Corrupção… A corrupção que sempre existiu, agora perdeu a vergonha. "...pois a corrupção, incluindo a morte, limite da corrupção, era um fim imposto pela providência. Portanto, o que a Providência determinava, podridão e destruição, era a consumação do prazer e o seu signo absoluto", escreveu Agustina Bessa-luís. A corrupção é um ácido que o corrupto lança à sua volta em prol do seu único e próprio benefício. É um muro ao desenvolvimento sustentável, um roubo aos recursos que pertencem a outros diminuindo-lhes o valor e adicionando-lhes custos. Estamos perante uma crise financeira global, também criada pela corrupção, e, no seu combate, parecem existir duas forças dicotómicas, uma corrupta e outra que acredita nos princípios éticos. A informação constante e minuciosa sobre casos de corrupção passa-nos à frente dos olhos e nada se faz. Uns juntam-se a ela numa espécie "se não os consegues vencer, junta-te a eles", outros ficam estupefactos ao constatar que esta já não provoca vergonhas, nem causa fugas com medo de represálias, nem dá justificações, nem tem castigos nem correcções. Esta quer fazer-se parecer como algo natural, assumir-se como se fosse outra coisa qualquer sem grande importância ou que mereça preocupação. Mais do que corromper almas parece fazer pouco de outras tantas. Tanto as empresas como os governos e a justiça, precisam urgentemente de departamentos especializados em anticorrupção, que sejam sérios, bem organizados, com medidas bem definidas, céleres e, obviamente, com tolerância zero. Não será isto o mínimo de respeito?
Posted on: Fri, 26 Jul 2013 15:06:08 +0000
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