A ponte e a tentativa de degradação do Cocó. Jeovah - TopicsExpress



          

A ponte e a tentativa de degradação do Cocó. Jeovah Meireles Prof. Dr. do Departamento de Geografia da UFC "Estamos diante de mais uma tentativa (DESMATAMENTO DE FATO!) de degradação do ecossistema manguezal e das dunas do Parque do Cocó. E, em conjunto com as relacionadas à especulação imobiliária, regida exclusivamente pela financeirização da biodiversidade e mercantilização das funções socioambientais dos complexos ecossistemas da cidade de Fortaleza. Realizar planejamento urbano com a supressão da cobertura vegetal (e do ecossistema), é ampliar as emissões de dióxido de carbono e direcionar as reações ambientais para colapsos da produtividade primária (base da cadeia alimentar); potencializar as inundações e as perdas da qualidade e disponibilidade da água superficial que alcança as praias. Projetar novas obras prevendo o desmatamento das dunas fixas é ilegal, além de alterar a qualidade e quantidade da água subterrânea; e promover a extinção dos elementos geoambientais e ecológicos de uma paisagem milenar que arborizava quase todo o contato da cidade com o mar. O que interessa à sociedade, diante dos desafios impostos para uma cidade a ser regida pela equidade ambiental e planejada para enfrentar as consequências das mudanças climáticas -- cidades mais quentes pelo excesso de asfalto e carros encharcando de fumaça a atmosfera urbana -- é ampliar as áreas verdes. E envolver a diversidade de grupos sociais na sombra (e no sol) da mata ciliar e do bosque de manguezal às margens das lagoas e rios. Antes de qualquer outro "projeto sustentável", é fundamental demarcar o Parque do Cocó, incluindo, incondicionalmente, a Área de Relevante Interesse Ecológico das Dunas do Cocó (ARIE do Cocó) e a elaboração do Plano de Manejo. É extremamente necessário políticas públicas para efetivar os corredores ecológicos (pontes e vias da biodiversidade!) entre os bosques dos manguezais e das dunas. Construir uma ponte para "desafogar o trânsito" é mais uma ação descontextualizada das necessidades de uma metrópole carente de transporte público; uma ponte que não dará vazão a uma desenfreada quantidade de veículos que chega diariamente às ruas de Fortaleza. É ridícula diante da necessidade de recuperar as funções socioambientais dos ecossistemas urbanos. Uma ponte desnecessária ante a urgência de reverter a degradação das bacias hidrográficas da região metropolitana e que alcançam nossa cidade. Mais uma ponte, agora estaiada, com a função de potencializar a especulação imobiliária, simplesmente essa".
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 01:40:08 +0000

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