COMO ESTÁ A FAMÍLIA? A família tem um lugar determinante - TopicsExpress



          

COMO ESTÁ A FAMÍLIA? A família tem um lugar determinante na sociedade, que não pode ser subestimado. São as próprias famílias que não podem nem devem subestimar-se, relativamente a si mesmas, no que concerne ao papel que lhes cabe na socialização, formação, apoio, solidariedade, desenvolvimento e respeito, de cada um dos seus membros. Se as famílias não se respeitarem no respeito que cabe a cada dos seus elementos, de nada adiantará reclamar esse respeito por parte dos poderes políticos, sociais e culturais. O respeito pela dignidade da vida, da pessoa e dos seus direitos começa dentro de portas, antes de ser reclamado nos restantes relacionamentos sociais a nível nacional ou internacional. É fácil reclamar o respeito pelos direitos dos cidadãos a muitos milhares de quilómetros de distância ou na esquina do prédio, mais difícil, mas não menos importante, é vivê-los dentro da família. Não basta exaltar a família em termos meramente formais , como conceito sociológico ou religioso. É necessário avaliar na prática do dia-a-dia o que significa e o que deve implicar a vivência em família. O divórcio pode ser considerado um sintoma alarmante da desagregação da sociedade, da dificuldade de conviver com o diferente, de manter relacionamentos duradouros, de assumir responsabilidades a par com direitos que se conjugam não apenas a dois, mas tendo na devida consideração os filhos que são, na maior parte das vezes, os que mais sofrem com as separações litigiosas ou não. É preciso também perceber que é necessário tornar a família verdadeiramente uma família, alimentando e fortalecendo laços que serão o mais precioso património e herança que se pode dar às novas gerações. Daí que se torne fundamental valorizar aos nossos próprios olhos o que a família significa e o que dela depende, na formação e maturação do ser humano como pessoa social e individual. São alarmantes as notícias que correm relativamente às violências que acontecem no seio da família negando na prática o seu sentido e significado. A alternativa da ruptura e da indiferença não é também a solução. Sem qualquer forma de paternalismo temos que nos interrogar, individualmente e socialmente, sobre o que importa fazer para nos consciencializarmos do que significa ser pai e ser mãe, nos dias que correm. A família não pode demitir-se do seu papel socializador e formador, atirando as responsabilidades para a escola, para a sociedade, para as polícias, para as instituições culturais, para a política e para a economia. Cada vez mais, por exemplo, a escola apela para uma participação, envolvimento e intervenção dos encarregados de educação na vida escolar e no acompanhamento do percurso escolar dos seus educandos. Como professor há quase duas décadas, sinto isto de forma muito particular, e constrange e confrange constatar que, a maior parte das vezes, os pais evidenciam-se pela ausência e indiferença, mais do que pela presença e interesse. Muitos argumentos e desculpas podem ser apresentados, mas não creio que, durante um ano lectivo, não seja possível encontrar, no mínimo, três momentos, para conversar com o Director de Turma. O conhecimento, a cultura, a informação e a formação científica, técnica e artística podem estar pelas ruas de amargura, face ao descalabro das televisões que invadem as casas com tudo o que não presta, na lógica de um lucro fácil, investindo na alienação mais do que na autonomia e sentido crítico. A alienação torna o cidadão mais propenso aos automatismos do consumo do que o espírito crítico, as audiências poderiam ser captadas igualmente através de programas de qualidade. Mesmo assim, isso não chega para que os pais se descartem e alheiem do aproveitamento escolar dos seus filhos. Considerando ainda que, muitas vezes, as questões não são meramente pedagógicas ou relativas à aquisição de conhecimentos. Existem componentes afectivas, emocionais, comportamentais que são percebidas pelos docentes na relação da sala de aula e não só, para os quais nem sempre os pais estão apercebidos e que só podem ser ultrapassadas e lidadas com o envolvimento de todos. Encolher os ombros, viver na indiferença, assumir a liberdade como escapismo das responsabilidades familiares, pode ser agradável a curto prazo, mas traz necessariamente muitas dores de cabeça à sociedade mais cedo ou mais tarde. Pode-se apontar o dedo aos políticos, aos governos e aos governantes, pode-se criticar as políticas educacionais, da saúde e da segurança, mas todos teríamos a ganhar se reconhecêssemos que, se todos nos envolvêssemos a partir da família no que diz respeito aos comportamentos e relacionamentos de interesse mútuo que solidificam os valores, as consequências em todos esses níveis seriam muito mais favoráveis. Claro que se pode criticar ou positivamente adiantar sugestões sobre o que à política e aos políticos diz respeito, mas de modo amplo podemos dizer que todos nós intervimos politicamente mesmo quando assumimos a família ou nos demitimos dela. Como cristãos evangélicos damos um valor enorme à família, não apenas como um mero posicionamento moralista, tradicional, legalista e conservador. Consideramos que a família não é uma peça de museu a manter a todo o custo para gáudio religioso. Ela é fundamental na humanização e socialização do indivíduo. Não é por acaso que ela nos aparece na Bíblia como uma ideia de Deus, logo bem no início da história do homem com o Seu Criador. O Senhor Deus fez com que o homem adormecesse e dormisse um sono muito profundo. Durante o sono, tirou-lhe uma das costelas, e fez crescer de novo a carne naquele lugar. Da costela que tinha tirado do homem, o Senhor Deus fez a mulher e apresentou-a ao homem e este declarou: ‘Desta vez, aqui está alguém feito dos meus próprios ossos e da minha própria carne. Vai chamar-se mulher; porque foi formada do homem.’ Por isso, o homem deixa a casa do pai e da mãe para viver com a sua mulher e ficam a ser como uma só pessoa. Tanto o homem como a mulher andavam nus, sem sentirem nenhuma vergonha por isso. Génesis.2:21-25. Todo o simbolismo que se encontra por detrás desta narrativa, é de um valor fundamental para o respeito e interesse mútuo que a família deve promover e sem o qual desaparece, comprometendo-se não apenas a si, mas a todo o tecido social e cultural. Também por isso mesmo temos verificado que é no momento em que O consideram como parte integrante da família e da nossa vida, que a trazemos para o seu devido lugar. O próprio Jesus Cristo deu-nos disso um exemplo. Jesus voltou então com eles para Nazaré, e continuou a ser-lhes obediente. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração. Jesus crescia em sabedoria e idade, agradando a Deus e aos homens. Lucas.2:51,52.
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 00:34:42 +0000

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