“Coisas de Angola!” A esquecida paradisíaca Vila do Nzeto, ex Ambrizete!! A conclusão destes trabalhos vai contribuir para a melhoria das condições de vida da população e tornar a antiga vila de Ambrizete mais aprazível e acolhedora. Nzeto é uma vila localizada à beira-mar e atravessada pela Estrada Nacional Nº110, onde operários e engenheiros de construção civil, angolanos e chineses, passam horas e horas dos seus dias a reabilitar e construir a malha rodoviária. A primeira fase desta empreitada, aplaudida pelos habitantes locais, contempla a abertura de novas valas de drenagem das águas pluviais, construção de lancis, redes técnicas para a instalação da tubagem de água potável, cablagem eléctrica e telefónica. O administrador municipal adjunto do Nzeto, Domingos Bernardo, destacou os benefícios do incremento do Programa de Infra-Estruturas Integradas de subordinação central, cuja primeira fase, iniciada há dois anos na região, termina no final deste mês. “O Nzeto cresce a cada dia que passa. Passámos a dispor de uma nova rede de distribuição de água potável e uma nova central eléctrica de quatro grupos geradores, com capacidade para produzir 3.500 megawatts e já concluída em 90 por cento”, disse Domingos Bernardo, acrescentando que foram montados também cinco novos Postos de Transformação de energia (PT) de 630 KVA, no sentido de aumentar a taxa de acesso das populações à electricidade. Em termos de fornecimento de energia eléctrica, o administrador municipal adjunto adiantou que existe um programa para dar sequência ao processo das ligações domiciliares a nível do casco urbano. A expansão da rede de distribuição de energia eléctrica aos bairros periféricos da sede municipal depende, em grande medida, da conclusão do Programa das Infra-Estruturas Integradas, por estar a contemplar a montagem de uma nova rede eléctrica, tendo em conta que a actual tem mais de 60 anos de existência. Também a Estação de Tratamento de Água (ETA) foi reequipada com duas motobombas modernas, com capacidade para bombear sete mil litros de água por hora, embora a incapacidade da actual tubagem em receber esta quantidade e distribuí-la às habitações seja uma grande contrariedade. Nas comunas da Musserra, Quibala do Norte e Quindege está em execução a abertura de furos de água, de modo a reduzir a carência que os habitantes destas localidades ainda vivem, facto que tem provocado a proliferação de doenças infecto-contagiosas, como a bilharziose. Pérola da costa marítima Domingos Bernardo recorda que até há algum tempo o município não tinha infra-estruturas sociais e económicas básicas, uma situação que hoje está a mudar para melhor. Na sua perspectiva, se todos os habitantes locais participarem nos esforços desenvolvidos pela Administração Municipal e pelo Governo Provincial na projecção de acções nos mais variados domínios da vida socioeconómica, Nzeto pode ser uma “pérola” da costa marítima do Zaire. A construção das 200 casas sociais, em fase de conclusão, e outras 17 destinadas a funcionários da Administração Municipal, são acções que conferem uma nova imagem à localidade e têm permitido o surgimento na região de empresas que geram centenas de empregos para a população local que, apesar das inúmeras dificuldades por que tem passado, nunca perdeu a esperança de viver dias melhores. O soba grande do Nzeto, António Manuel da Costa, confirmou ao Jornal de Angola o momento singular que a vila está a viver, caracterizado por um conjunto de obras de impacto social em toda a sua dimensão. O ancião referiu que embora as obras em curso estejam a provocar contrariedades à vida dos munícipes, devido aos danos às redes de distribuição e fornecimento de energia eléctrica e água potável, a iniciativa representa um virar de página na história do Nzeto, que completou no passado dia 23 de Junho 79 anos desde a sua ascensão à categoria de vila, por Decreto de 1934. “Pelo que vemos, as perspectivas de desenvolvimento multiplicam-se, porque a requalificação das ruas está a andar a bom ritmo. A sede vai ganhando um novo figurino e agora podemos ver avenidas a serem desenhadas, como é o caso da rua à entrada da vila, para quem chega de Luanda, onde já foram colocados novos postos de iluminação pública”, assegurou, com um certo entusiasmo. Pesca à espera de condições O administrador adjunto referiu que a actividade pesqueira no Nzeto está fragilizada, por falta de condições de conservação do pescado, aliado à escassez de embarcações e material de pesca, como redes e anzóis. A pesca é a actividade que garante a subsistência da maior parte da população da circunscrição, rica em frutos do mar como crustáceos, mariscos e lagostas. Por essa razão, estão a ser feitos esforços junto do Ministério das Pescas, no sentido de apetrechar os pescadores da província do Zaire com o material necessário para fortalecer a actividade. Aliás, este problema da conservação do pescado pode mesmo ser ultrapassado com a montagem, nos próximos tempos, de sistemas de frio na comuna da Musserra, uma zona intermédia entre o Zaire, Bengo e Luanda, de modo a permitir que estas regiões sejam também abastecidas de peixe. Mais saúde e aprendizagem A rede escolar do município do Nzeto possui actualmente um total de 40 escolas. Um novo Instituto Médio de Saúde, a construir em breve, vai reforçar o ensino ainda este ano. Das 40 escolas, seis são do primeiro ciclo, uma lecciona da sétima à nona classe, e outra do segundo ciclo, da 10ª à 12ª classe, que albergam 9.066 alunos. As autoridades municipais calculam que a nível do ensino primário e primeiro ciclo haja 2.817 crianças ainda fora do sistema normal de ensino na região. O administrador municipal adjunto do Nzeto informou que além do hospital municipal, as três -comunas, nomeadamente Quindege, Quibala do Norte e Musserra, têm dois centros médicos, cada. Uma nova maternidade, cuja capacidade de internamento ainda não foi definida, está igualmente em construção na sede municipal. Investimento Domingos Bernardo garantiu que a Administração está aberta a investimentos privados, capazes de impulsionar o desenvolvimento do município do Nzeto, que oferece oportunidades nos sectores do turismo, hotelaria, imobiliário, comércio, agricultura e pescas. Situado a Norte da província do Bengo e a escassos quilómetros da capital do país, o Nzeto afigura-se como uma porta de acesso para quem viaja por terra para os demais municípios do interior do Zaire, assim como para as regiões do Ambriz (Bengo), Maquela do Zombo e Bembe, Uíge, e dali chegar à República Democrática do Congo. O município tem uma superfície de 10.120 quilómetros quadrados. A pesca, caça e agricultura são as principais actividades de subsistência dos seus habitantes calculados em 59 mil. Jornal de Angola
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 11:34:02 +0000
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