Depois de lançar seu primeiro boletim com dados de menos de seis mil hectares, onde nem sequer toca na questão ambiental relativa às Florestas Nacionais exploradas por particulares na Amazônia , o (des) Serviço Florestal Brasileiro pretende aumentar para um milhão de hectares as áreas de concessão já no próximo ano, contribuindo para a derrubada de milhares de árvores centenárias e para a abertura de milhares de quilômetros de novas estradas dentro da floresta amazônica. Trata-se de uma irresponsabilidade sem tamanho e mais um erro grosseiro deste desgoverno, que ignora os riscos associados a tal medida apostando em uma governança eficiente e nos resultados de um planejamento cujas chances de sucesso são no máximo remotas. Não bastasse a perda de biodiversidade pela derrubada das árvores, permitir a abertura de novas estradas para a extração legal de madeira é um risco demasiadamente grande para ser corrido. É amplamente sabido que o acesso é o principal fator associado ao risco de desmatamento. Além disso, os madeireiros ilegais não deixarão de existir, podem no máximo se deslocar para regiões próximas e em pouco tempo retornar às áreas de concessão, se aproveitando das estradas já abertas pelas empresas que detêm os contratos de exploração, mas que dificilmente conseguirão impedir as invasões nas áreas distantes das que estão sendo manejadas. Tem tudo para ser mais um triste episódio na história da Amazônia, no qual o governo insiste em atuar como o protagonista da devastação. Rogamos ao Ministério Público que atue com brevidade nesta questão, antes que a ganancia explícita do Serviço Florestal Brasileiro acabe de vez com o que ainda resta da floresta amazônica.
Posted on: Fri, 06 Sep 2013 05:29:23 +0000
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