A situaçāo de " crise", pela qual estamos passando atualmente, nos dá a exata dimensāo de que vivemos uma clivagem social, política e ideólogia . O protesto da classe médica vem pontuar esse debate. Engana-se quem pensa que no Brasil há uma mistureba confusa sobre alinhamento, ou posicionamentos político-ideológico dos grupos sociais. Defender a tese de que superamos o dualismo esquerda e direita e que minorias marginalizadas "aprenderam a conviver" com a desigualdade e o fosso social, nāo conseguindo enxergar claramente seu opressor, é o mesmo que reforçar a teoria de que no Brasil nāo há racismo e que negros e brancos vivem felizes, segundo o mito da democracia racial. Ficou claro durante as manifestações quais sāo os grupos sociais que se colocam mais à direita e quais se posicionam à esquerda. No caso dos médicos, especificamente, é notória a matiz conservadora que predomina suas demandas. O bom mocismo e o politicamente correto sempre foram ingredientes que compunham o perfil do bom médico. Está aí mais uma falácia que desmoronou, bastou que um pouco dos privilégios da classe fossem ameaçados para que eles manifestassem, sem demora, sua identificaçāo ideológica, hostilizando quem tente colocar em risco sua regalias. Tais posturas servem como um termômetro que mede e pontua as relações entre os indivíduos e os grupos sociais , e que nos mostra como sāo forjadas as situações de opressāo, que como todos sabem, sāo históricas. Cássia Isquierda Oliveira
Posted on: Fri, 05 Jul 2013 02:26:22 +0000
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