A situação na Grécia tem algum paralelo com a situação na Alemanha pós grande guerra. O governo grego seduziu, alimentou e deu poder ao monstro (Aurora Dourada), na esperança que funcionasse como válvula de escape para o descontentamento popular e como forma de controlar os insurgentes de esquerda. Acontece que passado um ano desde que o partido ganhou representação parlamentar (tendo inclusive sido presenteado com lugares no governo) há milicias nas ruas a perseguir imigrantes, manifestações comunistas atacadas por neo-fascistas e um crescente apoio nas fileiras das forças de segurança. No pós guerra, os governos Alemães permitiram e apoiaram o Freikorps - grupo de extrema direita formado maioritariamente por ex-soldados, precisamente para fazer frente à Spartakusbund (futuro partido comunista da Alemanha). O Freikorps tornou-se fundamental para a manutenção da república de Weimar: em 1919 Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht são assassinados e centenas de militantes comunistas torturados e presos pela milicia a soldo do governo. Apesar das intenções de desmantelar a milicia, a Alemanha mergulhava num clima de guerra civil e de ingovernabilidade que iria reforçar a curto prazo um partido minoritário que desfilava nas ruas com o seu exercito de "camisas castanhas" os Sturmabteilung criados à imagem da Freikorps. Depois todos sabemos o que aconteceu.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 13:27:23 +0000
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