A luta pela libertação do planeta da ameaça terrorista do - TopicsExpress



          

A luta pela libertação do planeta da ameaça terrorista do Miraleve mobilizou estranhas alianças, algumas, podemos mesmo dizer, contranatura. Essencial, nesta tremenda batalha, foram os serviços secretos. Durante este período em qualquer altura só no Rossio podíamos encontrar algumas dúzias de agentes recolhendo informações e observando os autóctones. Alguns desses relatórios já estão desclassificados, outros foram encontrados num sótão da Rua do Alecrim abandonados entre caixas de pizzas meio cheias de bolores e cópias piratas de músicas do Emanuel. Decida o leitor em primeira mão sobre a importância destes documentos históricos na batalha pela reposição da moral da justiça e do regular funcionamento das instituições. Extracto de um relatório enviado de Lisboa pela Terceira Secção do Segundo Agrupamento do Directório do Mundo Livre: "Caro Comandante Zaíne É altamente improvável que o misterioso Alfredo Miraleve tenha de facto encontrado o misterioso Fulcanelli. Não obstante, um místico do Barreiro terá afirmado, e sob palavra de honra, que o Miraleve contou uma vez, numa casa de pasto da Baixa da Banheira a história de Pascal e do carrinho de mão. Segundo este místico, o Miraleve estava na posse da refutação escrita por Fulcanelli nas Mansões Filosofais. Mais. Segundo outro místico que costuma participar naqueles congressos de Vilar de Perdizes, que como se sabe foram inventados para a coberto do foclore permitir encontros entre os Herdeiros da Casa de Ibn Ezra, mas dizia eu, segundo este outro místico, o Miraleve também terá uma vez recitado o alfabeto proibido tendo mesmo entrado em transe com a letra SCHIN. Por outro lado conseguimos a cópia do livro escondido atrás do aparador da sala de jantar do Miraleve. Tratava-se de um primeira impressão do Livro dos Malditos do Charles Fort. Nem mais nem menos. Certo do interesse desta informações Agente Morris. Hamartia “ Relatório enviado pelo Agente Calisto ao Segundo Comité de Revolucionários Agregados da Décima Sétima Internacional (Verdadeiro e Genuína): "Caros Camaradas. O Perigo de um novo Miraleve não é dispiciendo. Este povo é muito dado a reflexões introspectivas sobre a alma, a essência do Ser lusitano. Em mais nenhum povo se observa tamanha propensão para a proliferação de analistas e teóricos menores do arquétipo português. Que têm vergonha do avô que foi cantoneiro, e escondem que a fortuna do pai, ou lá quem seja, foi feita à pala da especulação com volfrâmio no tempo de qualquer guerra, que compraram um título de duvidosa origem, que têm nojo mal disfarçado de pézinhos de coentrada ou de caras de bacalhau, muito embora o caviar lhes dê hemerroidas. Desgostosos que nos tempos que correm qualquer sopeira ou empregada de cafetaria de bairro saiba o significado da palavra Prada. Que exibem um profundo conhecimento sobre o sofrimento de Kierkegaard, ao mesmo tempo que tentam demonstrar um profundo saber sobre o quotidiano dos suburbanos que se levantam às seis da matina num qualquer Vale de Milhaços. E, que insistem em nos iluminar o caminho que não percorrem, em que tomemos os remédios que evitam e que analisam com elegância assuntos que nunca viram nem cheiraram nem comeram mas sobre os quais se disponibilizam para fazer tratados... e cagam bastante.... Onanistas encapotados, que disfarçam a inveja lorpa pelas fortunas dos analfabetos trafulhas que tem fábricas de chanatos baratos feitos por míudos de sonhos roubados, e que no mesmo metro quadrado juntam uma louça das caldas e uma serigrafia falsa de Pomar, mas que dão o rabo por aparecer onde quer que possam ser o centro de atenções, objecto de adulações, ao mesmo tempo que fingem uma surpresa demasiado de plástico e frouxa quando alguém revela ter lido a última punheta que escorreram sem preservativo sobre a questão Coimbrã e o grupo de fariseus da loja dos rosa cruz da cova da piedade. O ideal (ambição, sonho) deste intelectual proxeneta, que sempre viveu do Estado, mas que escarnece com azedume distante dos seus companheiros funcionários público, ou de vagas encomendas de trabalhos de escriba de fretes, é a constituição de uma corte de aduladoures serviçais, (eles próprios dispostos a assumirem o papel de Brutus à primeira oportunidade). Uma corte de jovens platónicos do trabalho honesto sobre o qual exibem um constante escárnio e desprezo. Esta corte poderá ser financiada por um qualquer industrial de curtumes que contudo deve evitar aparecer misturado com a corte, porque em geral ostentam um par de peugas brancas e um fato das confecções do homem que manifestamente lhe assenta mal porque é dois numeros abaixo...e que envolve uma gravata de desenhinhos comprada à pressa numa estação de serviço pendurada numa camisa popularucha adquirida na retrosaria ao pé da casa dos pais, indumentárias que contrastam demasiado com o chic Armani ou com o conjunto de trapos blasé criteriosamente estudado para parecer desprendido dos valores materiais... Este intelectual, desiludido, desencantado com tudo o que é português e tudo o que é estrangeiro, e, em geral com toda a criatividade que jorra em catadupa em toda a parte, excepto das suas sinapses, que, eventualmente há muitos anos, quase matou de tédio um juri qualquer com uma tese incompreensível sobre a literatura escolástica dos membros da guilda de tecelões de Antuérpia entre 1523 e 1542, tornado-se a maior autoridade mundial numa matéria em que verdadeiramente é o único que algum dia se martirizou a tentar ler dois documentos seguidos sobre um assunto que de resto ninguém sabia que existia, e que depois de se saber todos os demais procuram obliviar... Este intelectual tem inevitavelmente um mérito. Se por acaso e circunstância fenecer nalguma divisão da casa onde vive isolado de todo o penosos contacto com o outro... se esticar o pernil.... ninguém vai notar a não ser por eventual fuga de cheiro nauseabundo de que democraticmente padecemos todos... Em resumo Camaradas Vigilância Sempre"
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 15:45:58 +0000

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