ANÁLISE PESSOAL Á ACTUAÇÃO DO SENHOR PRESIDENTE DA - TopicsExpress



          

ANÁLISE PESSOAL Á ACTUAÇÃO DO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA 1. É verdade que a confiança no Governo das instituições internacionais financeiras e políticas ficou com um pé atrás, isto é, verificaram que a coesão da coligação colocaria em causa a estabilidade governativa, e bem assim política, o que resultaria num atraso substancial da implementação das medidas do ME, onde se incluem a Reforma do Estado. 2. É verdade que isso causou profunda preocupação na pessoa do Sr. Presidente da República, cuja surpresa da demissão de Paulo Portas também o deixou indignado por falta de aviso prévio. Eu entendo que o Governo, neste tipo de questões muito importantes, deve dar conhecimento de todas as matérias ao PR, e quando digo Governo, refiro-me à co-responsabilidade de ambos os partidos. Colocar o PR ao corrente do que se passa no país, mas sobretudo sobre o grau de coesão e união que existe entre PSD e CDS. Num momento difícil como este, o Sr. PR deve ter acesso a todo o tipo de informação que digam respeito á estabilidade política do país. 3. Depois dessa indignação, percebo a posição do Sr. PR. Tendo em consideração o afastamento estratégico do PS em relação ao memorando de entendimento, tentaria reaproximá-lo e chamá-lo á responsabilidade, uma vez que o negociou e o subscreveu. Sempre foi táctica partidária do Tozé afastar-se do ME para não ter consequências político-eleitorais. E agora até já diz que o ME falhou. Mas não explica o que falhou: foram as suas bases ou foi o tempo para o cumprir. E o que é que faria de diferente para o cumprir num prazo tão curto negociado pelo PS? Resposta: Zero. 4. O sr. Presidente, ao trazer o PS á responsabilidade de assumir o ME que assinou, promoveria uma boa base de apoio em sentido restrito, o que daria novo alento á capacidade, visto de fora, de um Governo estável para a concretização de, pelo menos, ME. O PS na altura, ficou a dizer "Nim", o que foi estranho, mas depois de algumas pressões lá foram dizendo que estavam abertos ao diálogo (operação de charme). 5. Não conseguido o acordo, restava uma só solução. Na conjuntura actual (financeira e económica) as eleições seriam um profundo disparate. Quando é que eram as eleições e quando é que o Governo tomaria posse? Quando é que esse Governo apresentaria o OE para 2014? Quanto tempo levariam os ministros e secretários de Estado estarem ao corrente das matérias mais importantes? Além de mais alguns custos de milhares de euros com as eleições, o castigo dos mercados poderia ser o dobro do que aconteceu com a demissão de Paulo Portas. Pior, nenhuma sondagem dá maioria absoluta ao PS, o que em política é um ponto muito fraco, sobretudo num momento delicado como este. Um Governo de iniciativa presidencial também era uma utopia. A vingança dos partidos era certa. Sobretudo dos que queriam eleições, bem como quem estava no Poder que era afastado e via-se na situação de apoiar quem o "derrubou" ?! Na AR não passava. Os partidos, mais tarde ou mais cedo, provocariam eleições. 6. IMPORTANTE: Credibilidade é diferente de legitimidade. A primeira conquista-se com o tempo. A segunda é conquistada nas urnas e segundo a CRP, é para um mandato de quatro anos. A primeira advém do trabalho que o Governo tem feito. Mas a oposição até diz que este Governo está "descredibilizado". Ora isso significa que até há pouco tempo o Governo era credível. É uma admissão de uma omissão do passado. 7. Única solução: dar continuidade ao Governo mas com uma contrapartida, a de o Governo apresentar uma moção de confiança associada a uma mudança nas políticas económicas e de combate ao desemprego. A moção de censura apresentada e chumbada recentemente foi utilizada para justificar a coesão da coligação, a moção de Confiança vai reforçar muito mais essa coesão perante as instituições internacionais. Servirá para mostrar que o Governo dispõe de apoio parlamentar coeso, o que é sinónimo de estabilidade política. Restaura a confiança e a credibilidade. 8. E segue na plenitude das funções até ao final da legislatura porque assim achou por bem. Soube ler os sinais de ambos os partidos. Ninguém queria estar a prazo. Continuar sim, mas até ao final da legislatura. E acho bem, não fosse existir a ideia na opinião pública de que teríamos um Governo a prazo, nem os nossos credores, nem a troika e nem investidores estaria interessado nisso. 9. Também percebeu que, o PS fez apenas uma operação de charme, só para provar vontade em negociar. Mas ai de António José Seguro chegar a acordo com PSD e CDS. Perante esse cenário, os "barões" do PS estavam já de facas afiadas contra o AJS, tais forma as pressões para a abertura de uma crise interna de liderança. AJS olhando á sua volta, viu que já tido ido longe demais nas negociações e que estava na horade romper. 10. Esta foi a melhor solução. A História encarregar-se-á de o ditar. Mas mais importante: Pedro Passos Coelho não aceitou propor ao PR a demissão de Paulo Portas. Foi aqui que tudo começou a mudar e bem. 11. Pedro Passos Coelho teve sentido de Estado e foi responsável por não ter acontecido o pior. Bem haja.
Posted on: Mon, 22 Jul 2013 02:58:16 +0000

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