívoca ajuda no contexto dessas Estratégias em campo que a Defensoria Pública do Estado de São Paulo tem em você Juliana, contando-a como uma das mais entusiásticas organizadoras das barricadas onde deverá assentar-se o direito à liberdade da mulher que, necessitando se submeter a um abortamento não fique ameaçada de ir à cadeia pela justiça que MANTÉM EM PLENA VIGÊNCIA seu artigo 126 do Código Penal, ou pelos olhos de seu organismo repressor a polícia que cobra muito para cerrá-los em conveniência, e que como você bem diz só ataca mulheres pobres como sua cliente que, “tomou Citotec, foi parar ao hospital, uma enfermeira a denunciou (como dizíamos médico jamais o faria), foi presa, consegui liberá-la, mas, por medo de voltar à cadeia está fugida até hoje por haver cometido o “crime de aborto” em si. Cerrar os olhos em conveniência como manifestei é um ponto importantíssimo que tampouco ninguém abordou antes e está comprovado no meu livro, e que levantado ajudará sem dúvida a entender que a permanência do abortamento insistido como crime, só propaga a corrupção policial que ao fechar seus olhos no entorno do que se passa nos locais onde se aborta nem aparecem, concorre por omissão para assaltos, roubos e ameaças contra a vida. Tudo é válido, máximo se é verdade. Para concluir, quero dar um brevíssimo espaço para o significativo e valioso das experiências e crônicas que se leem no meu livro “Crônicas de um Médico Aborteiro” cuja capa vai no anexo, livro que para efeitos didáticos o Ministério da Cultura aprovou para edição através da Lei Rouanet, cujos membros das três Juntas de Julgamento consecutivas aprovaram com louvor, pois, relata episódios dramáticos, todos trágicos, envolvendo mulheres necessitando abortar pelas tantas razões que a impulsam a fazê-lo, didatismo entendido como imprescindível para que os leitores vejam o entorno desta forma de dor, solidão e desespero. Nele, a conclusão é o resultado de uma luta próxima aos 30 anos pela descriminalização do aborto no Brasil, o que me estabelece com solvência também com ele na necessidade de empregarmos em ajudar a arrecadar crédito para a causa que você (s) apoiam tão humanamente, Juliana. O meu nome é Marco Ferrari, resido na Rua Congonhas 32, os meus telefones são os seguintes: Residência 4781.4294 e celular 9 7540.3998, à vez do meu e-mail Aproveito a oportunidade que me brinda estas líneas para vós apresentar o testemunho da minha admiração, estima e respeito. Marco Ferrari
Posted on: Sun, 29 Sep 2013 21:46:32 +0000

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