Alexandre Biló Onde eu nasci tinha um riozinho, eu brincava de - TopicsExpress



          

Alexandre Biló Onde eu nasci tinha um riozinho, eu brincava de barquinho lá com meus amigos, Nadinho, Geroca, Manteiga e o Jaime, tinha também os irmãos Baiano e Baianinho. O rio já era sujo por causa da avícola da rua Padre Veigas que joga penas e restos das galinhas na água. Jogávamos bola na “graminha”, apelido de um terreno baldio que fica na Mariano Moura. Depois íamos até o bar do Barba ou do seu Euclides e rachávamos um tubaína, muitas vezes comprávamos um Kisuko no seu Jaime. Ao subir a rua de paralelepípedos, que ficava atrás do posto de saúde, se encontrávamos o caminhão do seu Luiz, a regra era abrir a torneirinha d´agua e sair correndo. Ele xingava, mas no fundo gostava de nós. Quando passava a máquina nas ruas de terra da vila Regina, descíamos essas ruas de “velotrol” ou bicicleta para desespero das nossas mães, quando asfaltaram a Carina Lopes, descobrimos a emoção do carrinho de rolimã. Nas férias íamos até o “morrão”, soltar pipas, lá encontrávamos os reis das pipas, Demetrius, Marcelo e mais meia dúzia de moleques maiores. Na escola, o Ayres, encontramos os amigos de outras ruas, Turiba, Rubão, Carlinhos, Biluca, Tarcisio, e vários outros moleques. Aprendemos a odiar Educação Moral e Cívica, por causa da professora Cazzarim, aprendemos a pensar criticamente com o professor Vavá e a respeitar a hierarquia com a diretora (que tinha uma filha linda, mas que eu não me lembro o nome). Não tem como ouvir You´ve lost that lovin do Johnny Rivers e não me lembrar daquelas tardes de festa junina da rua Catarina Lopes com Mandirituba. Além desta festa existiam 2 points tradicionais esperados o ano todo. Emilia e Castelo.. era bom. Lembro-me do seu Mané bravo, na porta da padaria da esquina com a Campanella, porque íamos comprar pãozinho no supermercado Tocha, era uma novidade e tinha pão quentinho toda hora. As quintas-feiras eu ia com minha mãe a feira na rua de cima do Castelo, meu sonho era ganhar uma grana com aqueles carrinhos feitos para transportar a feira das tiazinhas. Depois das compras eu comia pastel de palmito e tomava garapa. Muitas vezes ia com meu pai a feira de domingo, perto da igreja do Carmo. Depois de muita insistência ele comprava alguns vinis que os “marreteiros” espalhavam pelo chão. Temos depois começamos a “curtir” as matines do Elite. O ruim era atravessar a passarela por baixo da linha do trem, todo mundo tinha medo. Tinha também o Fé que ficava na rua da Igreja do Carmo, mas não frequentávamos muito por causa dos “manos”. Itaquera era uma ilha, o centro comercial mais próximo era a Penha. Adorava ir para lá, gostava de me sentar ao lado do motorista naquele ônibus amarelinho da São José que tremia tudo. Para voltar a Itaquera, era tradição comer amendoim torrado no ponto final do ônibus, onde hoje é o shopping Penha. Eu tinha um puta medo das vibrações que a pedreira fazia em casa, eu não entendia como uma explosão a quase 5 kms de distancia conseguia quebrar os vidros na minha sala. Ai crescemos, nosso horizonte não se limitava mais a Vila Regina, Vila Santana, Vila Carmosina, Jardim Itapemirim, pegávamos o trenzão na estação de Itaquera para ir até a Toco nas matines de domingo, alguns começaram a trabalhar bem cedo (eu por exemplo). Acordava cedo para pegar o Volvão que ia até a praça da Sé ou o Ferrazão que ia até o Parque Dom Pedro. Ai crescemos mais ainda, alguns se perderam, alguns ficaram pelo caminho, alguns fizeram o mundo. Namoramos, casamos, tivemos nossos filhos, alguns já são avós, alguns se mudaram desse lugar, mas somos o que somos, bons ou ruins, por causa das nossas raízes Itaquerenses. Como diz na foto de capa da página Saudosa Itaquera, “VOCÊ PODE ATÉ SAIR DELA, MAS ELA NÃO SAI DE VOCÊ”. Que saudades...
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 23:53:03 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015