A HISTÓRIA DO AMOR Um dia, o amor apareceu. Fez-se de vermelho e - TopicsExpress



          

A HISTÓRIA DO AMOR Um dia, o amor apareceu. Fez-se de vermelho e banhou todo o mundo. Não rogado, transformou em uno o que encontrou: no mar quis terra, no claro quis escuro e no dois quis o um. Não tão vulgar como o cupido ou como a compaixão, admitiu brigas, lutas e se voltou ao sentido grego: se tornou rivalidade. E já não era a rivalidade má que objetiva maldade; ele nada passou a objetivar, ele passou a criar... Música 1: Eu apareci / Cobri o mar / Eu me senti / E não quis fugir / Abri os olhos e te vi / Tremi duas vezes: / No seu tocar / No seu falar / Sim, eu existo com a mão no seu peito / E o bater se faz em mim / Tens o cheiro da flor / Do meu perfume de luar / Sou o mar / Sou o mar É... O amor quis o espaço para ele. Saiu dos cercados e não quis mais tomar forma, precisou do ilimitado e lá se postou, como algo invisível, porém claro, arrebatador, porém calmo. Não! A impossibilidade já não existia e o todo era o que queria. Tentou buscar a razão e se viu perdido no mar profundo como algo que se diz sem som algum... Música 2: Daqui pra lá / De lá pra cá / Vou voando e atravessando / Sobre cercas e amando / Penso só como este lado / Penso único, outro lado / Ilimitado / Educado ou arrumado / Sou amor iluminado / Flor, não dor / Cor eu sou / Amor, amor E agora amor? Como você se quer? Sair por aí preenchendo corações? Qual é o tamanho desejado? Aonde quer ir? Qual o seu por quê? Consegue categorizar as coisas? Consegue explicar tudo? Já pensou em todas as possibilidades de conquista? O que quer calcular? Qual é o seu cálculo? És explicado em alguma expressão? Dê-me seu informe matematizado e conclua e objetive. É... o amor sabe e é doutor nos corações... Música 3: Razão da paixão / Triângulo, estatística / Conceituação / O amor como metafísica / 5-1, 2+2 / Quero o exato do imenso / Hipótese do depois / Amor em seu seno / Paixão matemática / Métrica rimada / Amor sem prática / Em lógica bastada / Amor racional / Amor sem cor / Amor não tem final / O amor deve ser solto Ainda recolocado na sua impaciência olhou para o céu e quis uma re-ligação. Lembrou que o religioso e o mítico são bons condutores: fez-se de fé e buscou o coração dos homens. Lá no coração se transformou em compaixão e conheceu a bondade. Achou muito digno sair por aí ajudando as pessoas que tinham problemas. Adorou o sorriso das pessoas de gratidão. E, tristemente, conheceu a reação: viu que a sua ação existia para receber um ajuste de contas e, para sempre, olhar para o que não era da terra. Percebeu que não queria mais viver de reconhecimento do que não existe e deixou de apostar no céu, voltou ao pensamento: “oras, sou maior que isso, que venha outra paixão”... Música 4: Deus de amor / Pena de amor / Compaixão de amor / Fé de amor / Amor de Deus / Amor de pena / Amor de compaixão / Amor de fé / Amor de amor / Amor de amor Voando em pensamentos, conheceu a força: “por que não ser só vitória? O que sinto, sentes; o que penso, fazes. Se sou raiva, és a vingança. Se sou alegria, és a esperança. Se sou a tristeza, és o ressentimento”. Agora o amor se reconheceu em poder e se viu maioral: poderia controlar o coração dos homens, que poderiam matar em seu nome. E o amor perdeu seu vôo e viu-se agarrado em idealismos. Percebeu que se tornou orgulhoso e sentiu que todo o poder do mundo é falso: não arrebata e só controla, não une e só machuca. Concluiu seu tamanho e teve a sensação salvadora: que eu seja do tamanho que estou sendo, nem mais, nem menos que isso. Música 5: Vou te controlar / Vou te possuir / Mate, vingue, destrua / Sou seu nome / Eu tenho a força / Potência de amar / Controle e orgulho / Sou seu dono / Mas o amor não é assim / O amor é simples / Mas o amor não é assim / O amor é simples De repente, luz. O amor soube, era os sentidos. Observou os trejeitos dos homens, que muitos chamam de imperfeições, e soube o que poderia ser. Agora pôde o amor ser o único olhar, vendo o outro. O amor se viu em cena: o menino a viu, a menina o viu, os dois se viram: contato pelo ar. O amor em fala, confuso: palavras, sons e ouvidos. Tudo se explica, tudo é momento. O beijo, o gosto se confunde com o cheiro: ser perfume, ser doce e molhado. O amor como tato, paixão. O amor como amor. O amor como nascimento: ser sempre o que cria, não o que destrói. O amor como uno, duplo, uno-duplo: mar e terra, sol e luar, um e dois.
Posted on: Thu, 08 Aug 2013 20:45:34 +0000

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