Canal de opinião Teimosia ou planos preconcebidos emperram - TopicsExpress



          

Canal de opinião Teimosia ou planos preconcebidos emperram processo político (#canalmoz) Os canais para o diálogo “fecham-se conforme programação”? Maputo (Canalmoz) – Moçambique pode estar a caminhar para o desastre. É uma realidade que já não se pode negar nem recusar. Num acumulado de factos, simuladamente apresentados como vontade de negociar e de debater a vida política nacional vislumbram-se sinais preocupantes de que leva vantagem quem está interessado em ver Moçambique mergulhando no abismo. Uns por teimosia ou na crença incrível de que possuem soluções para enfrentar e vencer um inimigo armado e determinado a fazer valer suas posições. Outros dizem-se prejudicados e marginalizados num processo político afunilado, distorcido e injusto. Dizem ter esgotado os mecanismos de abordagem e recusam-se a vergar perante quem dizem se ter auto-denominado dono do país. Numa situação em que o derrotado é a paz e a estabilidade revela-se importante estender a franja de culpados pela derrocada. Uma sociedade civil promíscua e ávida de benesses foi corroendo aos longos anos toda a possibilidade de abertura e franqueza. Uma opção nítida de defesa do indefensável mostra agora como nunca o tipo de resultados que esse tipo de postura produz. Há uma manifesta confiança em alguma coisa que todo o povo não conhece e ignora. Alguns conclaves devem se ter reunido e concluído que possuem os recursos e carne de canhão suficiente para embarcar para a guerra aberta e sem quartel. A obliteração do outro, a não-aceitação de uma convivência entre irmãos com todas as suas diferenças, o abocanhamento de todo um país por forças sinistras que navegam em corredores obscuros aponta para a deflagração de um conflito em Moçambique. Com o veredicto popular recusado no Zimbabwe, avolumam-se as preocupações de que a opção é a manutenção do poder por qualquer meio. Não haveria razão para alarmes se da parte da SADC se revelasse interesse em estabelecer e apoiar democracias genuínas na região. Os pronunciamentos diferentes da Missão de Observação Eleitoral que esteve no Zimbabwe, quanto a validade e credibilidade do escrutínio, levanta uma questão, o processo não foi tão limpo e isento como alguns parceiros políticos se adiantaram a anunciar. Não é simplesmente a inexistência de unanimidade. Os atropelos aos direitos políticos dos cidadãos enraizados numa sociedade intolerante, com uma liderança preocupada essencialmente em estar na garupa do povo jamais poderiam ter produzindo as condições ideais para um pleito eleitoral transparente, justo e livre. Enquanto no Zimbabwe a oposição armada do passado desintegrou-se através de manobras maquiavélicas e mesmo com recurso a massacres documentados em Moçambique o comando militar da Renamo havia unicamente hibernado. Reactivado que já demonstrou estar, os resultados não tardaram e hoje sente-se que o país, tem de facto dois exércitos, duas capitais políticas. Estes são factos reais produtos de uma política obtusa e de avestruz. O país está deveras doente e padecendo de uma enfermidade que alguns já denominaram de “guebuzite”. Mas na verdade, o que se passa no terreno é o culminar de políticas que jamais foram abandonadas. Mesmo quando se assinou o AGP em Roma isso foi considerado pelos estrategas do poder do dia, um recuo estratégico para reorganizar forcas e afinar procedimentos. Havia aqueles que acreditaram na boa-fé de certos políticos e se atreviam a atribuir prémios mal merecidos e títulos espampanantes. A realidade mostra que a intolerância é marca registada de certos políticos. Uma vez estabelecidos no poder e contado com recursos em toda a esfera orgânica governamental, parlamentar e judiciais alguns moçambicanos consideram que é caso encerrado. Alternância democrática no poder está fora de suas contas e fogem dela como o “diabo da cruz”. Quando os processos eleitorais são de facto justos, livres e transparentes não há necessidade de observadores ou da angariação prévia e concertada de apoios. O mergulho directo para o conflito está nas mãos de políticos bem conhecidos. Pelos impasses contínuos no tal diálogo das segundas-feiras dá para perceber que os interlocutores transportam instruções prévias e rígidas sobre o que fazer e onde ceder. O que interessa à vista desarmada é a manutenção do poder. Não serão aquelas sessões de bate-boca que trarão a paz e estabilidade que a maioria dos moçambicanos querem, desejam e merecem… (Noé Nhantumbo)
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 05:40:38 +0000

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