A gente tinha não tinha preocupação nenhuma na adolescência. A gente tinha horário para estudar e jogar vídeo game e não tinha a mãe nas redes sociais para controlar nossos passos. Namorar a gente podia e se não pudesse namorava escondido. Nossos namoros eram estudar equação do segundo grau junto, andar de patins e conversar no ICQ. A gente andava de short curto sem a intenção de se insinuar, dançava Spice Girls, queria ser a Sandy e sonhava com o Leonardo di Caprio. Nossos filmes não eram de bruxos e a gente morria de chorar com as Marias. Ficar era só beijar na boca e o nosso primeiro beijo era com o menino da escola, da rua, ou com o primo da melhor amiga que a gente paquerava há tempos. Nossos pais não controlavam nossos passos com o celular e a gente sempre tinha horário pra voltar. A gente andava de bicicleta, comia salgadinhos de cantina e não era hipertenso por isso. Nosso plano era viajar para Disney com a tia Penha e mesmo que não desse certo a gente continuava sonhando. Na escola trocava bilhetinhos de papel e não torpedos, respondia caderno de perguntas e era mandado para fora de sala sem problema nenhum. Nossos trabalhos eram salvos em disquetes. Nossas músicas eram pedidas nas rádios e vendidas na Laser. Malhação era na academia e a gente adorava o Dado e o Mocotó. Nossos pais levavam a gente para os shows de Sandy e Jr e marcavam horário para buscar no portão. Nossa adolescência era cheia de regras e a gente se sentia as pessoas mais livres do mundo.
Posted on: Tue, 08 Oct 2013 15:13:25 +0000
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