Alice dialoga comigo toda vez que ouço suas faixas, meche profundamente com uma série de fraquezas que tenho a relações afetivas, e me faz pensar sobre os escudos e fortificações que eu mesma venho levantando em volta de mim e de tudo o que representa dividir mais uma vez o meu dia-a-dia com alguém (seja lá da forma que for, não falo estritamente a namoro) Na real, suponho que o fato de muitos de nós amolecermos e se sentirmos tão vulneráveis com a sensibilidade instrumental e o lirismo poético de Alice pelo fato de se reconhecer tão fodidamente em cada letra, e por poder encontrar um refúgio, um lugar para o qual podemos fugir e internalizar as nossas frustrações e faíscas de felicidade produzidas dentro disso que a gente chama de coração, dentro desse misto de presença e ausência da razão. Em vários momentos parei para ouvir Alice e pensar nesse excesso e falta de consciência crítica dentro dos relacionamentos afetivos, e a conclusão que eu pude tirar foi a de que sempre seremos constrangidos pelo o que esses sentimentos provocam aqui dentro, e que várias vezes esse constrangimento será secreto e lutar contra esses monstros se tornara cada vez mais difícil. O que mais me assusta e admira em Alice é justamente isso, essa capacidade tão desconcertante de confortar e sufocar. Uma faixa acariciando e trazendo no vento a essência de cheiros e lembranças, e outra sacudindo e mostrando que exigir a conservação dos sentimentos, sendo eternamente quentinhos iguais a um pão da manhã na padaria, é querer o reflexo do espelho: uma busca estupidamente inalcançável que transforma o ato de admirar em ações (amor ou seja lá o que seja isso) um jogo de ego e poder que destrói toda a espontaneidade. A foto é surda, mas e as nossas emoções, até quando continuarão sendo?. E agora, exatamente as 23:05, enquanto ouço 12:07, gostaria de saber: o que Alice fala com você?.
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 01:05:01 +0000
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