:: A utilidade da coisa é o que determina o seu valor? Um contraste entre as conclusões de Esopo, escritor grego, e Asafe, salmista judeu. A pergunta acima é a lição moral posta em relevo na fábula do Galo e a pedra preciosa de um dos mais conhecidos fabulistas gregos [um dos meus prediletos], Esopo, do séc. VII a.C. (?, talvez, VI). A estória diz que um Galo, ao procurar comida ciscando no terreiro, acabou por encontrar uma pedra de grande valor. Percebendo que ela não servia para alimentá-lo, o Galo, com dissabor, disse à pedra: Ora, ora, se ao invés de mim, teu dono tivesse te encontrado, ele decerto não iria se conter diante de tamanha alegria, e é quase certo que iria te colocar em lugar digno de adoração. No entanto, eu te achei e de nada me serves. Antes disso, preferia ter encontrado um simples grão de milho, ao invés de todas as jóias do Mundo!. É a partir deste conto que Esopo conclui que a a utilidade da coisa é o que determina o seu valor. Embora a estorinha ilustre uma verdade que serve para alguns casos, ela não se aplica a realidade como um todo, principalmente, no tocante à vida com Deus. Deus não é valioso apenas porque Ele é útil. Ele é valioso porque Ele É (a suficiência e magnificência do Seu Ser glorioso)! Infelizmente, nem todos reconhecem isso e a verdade da fábula de Esopo passa a significar as suas experiências com Deus. Quando Deus deixa (aparentemente) de operar milagres, curas e outros tantos sinais, alguns cristãos lamentam e sustentam que Deus já não é mais útil para eles. Asafe, mestre de canto em Israel, experimentou [parcialmente] isto quando da composição do Sl 73. Ele chegou a dizer, por exemplo, que Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência. Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.Sl 73.13,14. Ali o escritor afirma seus temores e dúvidas ao fazer um contraste entre a prosperidade do ímpio e o sofrimento do justo. Os primeiros, apesar de transgredirem a Lei de Deus, pareciam escapar ilesos da vida e ainda triunfantes; os últimos, mesmo em observância à Lei de Deus, padeciam de não poucas adversidades. Não obstante o conflito, Asafe exclama uma das maiores verdades dos Salmos - e que vai de encontro ao ensino de Esopo. Ele diz, tão logo entenda o plano de Deus (que parece incluir o sofrimento do salmista): Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti Sl 73:25. Asafe descobriu que, acima das circunstâncias, seu Deus é o seu maior tesouro! Eis aqui o notável contraste entre Asafe e Esopo! Enquanto este atribui valor as coisas apenas pela utilidade delas; aquele encontrou a sua incomensurável riqueza! Asafe é, portanto, o paradigma a ser seguido. Sua experiência demonstra que Deus não é valioso por aquilo que Ele faz [somente], mas, sobretudo, pelo que Ele é! E aí, na sua vida com Deus, você se assemelha mais a Esopo ou a Asafe? Deus é valioso para você devido a utilidade Dele em sua vida ou Ele é valioso porque Ele É o seu maior tesouro? Um abraço, amigos! Boa dia a todos!
Posted on: Fri, 01 Nov 2013 13:25:35 +0000
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