A noite. Ah! a noite. Por quem chora seu pranto? Por quem derrama seu orvalho? E eu aqui a apreciar os seus encantos no deleite de sua aragem fria, no silêncio, ouço todo o seu rumor. Amo- a em solidão. O manto escuro que deita sobre mim, extasia todo o meu ser, banhando todo meu corpo qual as ondas banham as margens da praia. tento abraçar em vão a escuridão, e em não a conseguindo, sinto-a. Bem melhor assim. Qual amante que em segredo ama a quem não pode, persisto eu nesse amor também impossível. Pois bem melhor é amar, que ser amado, sendo esse amor impossível de ser correspondido. vagueio meu olhar na imensidão da tua amplitude, e nela vislumbro o clarear das estrelas que também te contemplam. Mais ao lado, o luar, meu eterno rival que de quando em quando vem te lisonjear, ostentando toda a sua beleza Áurea. Tu como que sabendo do meu segredo, sopra sobre mim um rufar de vento como se fosse um beijo de agradecimento. minha tez se delicia nesse gesto benevolente. OH! noite, se certeza tivesse do meu amor por ti, sem pensar me arrebataria e num carrossel me levaria num passeio inacabável, e ao me devolver seria já dia.
Posted on: Sat, 24 Aug 2013 02:59:17 +0000
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