Comedìa - L. Rafael Nolli I - Inferno Nel mezzo del cammin di - TopicsExpress



          

Comedìa - L. Rafael Nolli I - Inferno Nel mezzo del cammin di nostra vita O maquinário emperrado em uma idéia A mesma frase dita, palavra por palavra Turbilhão de tudo na carne encefálica A mesma frase dita, palavra por palavra Moscas mortas mergulhadas no molho Pai Nosso sussurrado pela TV desligada (Quando de novo veremos as estrelas?) A mesma casa azul pela janela do carro A mesma casa azul pela janela do A mesma casa azul pela Ninguém, em lugar algum, senão o morador da casa azul olhando-me na janela do carro Nenhuma pista ou clareira para tentar a aterrissagem e, ademais, o trem de pouso emperrado Retornar ao lar – oh estações, oh castelos – e ninguém ter dado por sua falta II - Purgatório A TV ligada para ninguém – em consultórios ortopédicos – o cheiro do tédio das atendentes & o clamor dos telefones A fila de mulheres pensativas – nos pronto-socorros – as crianças tossindo em seus colos o senhor debruçado sobre as rugas A ante-sala dos CTI’s as antecâmaras das policlínicas os azulejos brancos, o ventilador de teto – nas salas de espera dos centros de radiologia – E nos demais lugares onde a morte fareja III - Paraíso Praticamente nada a fazer senão para o pobre agente do Centro de Controle de Pragas. A nuvem de veneno borrifada sobre as macieiras rouba o brilho das asas dos anjos e embaça o aço de suas espadas. De manhã, o batalhão de arcanjos em ordem unida, treinando para a possível batalha. E é sempre manhã, onde quer que se vá. Longa manhã de profunda ressaca: os que leram estão de acordo, é o mesmo paraíso descrito por Dante. Um saco. * Poema inédito.
Posted on: Sat, 31 Aug 2013 00:47:27 +0000

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