A INICIAÇÃO – O (RE)nascimento de um Bruxo ou uma Bruxa Quase - TopicsExpress



          

A INICIAÇÃO – O (RE)nascimento de um Bruxo ou uma Bruxa Quase todas as religiões do mundo possuem algum tipo de rito de iniciação, evento que marca a entrada da pessoa para a religião ou a passagem à um novo patamar na vida religiosa. A maioria das iniciações representa uma morte simbólica, pois para que a pessoa possa “renascer” para uma nova vida, ela deve primeiro deixar o passado para trás. Na Wicca, cada tradição possui sua própria egrégora e ancestralidade. A egrégora de uma tradição é a força gerada pelo somatório de energias que por ela têm afinidade. Ela é formada pelos deuses, entidades e espíritos de seus membros, tanto os que ainda estão encarnados, quanto os que já se foram e ora habitam outros planos de existência. A ancestralidade de uma tradição se refere a todos os sacerdotes que antecedem o iniciado numa linhagem direta, desde aquele que o iniciou, até aqueles que viveram há muitos anos atrás. Para que uma pessoa possa ser iniciada na Wicca, ela precisa passar por um período de aprendizado chamado de Dedicação, que dura pelo menos uma roda (treze lunações). Durante esse tempo ela deverá frequentar um coven, onde irá participar de todas as celebrações do calendário litúrgico, além de receber os ensinamentos básicos necessários através de um sacerdote ou sacerdotisa experiente e devidamente qualificado. Após esse período, se o sacerdote responsável pelo coven julgar que a pessoa está pronta, ela poderá se submeter ao rito de iniciação. Durante a iniciação wiccana, o dedicado é formalmente apresentado à egrégora e à ancestralidade que acompanham a tradição, a qual o coven em que ela se encontra, pertence, e perante elas reafirma seu compromisso com a religião, prestando juramentos solenes de fidelidade aos irmãos de coven e de sigilo a cerca dos mistérios. A partir de então ele passa a ser reconhecido como um membro, recebendo a proteção, a carga ancestral de energia e a permissão para conhecer os mistérios religiosos da tradição. Os mistérios são as verdades profundas contidas nos mitos, símbolos, práticas litúrgicas e operações mágicas de uma tradição. Somente os iniciados têm acesso a eles, e não os leigos, pois os mistérios só podem ser plenamente compreendidos quando vivenciados. Uma vez iniciada, a pessoa se torna um sacerdote wiccano e é considerada apta a realizar alguns ritos e operações mágicas. Entretanto, na Wicca existe uma hierarquia com distintos graus de sacerdócio, e na maioria das tradições eles são três, cada qual com suas atribuições e responsabilidades próprias. Para cada grau é preciso passar por um novo período de preparação e outro rito de iniciação. Também é necessário que haja um intervalo de tempo entre cada grau para que o sacerdote aprofunde seus conhecimentos, ponha em prática o que aprendeu e possa se preparar para o próximo grau. Quanto maior a graduação, mais mistérios terá acesso o sacerdote e mais complexas são as cerimônias que ele pode presidir. Tradicionalmente na Wicca, somente aqueles com a graduação mais elevada – a de sumo-sacerdote ou de suma-sacerdotisa – têm a permissão para fundar um coven e iniciar alguém. Entretanto, uma prática polêmica chamada “autoiniciação” vem crescendo, onde pessoas sem o menor conhecimento ou vivência no ofício religioso dentro da Wicca, decidem realizar por conta própria um ritual de autoiniciação e se “auto-proclamam” sacerdotes wiccanos. Muitas das vezes, estas pessoas, irresponsavelmente, resolvem iniciar “formalmente” outras pessoas, que ingenuamente às procuram, podem se prejudicar energeticamente e principalmente espiritualmente. Essa prática questionável põe em risco a imagem da Wicca como uma religião respeitável, pois pode prejudicar severamente aqueles, que de boa fé, procuram por um direcionamento religioso e colocam suas vidas nas mãos de pessoas totalmente despreparadas e/ou inexperientes. Em nenhuma religião séria existe algo como auto-iniciação, então, por que na religião Wicca seria diferente? Algumas pessoas que são a favor da autoiniciação tentam se justificar alegando a dificuldade de encontrar um sacerdote sério ou de serem convidadas a participar de um coven, o que muitas vezes é verdade. Contudo, não somos nós que escolhemos o panteão a cultuar ou qual tradição wiccana a seguir: Os deuses é quem nos direcionam, mesmo que não percebamos, rumo ao reencontro com a egrégora a qual já fazíamos parte, antes mesmo de nascer. Portanto, devemos ser pacientes e confiar neles, pois nada é por acaso e tudo acontece no momento certo. Outra questão polêmica é que, originalmente, a Wicca é uma religião sacerdotal, isto é, todos os seus membros são sacerdotes, não havendo fiéis. Entretanto, ao longo dos anos isso tem gerado muita discussão entre algumas pessoas que consideram essa posição um tanto rígida e contraditória aos princípios da liberdade wiccana, pois se trata de uma política de exclusão. Essa idéia se baseia em dois fatores: Existem pessoas que desejam se tornar sacerdotes, mas não têm a vocação, a maturidade mental, e a estrutura emocional necessárias para tal. Por outro lado, também existem as pessoas que possuem todas essas qualidades, mas não dispõem de tempo ou mesmo vontade para assumir esse compromisso, preferindo simplesmente cultuar os deuses e frequentar os festivais sagrados. Talvez seja o momento de repensarmos algumas de nossas políticas, pois uma religião deve estar sempre aberta para receber todos aqueles que dela desejam fazer parte. O caminho sacerdotal realmente não é fácil. Trata-se de um ofício que exige dedicação diária aos deuses e grande responsabilidade para com os membros da comunidade religiosa. Um bom sacerdote tem a obrigação de buscar se tornar uma pessoa melhor a cada dia, primando pela sabedoria, humildade, paciência, equilíbrio, imparcialidade, disciplina, ética incorruptível e caráter exemplar; pois o sacerdote é aquele que representa algo maior do que si mesmo.
Posted on: Mon, 22 Jul 2013 11:07:54 +0000

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