DOS EXÉRCITOS Quando a 11 de Setembro de 2001 os EUA foram - TopicsExpress



          

DOS EXÉRCITOS Quando a 11 de Setembro de 2001 os EUA foram vítimas, no seu próprio território, dos horrendos e traiçoeiros ataques que para sempre marcaram o 9/11 atingindo o coração do Mundo Livre, logo na altura considerei que o sucedido não poderia ter deixado de passar sem retaliação. Logo na altura, também, não deixei de considerar que o argumento invocado das armas de destruição maciça como justificativo dessa mesma retaliação pecava por inconsistente como, aliás, se veio a comprovar qual verdadeiro calcanhar de Aquiles que à retaliação a acabou, decididamente, por condicionar e determinar. Ao 9/11 outros ataques de terror se lhe seguiram e aquela data ficou como um marco que hoje permite afirmar haver um antes e um depois dela. Nada voltou a ser como era, incluindo o Mundo Livre e as regiões alvo de retaliação, elas próprias carentes de Liberdade, tornaram-se mais voláteis do que nunca. Como na altura logo se comprovou, um avião de carreira passou a ser, ele próprio e arrepiantemente, uma arma de destruição maciça e a Liberdade adquiriu outra coloração. Outro e mais profundo significado. Em vez de uma via rápida revelou-se em toda a sua extensão e crueza como um caminho cheio de escolhos a valer a pena percorrer. Passados 12 anos, em que ponto estamos? No da retaliação ou no da contenção? No de responder à guerra pela guerra ou de esgotar todas, mas mesmo todas as vias negociais? No do confronto ou da distensão, da paz e tanto mais quanto não há quem a ela, no seu pleno juízo, não aspire? Passados 12 anos cresce a perceção de que o confronto apenas gera mais confronto. Apesar disso, os exércitos ter-se-ão tornado obsoletos? Explicar-se-á a tentação belicista à luz do nervosismo resultante de qual venha a ser o seu papel no futuro? Julgo não haver lugar para tal nervosismo. Sem os exércitos e em especial aqueles sob controlo democrático, não há paz nem segurança. Sem os exércitos não há forças de manutenção da paz. Sem os exércitos, como acudir às catástrofes ciclópicas cada vez mais recorrentes por esse mundo fora? Por esse mundo fora, direta ou indiretamente, quantos milhões de empregos os exércitos não garantem reforçando a coesão social? Sem os exércitos, que seria dos progressos tecnológicos que vão sendo colocados à disposição de todos nós? Sem os exércitos, o caso português é disso paradigmático, o que seria da Liberdade? Os exércitos são escolas de civismo e poderia continuar a elencar mais e outros itens em que eles se comprovam indispensáveis, reconheço-o sem hesitar e pese embora, hélàs, eu nunca ter ido à tropa. O nervosismo belicista não tem, de facto, qualquer razão de ser. Mulheres e homens em armas, tranquilizai-vos: A paz torna-se imperativa e sem vós, que fique claro, ela não se constrói. Jaime Latino Ferreira Estoril, 13 de Setembro de 2013
Posted on: Fri, 13 Sep 2013 08:44:10 +0000

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