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Compartilho aqui meu depoimento pessoal sobre a “Assembleia Popular - Debates e rumos das atuais movimentações de BH” que realizamos hoje em BH, e algumas hipóteses (minhas) sobre o que está acontecendo na Prefeitura: Ressalto que este é um relato do que EU percebi, e não falo em nome de ninguém, nem de nenhum movimento ou outra forma de organização. Falo como uma cidadã que busca acompanhar tudo de perto (e bem longe da mídia tradicional). Mas confirmo a ausência de lideranças no movimento. A organização é realmente horizontal. Eu estava presente (com varias outras pessoas, cerca de 150. A Assembléia foi aberta, e convocada via evento no Facebook). Digo que foi uma das situações mais inusitadas que já estive presente, pois não foi organizada por ninguém. E mesmo assim, foi uma reunião muito bacana e democrática, que deu voz a todos que queriam. Todos mesmos: pessoas independentes, partidos políticos, sindicatos, anarquistas, moradores de rua, advogados, movimentos sociais, duelo de MCs, enfim. Qualquer um que quisesse falar teve a palavra, e foi escutado. Os interessados foram chegando, se conhecendo, se reunindo... e começamos, espontaneamente, a organizar o formato de como seria realizada a Assembléia (quem faria lista de inscrições, tempo de fala, tempo de resposta, foco, processo de votação, direito de resposta, etc). As pessoas presentes começaram a colocar suas pautas e reivindicações. Todos respeitando a voz do outro, mesmo quando não concordavam. Todos foram ouvidos, e a partir de cada sugestão, de cada questionamento, de cada fala, fomos construindo um manifesto com as causas imediatas do que queremos nas manifestações de BH, e que foram aprovadas, em votação, por todos os presentes. Este Manifesto será compartilhado por uma comissão voluntária, que ficou responsável por redigi-lo e disponibilizar aqui no Facebook. Mas adiantarei algumas coisas que LEMBRO DE CABEÇA: Algumas das reinvidicações imediatas, ou seja, para ser resolvidas AGORA são: a redução imediata das passagens de transporte público, a revogação da liminar que nos proíbe de manifestar em MG, o fim do uso de violência por parte da PM e de seus recursos repressivos (atuando sob ordens do Estado), o fim do Estado de Exceção da Copa, a libertação dos presos políticos nas manifestações, o fim da politica higienista em BH, Contra a aprovação da PEC 37, Contra a aprovação do Estatuto do Nascituro e Contra a Cura Gay) Estas são algumas das questões emergenciais, que identificamos como essenciais, para dar uma pausa nas manifestações. Reivindicações, para começar a discussão agora, mas que precisam de tempo para acontecer: a Reforma Política (urgente e vital para o combate à Corrupção), o fim do financiamento privado de campanhas, a auditoria e revogação dos contratos da Prefeitura de BH com as empresas de ônibus, a auditoria das obras da Copa, a destinação de 10% do PIB para educação e 10% do PIB para saúde e a desmitarialização da polícia. Conversamos também sobre o caráter pacífico do movimento, reiterando que sim, o MPL é à favor da paz, mas assume que está num processo legítimo de revolução. Portanto, o movimento não apoiará nem fará uso da violência, mas reconhece que, em caso de legitima defesa, a RESISTÊNCIA à agressão gratuita da PM é válida. O movimento (todos nós) ressaltou também que precisa de mais organização (eu mesma quase fui pisoteada na manifestação de terça pois as pessoas saíram correndo, assustadas com o ataque inesperado da PM). Esta organização vai no sentido de coordenar rotas, negociar liberação de passagem pelas vias sitiadas, e orientar os manifestantes, para que não se separem mais, como fizeram na terça. A organização será realizada por uma Comissão voluntária de Segurança, que será eleita na próxima Assembléia, por votação. A divisão da marcha, e o desespero das pessoas que não estão acostumadas com manifestações, deixou um grupo para trás. Este grupo abandonado pela massa ficou à mercê da violência da policia. Não podemos permitir que a PM realize a estratégia de separar o grupo em blocos. A união é que faz a força. Durante a realização da Assembléia fomos informados, que existem PMs infiltrados em reuniões e durante as manifestações, para causar tumulto. Isso é sério, e foi pedido atenção. Foram criadas mais três comissões: uma de advogados (o grupo Habeas Corpus) que estão se dedicando a derrubar os decretos e a libertar os presos políticos e denunciar a violência da PM para grupos de Direitos Humanos. Uma Comissão para lidar com a comunicação do movimento (criação de orientações para confecção de faixas legíveis, redes sociais, fotografias e vídeos e compartilhamento de informações oficias) e uma Comissão para ajudar os possíveis feridos. TODAS ESTAS COMISSÕES ESTÃO ABERTAS PARA QUALQUER VOLUNTÁRIO QUE QUEIRA PARTICIPAR. Também chegamos ao entendimento conjunto que a movimento brasileiro é SIM de caráter INDEPENDENTE E LIVRE (sem legendas), mas que as bandeiras de partidos e movimentos, que estão, historicamente, na luta por melhorias sociais, devem ser respeitadas, pois são legítimas e representativas de muitas pessoas em luta. Neste sentido, foi proposto o entendimento de que o movimento NÃO É APARTIDÁRIO, mas sim SUPRAPARTIDÁRIO, pois a causa é de todos, está acima de bandeiras e partidos, mas não EXCLUI nem tira de ninguém o direito de se expressar livremente. INCLUSIVE CONVIDA A TODOS OS GRUPOS participantes que MOSTREM suas bandeiras, para que todo mundo saiba quem são e quais são suas causas e lutas. Na Assembléia, houve o entendimento de que existem muitas pessoas que estão se manifestando, e que não possuem, e nem querem possuir relação com Partidos, e isso será respeitado. Mas foi colocado que é importante que as pessoas tenham contato com grupos políticos e sociais, que já existem e lutam por melhorias há muitos anos (independente da ideologia) para que os manifestantes reflitam por si mesmos. QUEM LUTA POR UM PAÍS MELHOR, TEM QUE LUTAR POR UM PAÍS MELHOR PARA TODOS. SEM EXCEÇÃO. O MPL de BH está em acordo com o MOVIMENTO NACIONAL PASSE LIVRE, e vamos apoiar e acompanhar a agenda das manifestações nacionais, mas também, serão realizadas manifestações em dias de jogo em BH. Porta vozes dos movimentos do RJ e de SP estiveram presentes e estão solidários nesta luta. A solidariedade se estende para qualquer cidade. Outras cidades mineiras, como Contagem, também estão realizando atos do MPL, e vamos nos juntar. O movimento está aberto a todos os diálogos. Digo, novamente, que este movimento não possui lideranças, e qualquer cidadão que desejar participar, discordar ou somar, é bem vindo. Com este objetivo (de reunir mais pessoas e visões), esta Assembléia será realizada SEMANALMENTE, para sempre discutirmos os rumos do movimento e ampliar nossa luta por um Brasil melhor, para todos. A próxima Assembléia ficou marcada para DOMINGO, às 15 horas, no mesmo local (favor confirmarem esta informação no facebook) Reitero que o que escrevi aqui é fruto da minha observação e participação na Assembléia de hoje, e que um “Manifesto Oficial” será publicado em breve, para acesso de todos. Escrevo aqui apenas para dar uma satisfação aos interessados que não puderam comparecer hoje. Ficaram marcadas DUAS manifestações para esta semana (Favor conferir na página oficial depois): - Quinta feira, de acordo com a Agenda Nacional do MPL. A concentração será às 17 horas, na Praça Sete. - Sábado, dia do jogo em Belo Horizonte, às 10 horas da manhã. A concentração será na Praça Sete e seguirá para o Mineirão. Foi solicitado, durante a Assembléia, que as pessoas EVITEM chamar eventos isolados no facebook, pois atos menores (como foi o de hoje) torna os manifestantes mais vulneráveis à violência da PM. Evitem isso. O movimento pede que nos organizemos juntos, pois assim, seremos mais fortes e evitaremos ações desorganizadas, que possam dar algum problema. Prefeitura de BH: Sobre o acontecido de hoje, na Prefeitura de BH, o que posso relatar é que estávamos em Assembléia até as 20:30 horas (mais ou menos) e fomos avisados (no meio da Assembléia, por alguns manifestantes que lá apareceram) que um pequeno grupo de ativistas estava sozinho na Praça Sete, com a PM, e precisava de apoio. As pessoas saíram PACIFICAMENTE da Assembléia, e se encaminharam para o local do ato (Não pude ir, infelizmente, pois tive um compromisso, e não sei relatar o que aconteceu depois disso). MAS acho estranho a PREFEITURA DE BH ser atacada desta forma, justo no dia que realizamos a Assembléia, e estávamos, justamente, buscando nos organizar. O Evento foi muito lindo, por sinal. Não faz o menor sentido isso que vi nos jornais agora. Aqueles que já participaram das manifestações são prova do caráter pacifico das mesmas. Eu, que estava presentes mais cedo e acompanhei esta reunião democrática, aberta e auto organizada, não consigo acreditar que tantas pessoas esclarecidas fariam, ou permitiriam, um ataque deste. Inclusive, os "punks" presos, que vi na foto, não me recordo deles por lá. Mas, não tem como provar isso né... Algo está muito errado nesta história, e se não tomarmos cuidado a mídia nos fará ver como opressores, aqueles que na verdade, são os oprimidos. Todo cuidado é pouco BH. Mas esta é a minha percepção. Fiquem à vontade para discordar, ou corrigir qualquer informação que não estejam de acordo.
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 04:04:16 +0000

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