A soma de todas as besteiras Por Pedro Luiz Rodrigues Desde - TopicsExpress



          

A soma de todas as besteiras Por Pedro Luiz Rodrigues Desde novembro do ano passado, quando me foi aberto espaço diário nesta coluna, tenho tratado de temas que têm a ver com as manifestações populares que tomaram conta das principais cidades do País nos últimos dias, fruto de uma irritação difusa da sociedade com o acúmulo de incompetência, mal-feitos diversos e afrontas múltiplas à dignidade, à inteligência e à sensibilidade de todos nós. Num desses primeiros artigos, em 26 de novembro, o título foi bastante expressivo: “Chega dessa pasmaceira, é hora de mudar”. Meu comentário foi o de que as engrenagens que deveriam movimentar a máquina do governo estavam emperradas:’ fazer barulho, fazem; sacolejar, sacolejam, mas lograr que o trem avance, ah, isso não conseguem’. O povo não é idiota, percebe. Tenho focalizado, também, com insistência, o excessivo recurso do governo à propaganda. Centenas de milhões de reais são literalmente jogados na lixeira a cada mês para que a administração pública - administração direta ou suas empresas – tente convencer a sociedade de que tudo vai bem no nosso Brasil. É muito palavrório, muita tapeação, para tentar tapar o sol com a peneira. Estão aí, nas ruas, as provas de que as coisas não são o que pintam os marqueteiros do governo, pagos a peso de ouro – por nós, contribuintes – para que mantenham no ar a empulhação. O povo não é imbecil, registra. E como contribuinte, paga. Naquele artigo, disse considerar natural que a Presidente Dilma Rousseff, maquinista do trem que nos carrega a todos os brasileiros e brasileiras, estivesse frustrada com resultados tacanhos obtidos por sua administração, o que em boa medida decorria da ineficiência de muitos setores da máquina pública. Essa situação, a levava “a reapresentar ao respeitável público, a cada mês, programas antigos com nova roupagem”. O povo...ah, o povo... No dia 29 de novembro, o tema foi a Senhora Rosemary Noronha, ex-Chefe de Gabinete da Presidência da República em São Paulo. O que podia dela se esperar? Esbulhos e empulhação não são, afinal, o resultado que se pode esperar quando a qualidade e o mérito são desconsiderados na escolha de funcionários públicos? Acho que um pouco do caso Rosemary está nas gargantas dos jovens que hoje se manifestam nas ruas. Estamos todos cansados com esse grupo de seres que até recentemente se acreditava iluminado, “ e (que) sempre se lixou para princípios republicanos ou questões éticas ou legais. Está aí o triste episódio do ‘mensalão’, para provar”. Não é por outra razão que as ruas clamam pelo nome do Ministro Joaquim! Observei, no mesmo artigo, que a máquina pública se encontra com obesidade mórbida, inchada e ineficiente: “ a Esplanada dos Ministérios já se tornou insuficiente para abrigar a burocracia em expansão, que hoje já invade áreas diversas da Capital Federal, inclusive residenciais. Resultado: ineficiência sistêmica”. Com espírito colaborador, dei até a dica : “É só consultar o assessor Gerdau Johannpeter. Ele já tem muita coisa pronta para tornar a máquina pública mais eficiente e menos burocrática”. No escrito de 1º de dezembro, o tema foi a estagnação econômica e a perda de credibilidade. Salientava que no trato da economia e das finanças, exige-se dos agentes do Estado sempre absoluta veracidade e sobriedade . O verdadeiro problema não foi o do crescimento um pouco maior ou menor. O nó da questão, não desfeito até hoje, era o da perda de credibilidade do Governo, na insistência do Ministro da Fazenda de insistentemente questionar os dados da realidade. ”Ao ver crescimento extraordinário onde ele é apenas ordinário, e fazendo prognósticos ainda mais extraordinários do que os não realizados, além de fazer Sua Excelência parecer exótico, torna-o como o responsável único dos maus resultados que, sabemos todos, não são sós seus”. Em 26 de dezembro, o título da coluna dizia tudo: “Nós os palermas”. É que o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, a autoridade responsável pelo atrasadíssimo cronograma da obra da transposição do rio São Francisco teve o desplante de declarar, sem qualquer constrangimento, que o referido projeto só perdia para os chineses, em termos de rapidez na execução das obas. A obra da transposição, devemos recordar, deveria estar concluída em 2010, mas até hoje se arrasta a passo de cágado. Na coluna de 4 de janeiro deste ano o tema abordado foram os dirigentes do PT condenados pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, condenados pelo mais alto tribunal do país, o STF. Mesmo assim, dois deles foram empossados no cargo de Deputado Federal. Dentro da lei, podia ser, “Mas eticamente, um desastre. Desgasta-se mais um pouco a já combalida imagem do Congresso brasileiro”. Recordei que os condenados empossados deputados não haviam entrado para a luta armada para defender a liberdade e a democracia, mas para trocar uma forma de autoritarismo por outra. Estes nunca levaram a sério a democracia. E democracia, como salientei “exige verdadeiros líderes, interessados em fazer boa política, colocando os interesses de toda a sociedade acima dos seus pessoais ou aqueles partidários, quando contrários ao bem comum e ao direito”. Em 14 de janeiro novamente bati na tecla da credibilidade, que deveria ser defendida “ com unhas e dentes pelos líderes políticos e os dirigentes públicos, pois será a moeda de troca que terão para interagir com a sociedade em momentos difíceis”. Voltei à questão dos abusos oficiais com a propaganda. “Em tempos de ventos favoráveis, as coisas ficam mais fáceis para os ilusionistas. Afinal, na abundância, a percepção crítica das pessoas tende a se embaçar e faz-se muitas vezes vista grossa às mazelas e lambanças que possam grassar aqui e acolá. Com o recurso à propaganda, então, a realidade é para os crédulos permanentemente mascarada pelo véu diáfano da ilusão. Uma ilusão, contudo, que só durará até o choque de realidade de cada edição do telejornal da noite”. Finalizando, assinalei que “são milhões, bilhões, gastos com dinheiro público, para promover essa Disneylândia psíquica na cabeça dos pobres trabalhadores que, na vida real, muito pouco poderão contar com os serviços públicos prometidos nas campanhas eleitorais. Nos meses que antecederam as últimas eleições, a Petrobrás, por exemplo, gastou rios de dinheiro para apresentar-se como empresa modelar, de um país modelar, governado modelarmente.Isso no mesmo ano em que a empresa deverá (os dados finais ainda não foram fechados) apresentar a terceira queda de produção em 59 anos (as outras duas foram em 1990, no governo Collor, e em 2004, no governo Lula).
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 19:30:18 +0000

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