Dialogo 88º Fora a decisão mais insana que Irmão Negro tomara - TopicsExpress



          

Dialogo 88º Fora a decisão mais insana que Irmão Negro tomara desde que se tornara Grão Mestre, arriscar a vida de nove comandantes Templários e a sua própria numa missão suicida, rumo ao norte no meio do deserto inóspito, mesmo sabendo que Irmão Negro era um lunático, nunca imaginaria que ele tivesse coragem de seguir com uma loucura dessas, mas a questão é que estávamos lá... Quatro dias seguindo um rastro que nunca era encontrado, nada além de visões e delírios nas areias dançantes, viajantes nômades caminhando direto para nossos destinos tenebrosos, de dia éramos castigados severamente pela impiedosa bola de fogo e tempestades de areia que bailavam como laminas por nós, durante as noites éramos atormentados por fantasmas e espíritos das sombras... Alguns irmãos mostravam sinais de profundo cansaço físico e mental. Enquanto Irmão Negro mantinha-se cristalizado em sua loucura nós tentamos argumentar da loucura que era aquela travessia, estávamos muito expostos desnecessariamente, mas o novo Grão Mestre parecia estar com a mente adoecida e desequilibrada pelo calor insuportável e a falta de água. No quinto dia nos aproximamos do mais temido vale da Palestina, uma grande estrada deserta sem fim, cercado de ambos os lados por imensos paredões rochosos, muitas travessias de diversas caravanas do passado tinham terminado em emboscadas sangrentas. Quando chegamos à entrada, nós os nove comandantes Templários paramos nossas montarias, estávamos dispostos a recuar todos juntos, mas o Grão Mestre Irmão Negro acabou encontrando as malditas pegadas no inicio do desfiladeiro, ficamos sem argumentos, nos restando apenas segui-lo. Todos nós, os nove comandantes sabíamos o que significava aqueles rastros, durante toda jornada não encontramos nada, a partir daquele ponto rastros estavam visíveis, era nítido que estávamos sendo alvo de uma armadilha dos inimigos, tínhamos consciência que assim que entrássemos no grande desfiladeiro estaríamos selando nossos destinos... De certo os guerrilheiros muçulmanos perceberam nossa presença e facilitaram nos conduzindo direto para o desfiladeiro, tudo não passava de uma grande emboscada, nós éramos presas caminhando para o abate... Irmão Negro gritava enraivecido para prosseguirmos, estava cego pela ira e pela febre delirante do deserto, mas nós nos encontrávamos lúcidos, um a um desmontamos de nossos cavalos e nos ajoelhamos com as espadas cravas no solo árido e extremamente quente, fechamos nossos olhos e dissemos em uma só vós: ““NON NOBIS DOMINE, NON NOBIS SED NOMINI TUO DA GLORIAM” – “Não a nós Senhor, não a nós mas toda gloria a Teu nome”. “Possa a estrada levantar-se para encontrá-lo. Possa o vento estar sempre às suas costas. Possa o sol brilhar quente em seu rosto, as chuvas caírem macias em seus campos, e até que nos encontremos outra vez... possa Deus tê-lo mansamente na palma de Sua Mão”. Guardamos nossas espadas, montamos em nossos cavalos, cumprimentamo-nos uns aos outros e seguimos passo a passo em paz para o enfrentamento dos nossos destinos... Uma vez que estivéssemos no interior do desfiladeiro não havia volta, dei sinal ao meu Velho Irmão para que olhasse para o alto, toda volta era perfeita para a emboscada, receberíamos ataques de ambas as entradas e do alto de ambos os lados... Foi exatamente como prevíamos, quando estávamos no meio da travessia um grupo de guerrilheiros surgiu pela linha de frente, olhei para trás já sabendo o que viria, outro grupo de mamelucos vindo em nossa direção. Olhei para ambos os lados no topo ao redor, diversos guerrilheiros posicionados com arco e flechas. Lá estávamos nós dez Cavaleiros Templários cercados por um mar de muçulmanos, Irmão Negro finalmente percebeu a burrada, sua cara de espanto ficou marcada na minha memória, era tarde demais... Ele brandiu sua espada e disparou com seu cavalo na frente rumo a uma das extremidades, enlouquecido eu o vi correndo em direção a morte desesperado por ter compreendido o que fizera com todos nós e com a Ordem do Templo. FlavioK2 Lobo Bárbaro Poeta
Posted on: Sat, 05 Oct 2013 00:52:42 +0000

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