A forma certa de fazer nem sempre é a mais difícil Estava - TopicsExpress



          

A forma certa de fazer nem sempre é a mais difícil Estava reunindo informações para falar sobre planejamento, principalmente porque sou um entusiasta da ordem e as recentes mudanças no centro de Diamantina me encheram de alegria e esperança, mas resolvi falar também de outro assunto: ética. A revista Veja publicou três excelentes artigos sobre o tema que resolvemos reproduzir na edição 004 do Jornal Portal do Vale. Acredito ser o momento de abordar este assunto. Não que a nossa cidade esteja imersa num lodaçal, não é isso. Quero falar da ética pessoal, cotidiana, esta que faz que sejamos pessoas civilizadas, comprometidas com a harmonia da convivência social. Infelizmente o assédio e desgaste que as instituições vem sofrendo nas últimas décadas em nosso país criaram um caldo cultural em que chegamos a questionar se o oportunismo e falta de respeito aos princípios civilizatórios não seria o caminho para o sucesso e a realização pessoal. No âmbito da gestão pública a ética é parte integrante do planejamento estratégico. Somente gestores comprometidos com a coisa pública têm um real interesse em tomar medidas que gerem benefícios reais para a população, independentemente do grau de dificuldade de implementar as ações necessárias a esse fim. Diamantina vem sofrendo nos últimos anos, seja por incompetência administrativa ou por uma visão ideológica ultrapassada – apesar de se fazer de moderna -, um grave processo de desconstrução da boa administração pública. Administrar uma cidade requer uma visão pragmática de longo prazo aliada a medidas reais no curto e médio prazo. É preciso saber onde se quer chegar, caso contrário, fica-se na administração cotidiana de problemas, acabando por não chegar a lugar nenhum. Quando o gestor, além de falhas administrativas, tem uma formação ética debilitada está armado o cenário para o caos. Para gerir bem uma cidade é preciso antes de mais nada respeito pela coisa pública, pelas instituições, pela legalidade. Não se consegue ter uma cidade com boa qualidade de vida sem respeito às normas, ao ritual necessário à preservação do dinheiro dos contribuintes e aos rituais e decoro da representação popular. Quando um cidadão tem respaldo das autoridades para invadir e se apropriar dos bens públicos; desrespeitar o exercício do mandato popular que lhe for conferido pelo voto ou do cargo público que lhe for conferido e usar o princípio da hierarquia para não dar satisfação à população pelos seus atos, cria-se um estado de desordem difícil de ser superada. Diamantina viveu esta experiência recentemente e ainda é perceptível esta herança no imaginário popular. E quando a população é apática, como é o caso de nossa cidade, ou seja, não cobra seus direitos, a cidade vira uma terra de ninguém. Para finalizar retomo o tema inicial deste artigo: a implantação do estacionamento rotativo no centro da cidade. Certamente esta medida suscitará questionamentos de alguns, mas é uma decisão acertada e em sintonia com os anseios da população que deseja uma cidade organizada. O caminho para a boa gestão da cidade passa por iniciativas como esta. É preciso reordenar a cidade, retomar o controle do espaço público e valorizar o patrimônio de todos. Além disso é preciso que as medidas sejam perenes, tenham continuidade, dêem um rumo para a cidade. Acredito que é sinaliza uma volta à responsabilidade na gestão pública da cidade.
Posted on: Sun, 20 Oct 2013 23:11:34 +0000

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