“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana.” (Sigmund Freud) Bem alguém nos diz (in)certas coisas como Não se apaixone não sinta ciúme, seja reto Não deseje o "obscuro objeto do desejo" Que a outro deseja o seu desejo tão ansiado Mantenha distância fique neutro Observe apenas observe pois não lhe pertence Não lhe foi destinado nem é passível de sua escolha Mas quem tem o coração primitivo que não foi domesticado Quem vive o impulso das paixões desatinadas Quem está ao sabor das pulsões indomadas Arrisca-se ao perigo em plena euforia fantasmática Em que não se morre sem viver a vida vívida Nem se vive a morrer lentamente dia a dia A eternidade momentânea de uma vida já morrida Se"Amor é fogo que arde sem queimar" Paixão é queimar arder e renascer A cada momento recriar a própria vida Fazer o mundo girar em outra ordem aí imiscuída Que nem tão nova é mas latente subjaz Qual o oculto que por si quer se revelar Por necessidade da essência que nos alenta E atenta tenta intenta nada isenta Ao movimento dessa dinâmica impertinente Que se apresenta meio que evasiva dissimulada Ofertando-se ao anzol fugaz nas profundezas do mar trágico Que anseia emergir num redemoinho envolvente empoderada Para fazer rolar as cabeças desassossegar os corações Mas de ti desejada do meu desejo declaro não abdicar jamais Mesmo ao custo do amargo sabor que porventura venha afinal Dizer-se o dragão dos meus sonhos ainda infantis revelado Retrucarei que ardo com todo prazer o que em mim vive Incivilizadamente descivilizada (instintiva paixão) Do que tê-la um dia sequer renunciado... Dilton.
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 01:11:31 +0000
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