“Contra a corrupção”: NÃO! Publicado em junho 24, 2013 por - TopicsExpress



          

“Contra a corrupção”: NÃO! Publicado em junho 24, 2013 por Diana C. P. Desde que os protestos começaram e a situação assumiu esta forma gigantesca, eu tenho visto, tanto ao vivo quanto pela internet, as mais variadas reivindicações. A unidade que eu tanto acreditei estar se formando em torno de causas concretas, parece agora estar se dilacerando, dividindo-se e multiplicando-se em dezenas de facetas. É como se cada manifestante tivesse uma causa própria e particular, da qual apenas ele entende e ninguém mais é “genial” o bastante para compreender. Esses milhões de pessoas parecem estar se esquecendo do por que estão nas ruas, e isso é muito triste e muito perigoso. Mais uma vez, não sou nenhuma grande personalidade para estar expressando opinião, mas dado ao que de fato dizem as “grandes personalidades”, já me considero apta a me expressar da forma que quiser (não é por isso que lutamos?). Afinal, qualquer pessoa com um mínimo de neurônios consegue captar as atrocidades e distorções ditas por Jabor, Ronaldo, Pelé, e até mesmo a assustada (sim, e muito!) presidente Dilma em seu discurso de falso incentivo. Enfim, em meio a todas as reivindicações da população, encontram-se muitos absurdos. Excentricidades como “pelo fim do voto secreto” (seriam estes os famosos infiltrados dos quais falam as teorias conspiratórias?) aparecem perdidas no meio dos protestos, mas (felizmente) são ocasionais e poucos prestam real atenção a elas. O que me choca – e faz com que eu queira abrir a cabeça dessa gente para checar se, de fato, eles possuem um cérebro pensante – são coisas como “contra a corrupção”, “pela educação”, ou “pela saúde”. AH, por favor! E eu achando que estávamos evoluindo, saindo das nossas caixinhas apertadas para desbravar o mundo em missões fantásticas e exemplos de democracia e justiça! Desculpem-me, tolice a minha! É ótimo que as pessoas saiam nas ruas para protestar, que o povo se una em torno de objetivos em comum, desde que PENSEM sobre o quê estão de fato lutando. Quantos dentre o mais de um milhão de “manifestantes” pararam um segundo para refletir a respeito dos objetivos e causas desses protestos? Quantos pararam um momento de seu dia e pensaram pelo quê exatamente queriam lutar antes de sair para as ruas feito loucos desvairados, facilmente manipuláveis? Quantos pararam seu discurso vazio de pregação “contra a corrupção” para meditar a respeito do que é a corrupção, o quê a causa, quem a pratica e de quem é a culpa por essas pessoas corruptas estarem (des)organizando a nossa sociedade? É minha, é sua, é de todos nós! Se essas pessoas estão lá, roubando nosso dinheiro e limitando nossa liberdade, é porque nós deixamos que a situação chegasse a esse ponto insustentável. A culpa é nossa por não cobrarmos deles o respeito que merecemos. Os brasileiros estão gostando de dizer que “acordaram”, mas eu vejo estupidez por todo lado! Pensei que o “acordar” significasse algo, e não fosse apenas um discurso vazio, um pretexto para mais roubos, destruição, violência, agressividade e imoralidade do que já estávamos acostumados. A verdade dura e cruel parece ser esta: trocaram um tipo de alienação por outro. Simplesmente mudaram o foco de visão, torceram o pescoço para o lado ao invés de se libertarem das viseiras que os limitam. É claro que existem boas causas, pelas quais vale a pena lutar, sair na rua, gritar, fazer cartazes, apoiar, ou fazer parte do movimento de alguma outra forma. É claro que existem pessoas (muitas, na verdade) que estão de fato levando tudo isso a sério, lutando firmemente por um país melhor, por mais liberdade e menos injustiças, sejam elas quais forem. É uma pena que a boa vontade dessas pessoas esteja sendo encoberta por mentes tolas e requisições dúbias. Triste perceber que estão sendo abafados por uma massa de novos alienados, que pensa estar fazendo grande coisa “contra a corrupção” colocando uma hashtag de #OGiganteAcordou a cada post do facebook. Esses são os que até duas semanas atrás estavam sentados no sofá, engolindo todas as palavras daquela caixa de pixels como verdades absolutas e incontestáveis. São os que só saíram para as ruas depois que a televisão permitiu, quando nossa presidente já tinha se posto “a favor” das manifestações. São as crianças do Brasil, que saíram de casa apenas após receber permissão dos pais. Apesar disso, continuo orgulhosa desse povo, pelo menos da parte consciente dele. E os que não estão reivindicando nada real, indo para a rua apenas pela baderna, ao menos estão causando algum temor no Planalto, e isso deve ser o suficiente por hora. Embora eu queira muito que todos arrumem causas de verdade pelas quais lutar, isso parece ser um bom começo para uma “democracia” tão frágil quanto a nossa. Continuo acreditando na mudança, permaneço firme em minha posição, e vou ir para a rua, sim! Mas sabendo o porquê estou lá. Antes de sair de casa, já sei que vou estar lá no meio por uma causa real e não como massa de manobra política. Vou sabendo que estarei ocupando aquele espaço em favor do único direito universal, que não deve ser negado a ninguém, porque é mais do que um direito, é uma obrigação: a liberdade. Vou para as ruas em favor da liberdade de pensar, fazer, raciocinar, objetivar e, principalmente, expressar. Vou sair lá fora para lutar pela liberdade: tanto a minha, quanto a sua, e não peço nado por isso, além de você fazer o mesmo. Não por que eu peço (quem eu sou, afinal?), mas simplesmente por que é a nossa obrigação.
Posted on: Tue, 25 Jun 2013 00:12:54 +0000

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