A ARTE VIVA DE LÚCIO MUSTAFÁ Um dos maiores enganos que - TopicsExpress



          

A ARTE VIVA DE LÚCIO MUSTAFÁ Um dos maiores enganos que transforma hoje o ser humano em alguém incapaz de pensar por conta própria é aquele que afirma que ele é, essencialmente, uma pessoa. Quer-se assim induzir a todos a pensarem o Ser humano não passa de um amontoado de fragmentos: de um nome, de uma família, de uma educação, de gostos a respeito dos produtos do mercado, de vontade louca de poder. Tal engano é muito nocivo enquanto ele não permite que os Seres Humanos se percebam a si mesmos para além daqueles aspectos acidentais. Na verdade somos algo que está escondido por trás desse fragmentos, algo que existe antes que nós entremos em contato com a sociedade propriamente dita e esse algo é o nosso Eu, ou a nossa subjetividade. É falsa a propaganda que diz que hoje existe a fragmentariedade da subjetividade, o que existe de fato é uma tentativa de que não se perceba que a subjetividade não é a pessoa mas algo que subjaz à pessoa mesma. As religiões que acreditam num deus pessoal, como a judaica e a cristã tendem a insistir muito para nós aceitemos que nós também seríamos pessoas, elas querem porque querem que acreditemos nisso e nos induzem a acreditar que no dia do juízo final quem irá responder pelos pecados cometidos será, precisamente, a nossa pessoa, aquela que tem um nome e uma história no interior da sociedade. Mas a verdade é uma outra bem diferente, nós existimos independente desses fragmentos e uma das maiores provas disso é que cada um de nós pode perceber a criança que se era é o mesmo ser que se continua a ser durante toda a vida; se cresce, se amadurece, se envelhece, se muda várias vezes de opinião na vida, a respeito das coisas, mas continua sendo o mesmo ser. A pessoa muda, como no caso da conversão que a pessoa convertida para uma determinada religião passa a ser totalmente outra, mas nunca deixa de ser ela mesma, a subjetividade dela permanece inalterada, mesmo que ela queira negar tal realidade não conseguirá, pois ela perceberá que algo inquebrantável, algo indestrutível permanece sempre como sempre foi. O ser primaz, aquele que aparece na gente desde o útero de nossa mãe, desde que damos chutes dentro da barriga dela, desde que sonhamos, é sempre o mesmo ser que somos hoje e que seremos até o dia da nossa morte. A partir daquele derradeiro dia nos dissolveremos na natureza, no cosmo, no universo, no ar, então passaremos a fazer parte da magia do real, do todo. Fora isso somos, durante a vida impossíveis de ser divididos, o que pode ter confusão e problemas até psicológicos é a pessoa, o modo como o ser vai, por assim dizer, colando sobre si mesmo as escolhas, os fragmentos recolhidos à medida que a vida vai lhe apresentando algo mais, vai lhe dando novas opções. Mas o Eu de cada um, o Sujeito é o ser inteiro que está por detrás dos fragmentos recolhidos. Esta é a famosa verdade do ser. Na arrumação surge a qualidade dos atos de alguém na sociedade, vai aparecer algo que pode ser até avaliado e por ser assim: alguém é considerado apto para exercer um determinado papel social, um cargo, etc. Trabalhando com esta concepção avançada e desmistificadora do Ser humano, as colagens de Lúcio Mustafá podem lhe ajudar a perceber esta dimensão reveladora sobre a verdade do nosso Ser e ao revelar isso permite que quem quer que se interesse pelo conhecimento de si mesmo perceba que somos seres capazes de não sermos influenciados pela sociedade, que embora é um construto antigo e forte e que quer exercer uma guia sobre cada indivíduo só terá êxito nos seus intentos se conseguir fazer o ser acreditar que é a pessoa, que é os fragmentos que o ser recolheu no passar da vida. Quem percebe que o intocável é o Ser e que esse ser, (nosso EU) pode se imunizar das influências indesejadas que a sociedade mais e mais pretende exercer sobre tudo e todos começa a não mais ser influenciável, mas passa a exercer influência benéfica sobre tudo e todos, no caminho de se buscar uma solução para os graves problemas humanos. Tal imunidade para ser garantida precisa de um pró-memória e cada arte de Lúcio Mustafá é um desses pró-memórias, por isso que ela é o que de mais avançado possa existir de arte hoje no mundo: quem possuir um de seus exemplares em casa irá ter um objeto com o qual se pode dialogar a respeito da verdade do próprio ser e sobre outros temas igualmente filosóficos e existenciais. A arte que aparece ilustrando o presente texto se chama Pessoa, precisamente por isso: ela sintetiza essa concepção nova a revolucionária da essência humana e ao fazer isso ela dá a quem nela se referencia a imunidade necessária para ao invés de ser guiado e guiada na sociedade guiar e mesmo assim não deixar de ser alguém de alta qualidade. Adquirir uma colagem de Lúcio Mustafá assim, equivale a adquirir uma peça fora do comum, capaz de reforçar a mente e a disposição de quem a possuir e capaz de servir de guia para a reflexão das coisas essenciais do mundo. Pode-se tanto adquirir uma das colagens já feitas de Lúcio Mustafá, mas pode-se também encomendar uma. Se você quer ter um objeto que lhe dê a segurança humana que você precisa para se sobressair com bondade num mundo que lhe quer apagado e até praticando o mal, procure adquirir e refletir sobre uma e sobre várias das obras de Lúcio Mustafá.
Posted on: Wed, 21 Aug 2013 20:44:00 +0000

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