Crônicas da Turquia - 27/07/2011 - Trabzon A capital da província de Trabzon, Trabzon tem sua área é uma 77% nos morros. Importante porto comercial na época medieval. Sempre foi uma colorida e instigante mistura de religiões, idiomas e culturas. Assim como em Constantinopla, os Genoveses possuíam vasta colônia aqui. Trabzon ficava na rota das sedas e era importante centro de comércio com o Irã. A cidade também foi centro do Império de Trabzon que governou a região do século 13 até a conquista de cidade pelos otomanos no século 15. Ainda hoje a cidade guarda marcas de sua pluralidade. Percebe-se isso nas construções, cozinha e mesmo nas pessoas que aqui vivem. A população, em sua maioria de turcos, abriga também uma pequena comunidade grega, que ainda fala o grego. Nossa primeira parada pela cidade seria o Atatürk Köşkü ou Mansão de Atatürk. Mencionei anteriormente que, em todas as cidades significativas, Atatürk possuía uma casa onde hoje o museu com suas memórias se tornou centro de visitação. Aliás, Trabzon é também a cidade onde nasceu Süleyman, o Magnífico, sultão Otomano responsável pela expansão do império. Para quem lê meu blog, foi ele que tornou Hürrem, uma estrangeira, sua esposa. A casa fica no meio de um jardim. Lindas rosas floresciam. Era quase um quadro, se não fossem as pessoas indo e vindo seria uma pintura de nome “A casa das rosas brancas.” Dentro não é permitido fotografar. A casa é linda, com tapetes orientais, porcelana e cerâmica de Iznik, quadros, lindos lustres de murano e cristais austríacos. Sempre se disse que Atatürk era pessoa de gosto refinado, apreciava coisas de qualidade. Certamente esta casa demonstra isso. Depois da visita seguimos a outro ponto importante na cidade Hagia Sophia ou Ayasofya. Sim, aqui também temos uma igreja erguida em nome da Sagrada Sabedoria de Deus. Localizada próxima ao mar, no meio de um jardim. Hagia Sophia é um museu muito bem preservado. Construída entre 1238 e 1263, durante o reinado de Manuel Comnenos I, sua arquitetura é um refinado exemplo da arte construtiva bizantina do fim do período. Quando Mehmet Ii conquistou Trabzon, foi transformada em mesquita. Durante a invasão russa, transformou-se em hospital, depois voltou a ser mesquita, até que, em 1964, foi convertida em museu. Sempre que entro nessas igrejas bizantinas tenho a exata sensação de entrar no túnel do tempo. A planta cruciforme com um domo no centro, as colunas que nos dão a impressão de sustentarem tudo com extrema leveza. Os afrescos representando passagens o Novo Testamento. Na fachada podemos ver relevos que contam a história de Adão e Eva. Também uma águia que é o símbolo da dinastia Comnenos que governou o local por mais de 200 anos. Um dos afrescos que mais impressionou foi aquele que mostra a Virgem Maria. É extremamente interessante que o colorido seja tão intenso. Do terraço da igreja podemos ver um campanário, que também contém afrescos. Este foi construído em 1427. No chão de Hagia Sophia, podemos ver exemplos de mosaicos. Paramos para um suco no café ao lado da igreja. Muitas pessoas aproveitavam para tomar seu café da manhã, beber çay e conversar. Seguimos beirando o Mar Negro. Muitas pessoas andavam por ali, outras usavam os lugares de piquenique para apreciar o mar, beber alguma coisa ou simplesmente descansar. Achava bonito que estes “abrigos” parecessem aros equilibrados à beira mar. Nossa próxima parada seria Ordu. Ordu significa Exército em turco, mas a cidade é mais conhecida por ser o maior centro de processamento de avelãs. Sağra é um dos maiores processadores e exportadores da Turquia e Fiskobirlik a maior cooperativa de produtores de avelãs do mundo. Pode-se encontra na cidade variedade enorme de avelãs, cobertas com chocolate, puras, moídas. É uma das atrações da cidade, junto com a vista que se tem quando vamos ao topo de uma das montanhas mais altas da região. Essa montanha pode ser alcançada de duas formas: de carro (a qual fizemos) ou por teleférico. A vista do topo dá a sensação de que a cidade é minúscula. Pena que o dia estava bem encoberto. Saímos de Ordu e seguimos viagem. Fırat queria mostrar o que dizia ser a estrada mais verde que havia visto. Lá fomos nós, andando pelo meio de montanhas com tons de verde impossíveis de descrever. Passamos por Giresun, seguimos por uma estrada de mão única, mas muito bonita. Em alguns trechos a montanha de pedra parecia nos abraçar. Nosso destino final: Şebinkarahisar. O pequena cidade de 13 mil peesoas foi a única que não quero voltar, ou melhor, até quero, mas não para passar a noite. Coisas desagradáveis aconteceram por lá, e o que ficou marcado em minha memória foi isso, nada mais. A cidade fica a 40 km da capital Giresun, no lado norte do vale do rio Avutmuş nas Montanhas Giresun. Não fizemos muito por lá, a não ser, ir até o castelo e depois comer algo num café. Estávamos cansados da estrada e o hotel, péssimo, não foi um bom lugar de descanso.
Posted on: Wed, 14 Aug 2013 19:48:57 +0000
Recently Viewed Topics
© 2015