Alguns homens desistiram de lutar descaradamente contra o - TopicsExpress



          

Alguns homens desistiram de lutar descaradamente contra o movimento feminista. E que poupará esforços se simplesmente dizer que é feminista do que assumir posições machistas de forma mais evidente, que gerariam repulsas imediatas. Agora tentam nos colonizar. O discurso clássico de mascu que classifica mulheres entre puta e santas, entre mulheres para casar e para se divertir, entre mulher que merece o respeito e a que não merece ganhou mais alguns menes de cagação de regra masculinas, desta vez, dos nossos aliados feministos, como: existe diferença feminismo e feminazismo, feminismo ou femismo, feminismo e misandria, feminista de verdade e de mentira. O discurso é o mesmo, reparam? São homens ditando regras sobre nosso comportamento, e agora, sobre a nossa forma de militar, tentando nos retirar a autonomia do único movimento social que nos diz respeito, em que que o protagonismo é nosso, que a voz é nossa, que as pautas são feitas por nós e para nós. Tentam nos convencer de que devemos incluir a pauta deles na nossa luta, de que eles tem o direito de estar nos mesmos espaços que nós, que nós precisamos deles, que eles e suas opiniões/argumentos são indispensáveis na construção de uma luta anti-opressão patriarcal, e que, caso não concordemos, somos radicais (como se isso fosse algo ruim), extremistas, machistas e até fascistas. Existem vários feminismos. Mas nenhum deles deve ser deslegitimado por nenhum homem. Nós temos capacidade o suficiente para discutirmos e construirmos nós mesmas nosso movimento. Temos muitas divergências e de longe uma unanimidade. E nem precisamos ter. E não vamos ter. Mas nós cuidamos disso. Nós podemos e devemos ter uma visão crítica sobre feminismo, nós podemos ser interseccionais. Nos fazem acreditar, mais uma vez, que não temos capacidade para pensarmos sobre nós mesmas, querem dizer se é ou não legítima nossa reação ao que sofremos todos os dias, nossa forma de militar, nossos medos, nossos sentimentos, nossa potência, nosso amor, nossa raiva. Eles precisam nos ensinar, nos guiar, nos aparelhar, nos dominar, como sempre fizeram. Ter autoridade sobre nosso corpo, nossa voz e nossa vida de forma muito menos perceptível agora. E não vão aceitar essa desobediência à autoridade patriarca calados; vão falar, chorar, espernear, difamar, cooptar, manipular. Temos, finalmente, a possibilidade de nos reconhecermos como mulheres insubmissas à dominação masculina, rebeldes, combativas, perigosas à norma. Mas isso não será feito se ainda formos dependentes, também no feminismo, da opinião masculina, da aprovação ou reprovação das nossas posições políticas. Nós não vamos ser agradáveis, homens, como vocês e toda a sociedade esperam que sejamos. Nosso feminismo não depende da aprovação de vocês.
Posted on: Sun, 01 Dec 2013 01:25:30 +0000

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