A HORA É DE CORAGEM POLÍTICA Sem um compromisso - TopicsExpress



          

A HORA É DE CORAGEM POLÍTICA Sem um compromisso político alargado todos os sacrifícios que fizemos até hoje, todos os direitos que perdemos, toda a segurança corroída, todo o medo em que fomos vivendo serviram para muito pouco ou nada. Esta é a mensagem que nos fica da leitura do último exame do FMI à evolução do programa português de ajustamento. É a hora da classe política mostrar, de uma vez por todas, que o pais é mais importante do que os seus pequenos poderes e os seus grandes egos. O problema que enfrentamos neste momento pode ser o mais grave da democracia. Sejam responsáveis, defendam a democracia e a prosperidade do povo que vos delegou o poder. É desanimador o último exame do FMI aos compromissos assumidos por Portugal no quadro da ajuda externa. A caminho dos três anos de violenta austeridade e redução de direitos dados como adquiridos concluímos que estamos muito longe de ter o sucesso como garantido. Até o processo de regresso aos mercados está ameaçado. A redução do défice público para valores compatíveis com a nossa capacidade de o pagar continua a ser uma miragem. É uma batalha que se enfrenta desde praticamente 2002, quando o actual presidente da Comissão Europeia, então primeiro-ministro, Durão Barroso nos disse que pais estava de tanga. Vamos a caminho do décimo segundo ano e eis que, agora, fazer o que é preciso fazer esbarra na Constituição ou na interpretação que os juízes fazem dela. Nesta oitava e nona avaliações, o relatório do FMI fala no Constitucional 22 vezes enquanto o Governo o identifica 11 vezes. Basicamente partimos para 2014 sem saber se a redução das pensões e dos salários dos funcionários públicos se concretiza. Na frente das reformas estruturais, o quadro não é mais animador. A grande conquista das exportações ainda que seja parcialmente reconhecida pelo FMI fica muito longe de ser um feito que nos tira as nuvens do horizonte. Sim. é positivo, diz o Fundo. O pais até já tem um saldo externo positivo, um acontecimento histórico. Mas, e é um grande mas·, quando vier a retoma, Portugal vai voltar a importar automóveis e lá se pode ir de vez o saldo externo. É preciso exportar muitíssimo mais, diz o Fundo. para que o pais consiga gerir com sucesso as responsabilidades financeiras que transporta do passado. Vamos olhar para o regresso aos mercados e eis que também aí estamos na corda bamba. As necessidades de financiamento do Estado estão garantidas até meados do próximo ano e o que temos de pagar em Outubro será pago, mesmo que não se consiga conquistar os ditos mercados. como? Explica o FMI que o Governo está a contar com a ajuda dos bancos nacionais e com a poupança dos portugueses na compra de certificados de aforro. Entre finais de 2012 e o início de 2013, parecia resolvido o problema da falta de acesso a financiamento. Fez-se uma operação de troca, duas emissões de divida, e conseguiu-se alargar o prazo de pagamento do empréstimo das instituições europeias. Apesar do erro que foi a ideia de aumentar a TSU para os trabalhadores em Setembro de 2012, estava a aliviar-se a restrição de financiamento que dita a velocidade da austeridade. O que interrompeu aquilo que parecia ser um circulo virtuoso? Os sucessivos chumbos do Constitucional às medidas do Governo e. acima de tudo, a crise politica desencadeada por Paulo Portas. Hoje percebe-se, muito melhor que no passado, que Vítor Gaspar esteve quase a conseguir. Hoje o FMI já diz que convenceu o Governo. No tempo de Gaspar era convencido pelo Governo. Está na hora de todos os lideres políticos serem mais corajosos. [email protected]
Posted on: Sat, 16 Nov 2013 00:22:07 +0000

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