Confesso a minha incompreensão. No meu mundo pequeno burguês metido a uma coerência tantas vezes difícil, não fui capaz de entender do que Eliane Brum diz com tamanha sobriedade: o movimento é difuso e procura um sentido para a vida, ansiando a audição dos poderes públicos de forma direta, clara e cada vez mais representativa. Devo dizer que só entendia movimentos com pauta, na minha adolescência, quando saia à rua, algumas vezes enfrentando a truculência da PM (16 de maio de 2001, Revolução do Buzu 2003, etc), era com objetivos claros, diretos. Por isso talvez a minha incapacidade de ver que a manifestação se sustenta por si só, não carece dessa "coerência", muito embora, tenho medo de que isso seja mais um grito vazio e esquecido, espero estar errado... Precisamos de posturas mais sérias, precisamos de reforma, mas não só dos e nos Poderes Públicos, mas em nós: precisamos acabar com nossas pequenas corrupções diárias, protestar tbm contra do Poder Privado, entender que mesmo podendo haver uma melhor qualificação no gasto público e ainda existindo diversas mazelas, pessoas tbm tem direito a diversão, arte, cultura e isso não é secundário, precisamos entender que os mesmos que levantam agora, por vezes engrossam as filas contra direitos das ditas minorias (gays, mulheres, negros...), precisamos entender que se o levante é de todos por um sentido que esse sentido deve ser antes de tudo o respeito pelo outro, respeito capaz de nos perceber como uma nação unida pela vontade de partilhar um futuro comum. revistaepoca.globo/Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/06/quanto-valem-20-centavos.html
Posted on: Tue, 18 Jun 2013 11:35:42 +0000
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