CUIABÁ: UM ESCANDALOSO CANTEIRO DE OBRAS Confusão generalizada. Desvio para todo lugar. Restos de uma guerra? É o que parece. Novos pontilhões. Largas avenidas rasgando o chão. O esbelto estádio que abrigará três jogos da Copa tem projeto magnífico e execução prevista para ser finalizada até os últimos instantes antes de iniciar a Copa. Pode atrasar e ser finalizada concomitantemente com o início dos primeiros jogos. Que inveja: O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) moderno e vistoso está quase pronto, na Espanha e, sendo financiado pelo Governo do Estado, que será pago pela iniciativa privada no tempo de 30 anos. Acompanho a ducentenária cidade de Cuiabá, desde 1978, quando propiciei para o salesiano Colégio São Gonçalo o Curso Objetivo de São Paulo. Vi esta cidade se multiplicando em desenvolvimento e riqueza, como raríssimas outras cidades do Brasil central. Gigantes obras, em numero de 56, abrem novas perspectivas para esta cidade que viu seu crescimento acelerado logo após a divisão do Estado, com a criação do nosso amado Mato Grosso do Sul, como forma de compensação pela perda de mais de 350.000 km quadrados, correspondentes ao nosso Estado. Milhões e milhões, associados a outros tantos bilhões de investimentos federais, aliados, evidentemente, a outros tantos investimentos, oriundos de interessados empresários que anteciparam a visão de glória e fortuna nesse bendito território. Cuiabá que nos engana, involuntariamente, no seu tamanho, pela conurbação feita com a cidade gêmea, Várzea Grande, multiplica-se ao gosto requintado e culto, de sabedoria bicentenária. Povo unido e salutarmente preparado para viver praticamente isolado de todos os demais, unidos, se é que pode dizer, pelo caudaloso tanto quanto piscoso Rio Cuiabá. Servia muito bem, pela serena planura que facilita a navegação e passou a ser a principal fonte de alimento do bom cuiabano. Cuiabá orgulha-se por sua postura neo-metropolitana. Pela ingente corrente migratória depois da divisão, mostra uma população miscigenada, onde a cor parda dos velhos tempos tem agora a moldura de cabelos loiros, olhos azuis e lindos cabelos negros, encaracolados uns e lisos, outros, igualmente atrativos e belos. Cuiabá me encanta porque me dá a impressão de um Brasil gigante que se afortuna em seu trabalho, em uso de um solo pedregoso, solo que mesmo sem ser naturalmente fértil para alguns produtos, tem na engenharia genética o melhor aproveitamento do solo com insumos e adubos. É esta abundância econômica e financeira que abriga os principais investimentos nesta velha, com cara de novíssima capital. Mesclam-se com denodado capricho o velho e o novo, nesta cidade. A área central, com a catedral e o antigo palácio do governo rodeados de velhas e caprichosas construções antigas, nos levam, poeticamente, aos tempos em que Cuiabá resumia sua existência ao longo do sinuoso Rio Cuiabá. Ausentando-se da área central, como que esquivando e esgueirando-se para não “machucar” a beleza nascida e gerada nos velhos tempos, erguem-se suntuosos edifícios; largas e imponentes avenidas. O luxo das belas construções, advindas dos novos tempos, não embaçam a beleza das modestas e antigas construções. Parecem que se dão muito bem e a cidade, nas veias do contraste, cresce bela e generosa, como generoso e amistoso é o seu povo. Valeu a pena conhecer, entre tantas outras coisas, como por exemplo, a vida noturna dessa cidade, o imponente e qualificado Hospital Jardim Cuiabá e festejar com toda nossa família os 95 anos de nossa querida tia Zefa, com generosa lucidez e real vitalidade. Dentro de 5 anos estaremos comemorando os 100 anos dessa linda mocinha e espero estar aqui, outra vez, quando, então, verei todo esse emaranhado de obras emoldurando ainda mais a nossa Cuiabá. Até lá, esperando e confiando na vontade de Deus, dizemos: Amém. Professor e Campista
Posted on: Sun, 11 Aug 2013 00:46:57 +0000